Eu o treinei de várias formas, inclusive como cortar uma corda amarrada em seu tornozelo antes de ela se esticar. Se ele não conseguisse, ficaria pendurado até conseguir cortá-la. Nós treinávamos isso em uma cachoeira para que ele não se machucasse muito. Ele demorou para melhorar, mas o momento era difícil mesmo, e ele não desistia por nada, continuava sempre tentando. Até que, em uma noite, o chamei no mesmo horário na cachoeira, mas ele demorou demais para aparecer. Então, eu mesma fui tomar banho lá, e ele não apareceu. No dia seguinte, o puxei de lado, e a sós houve o seguinte diálogo:

Universo:
—Ei! Por que você não apareceu para treinar ontem? —Rosnou.
Então, a máscara que usava como homem estava caindo e carregando um olhar.—Suspiro em meus pensamentos.

Universo:
—O... O que você está...

Então junto da queles lindos olhos e já sem a máscara. Ele revelou um olhar tão frio ,que até então para mim era desconhecido, um olhar possessivo, dominador e totalmente, controlador, que me atingiu de uma forma indescritível. E se olhasse com atenção, no fundo de seus olhos, se revelavam uma escuridão em sua alma, que se demonstrava-se faminta, que me atraía com uma urgência de desejos tanto, emocionais ,quanto sexuais.

Senti uma tensão e excitação descarada percorrerem meus pensamentos e meu corpo. Naquele instante, sem dizer uma única palavra, seu olhar transmitia: "Você é minha, somente minha." E em uma promessa silenciosa que vinha logo em seguida: "É só me pedir, meu amor, que me curvarei aos seus pés, beijaria e lamberia onde você quisesse, onde você pedisse."
Eu adorava a submissão que essa visão me passava; o desejo nu e cru era claro. Os olhos azuis eram a combinação perfeita para aquela intensidade. Com aquele olhar tão fixo e avançado, ele parecia querer marcar território, ali mesmo, eu percebi que não se tratava apenas de amor. Afinal, acho que, até o momento, nossas almas estavam, tão próximas, tão parecidas, que nos entregamos, e confiamos nos nossos sentimentos.

Eu adorava a presença dele; era intimidadora. Era um homem realmente diferente. A troca de olhares era, de fato, fantástica: um olhar penetrante, intenso e diferente ,de tudo o que eu conhecia, entre muitos deuses e mortais. Não era como se eu fosse um prêmio ou um objeto, mas que me desejava a todo momento, e como mulher. Depois, recomeçamos a treinar, mas tudo entre nós dois tinha mudado.

Universo:
—Ok. Vamos lá. Hoje vamos treinar equilíbrio. Quero que você fique em cima desse barril, com ele deitado, e comece a executar os movimentos que pedirei. — Falou com uma voz firme.

Bruce:
—O quê? Isso é impossível.—Especulou. — Eu vou me machucar. —Afirmou.

Universo:
—Existe remédio e cirurgia para machucados. Se cair, se levante e continue.— Contradiz.

Foi assim até que, uma noite, ele me confessou o que aconteceu na noite em que ele não foi treinar. Foi aí que eu entendi tudo.

Bruce:
—Na noite em que eu faltei, não foi de propósito. Só me atrasei porque eu e o Tigre finalmente nos entendemos, e ele me convidou para beber. Ele ficou bêbado, mas eu não. Assim que cheguei na cachoeira, eu vi você nua. Fiquei encantado, mas não quis desrespeitá-la. Desde então, tive muitos desejos por você, mas não queria admitir. Me desculpe.

Eu não sei por que não me irritei. Pelo contrário, eu queria que ele tivesse entrado lá comigo. Eu não o teria rejeitado. Foi quando eu disse para ele:

Universo:
— Já que é assim, olho por olho, dente por dente. Você me viu, agora quero ver você. —E expliquei exatamente como seria: ele iria me esperar nu na cachoeira, e eu veria se o desculparia, mesmo sabendo que não havia nada para perdoar.

Ainda consigo me lembrar daquela noite de paixão e daquela perfeição de homem. Quando cheguei à cachoeira, ele já estava imerso nas águas, completamente nu. Ao sair da água, seus olhos se fixaram nos meus. Eu o observei de cima a baixo: cada músculo, cada contorno... senti um arrepio. Sem desviar o olhar, minhas mãos deslizaram pelo seu corpo esbelto, e sem pensar duas vezes, ele começou a passar as mãos pelos meus ombros e a tirar gentilmente o vestido que eu estava usando.

Eu me tornei um convite silencioso e irrecusável. Logo em seguida, fomos para debaixo do véu da cachoeira, onde as pedras úmidas e o som da água quebrando criaram o cenário de um novo começo. Naquele momento, éramos jovens e inexperientes que, até então, nunca tinham se interessado por esse tipo de coisa.

A entrega mútua foi avassaladora, culminando em uma experiência que parecia ser quase irreal, marcada por um calor e intensidade surpreendentes. Os beijos e as mordidas dele não eram apenas gestos de desejo, mas pareciam deixar uma marca invisível.

Era o jeito como ele mamava nos meus seios, colocava as mãos nas minhas coxas para depois as morder, enterrava o rosto entre minhas pernas e, logo em seguida, penetrava a minha carne.