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学校 deixe-me entrar, sim?

O~Baseado em um fato real ~

//       🕹.  1986.  🕹        \\

Jungkook corria como um desesperado, ainda tentando fechar a mochila que imprudentemente havia esquecido de fechar na saída de sua casa. Não sabia ao certo se o horário estava a seu favor, só sabia que seu aparelho dental estava-o deixando vulnerável a situação.

Era a primeira vez que usava algo como aquilo em sua boca e mesmo reclamando mentalmente de que ele a tinha, saiu rumo ao local que estava atrasado. Logo se viu indo diante a um estabelecimento grande.

Um homem uniformizado formalmente trancava o portão de grades inoxidáveis após o último aluno adentrar o colégio.

— Não, Hyung! Por favor, eu ainda estou aqui! — Jungkook gritou acelerando ainda mais fundo os passos.

— Ora, sinto muito, Jeon. Mas você sabe que nenhum aluno entra ou sai após a conclusão do sinal — respondeu o mais velho sentando-se no banco que costumava resguardar, logo abrindo um jornal.

— Eu estou implorando, pelo amor de Deus! Ninguém vai notar — Jungkook batia o pé quase em prantos.

— Eu lhe disse que não, Jungkook! — fechou-lhe o cenho e retornou a leitura do jornal do dia.

— Chame o Seokjin, Hyung, eu exijo que ele apareça!

O porteiro da escola levantou o olhar em direção a criança que mantinha as mãos na cintura, tentando impor ordem ao mais velho. Riu da situação debochadamente, mas para não fazer descaso — e aproveitar a manhã monótona e admirar a cena do diretor dando-lhe uma bronca —, chamou o tão aclamado Kim Seokjin na entrada da escola.

Depois de alguns longos minutos, lá vinha no final do corredor, o porteiro acompanhado de um alto e esbelto homem com cara de poucos amigos. Seokjin parou em frente ao portão que o dividia do garoto.

— Atrasado de novo, Jungkook? — cruzou os braços, estufando ainda mais seu peitoral, desproporcional com a miniatura que era Jungkook, implantava medo em todas as crianças do bairro que estudavam naquela escola.

— Eu quero entrar — ordenou Jungkook batendo o pé esquerdo ao chão tão forte que sentiu uma pequena câimbra no tornozelo.

— Ah, é mesmo?! — respondeu o diretor. — E eu queria ganhar na loteria e nem por isso eu reclamo.

— De acordo com o artigo 4 do Estatuto do Aluno, eu tenho direito a cinco minutos depois do fechamento dos portões — Jungkook, após denotar sua grande facilidade em ser inteligente com apenas dez anos de idade, sorriu debochado na expectativa de deixar o mais velho atônito.

— Tem razão, Jungkook — sorriu Seokjin olhando o relógio. — O problema é que já são 7:08hs.

Jungkook desfez de imediato o sorriso do rosto mostrando-se decadente. Enquanto que o porteiro já sentado no banco, abafou uma risada satírica.

— Por conta de três minutos vai me proibir de estudar? — indignou o mais novo.

— Não estou proibindo ninguém de estudar, estou fazendo você ver que desde jovem tem de aprender a ser responsável e pontual.

A criança que agora fumegou um certo ódio para com a situação, encarou-o severamente de baixo.

— Eu não gosto do senhor! — fez-lhe o bico.

— Não me diga, vou alí no canto chorar. — virou-se para sair-se da presença. — Quanto a você, recomendo que volte para casa o quanto antes.

Estava prestes a chorar ali na portaria.

— E se não quiser recitar pela enésima vez o artigo 4, recomendo também que chegue no horário certo amanhã — o porteiro abriu o jornal mais uma vez e ignorou o pequeno Jungkook que já voltava para casa, ainda reclamando mentalmente de seu aparelho dental.

•  •  •

Mais uma vez Jungkook chegava atrasado — pela 4ª vez na semana (de fato só não chegou atrasado na terça-feira, porque não havia aula — e como de costume, corria como uma presa prestes a ser atacada em direção a portaria. A mesma cena de sempre recobrindo a mesma situação dos mesmo motivos.

Assim, lá vinha novamente o diretor Kim caminhando, desta vez com os passos mais largos que de costume e com a feição impaciente. Jungkook por um momento se arrepende.

— O que foi agora? — olhou enfurecido para o porteiro que reclinou o olhar em direção a criança do lado de fora do portão. — Ah, isso já está passando dos limites.

— Eu sinto muito, Hyung! Eu estive dormindo até tarde ontem e não acordei no horário.

— E o que você estava fazendo tão tarde fora da cama, Jungkook?

O menino hesitou abaixando sua cabeça de forma que não pudesse notar sua total falta de responsabilidade.

— Super Pitfall acabou de ser lançado. Meu filho também é viciado nesse joguinho novo — o porteiro alarmou-se. — Essas crianças de hoje em dia estão perdidas num mundo sem volta.

— ''Super'' o quê?! — Seokjin suspirou após tentar adivinhar o que é um jogo portátil. — De qualquer forma, quero que volte para casa.

— Ah, não, não! Agora estou falando sério, senhor! — Jungkook deu alguns pulinhos de desespero antes que o maior pudesse se virar para ir embora. — Se eu voltar para casa, minha mãe irá me bater.

— Jungkook, os professores não irão te aceitar na sala de aula, isso seria injustiça com as outras crianças — o mais velho revirou os olhos tentando livrar-se daquele menino persistente.

— Bem, o senhor pode me deixar consigo até o horário do intervalo — o porteiro, que não era costumeiro chamá-lo por ''senhor'', disse sorrindo debochado. Seokjin olhou-lhe torto por ter dado tal ideia, fazendo seu sorriso crapuloso se desfazer.

— Sim, Hyung. Eu prometo que ficarei quieto — implorou. Tudo para não voltar para casa e encarar mais uma vez a mãe.

Seokjin deu-se por vencido e permitiu a entrada da criança até sua sala.

— Sente-se aí e não faça barulho! — ordenou o diretor.

Jungkook sentou-se num pequeno sofá que havia na sala da secretária, retirou seu jogo portátil da mochila e começou a jogar. Naquele espaço haviam outras pessoas trabalhando em conjunto com folhas e telefones tocando. A criança estava entediada, ela era deveras inquieta.

— Posso ajudar, Hyung?

— Não, isso é um trabalho complicado, não serve para crianças — resmungou Seokjin assinando uma pilha de documentos, um por um.

— Ah, por favor!

— Qual a parte do "sente-se e não faça barulho" você não entendeu?

— Eu posso ser um ajudante silencioso — ele respondeu. — Vai, por favor!

Seokjin retirou os óculos e secou o suor com o pulso. Suspirou impaciente. Ele só queria que o garoto calasse a boca por um instante.

Alguns minutos depois, Jungkook ia de mesa em mesa bisbilhotar os afazeres dos secretários. Os mesmo, que incomodados com as perguntas do menino, o olhavam reprovados.

— Não me olhe assim, eu sou ajudante do Seokjin Hyung!

• • •  f i m  • • •

Nota: Era para ser uma long, mas eu fiquei com preguiça de contar o resto, fica por isso mesmo é nozes.

Baseado em história real mesmo? Sim, a história foi contada pela minha mãe quando ela era secretária de uma escola! 🐇

♥♥ Betagem feita por isnandss e Capa e banner por mochiggkie (projeto WonderfulDesigns )

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