Narrador,  𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐
𝗦𝗲𝘂𝗹 — 𝗖𝗼𝗿𝗲𝗶𝗮 𝗱𝗼 𝗦𝘂𝗹

15:00 P.m

— Então quer dizer que foram vocês que espalharam fotos da professora pela escola toda? — a voz do diretor sai cortante enquanto ele repreende os dois alunos. — Que bonito, hein?

Sunoo e Sunghoon se encaram e soltam um suspiro. Já tinham dito várias vezes que não havia sido eles, mas nada adiantava quando se tinha “provas” contra.

Ambos sempre foram os primeiros em tudo, disputando o topo do ranking das melhores notas do colégio. Nenhum deles se metia em problemas, e, apesar de Kim Sunoo falar asneiras às vezes, jamais faria algo assim com a professora de física.

Ele tinha uma reputação a zelar.

— Eu já disse que não fui eu! — Sunghoon protesta, revirando os olhos. — Por que eu faria isso, diretor? O senhor sabe que eu sou um dos mais exemplares da escola.

— As câmeras de segurança dizem o contrário — o superior retruca, sério. — Vocês têm noção da gravidade do que fizeram? Isso poderia até levar os dois para a cadeia, se fossem maiores de idade.

E era verdade. As câmeras mostravam claramente os nomes gravados no uniforme escolar, enquanto alguém pregava por toda a escola as fotos da professora de física sendo traída pelo marido, com chifres de boi desenhados em sua cabeça.

— Detenção para os dois. Vou chamar os pais de vocês e amanhã só entram com eles — o diretor sentencia, dispensando-os. — Vou pensar em um castigo adequado.

Sunoo e Sunghoon saíram da diretoria frustrados. Faziam parte do mesmo grupo de amigos, mas não eram próximos. Era improvável que tivessem se juntado para esse tipo de coisa, mesmo com provas concretas contra eles.

— Como isso aconteceu? — Park Sunghoon pergunta, irritado, caminhando pelo corredor e batendo os pés no chão. — Eu não fiz isso.

— Eu também não — Sunoo resmunga. — Mas não parece que estão do nosso lado, mesmo a gente falando a verdade.

— Os professores vão odiar a gente agora — o mais velho reclama, a decepção clara na voz.

Não era fácil passar de “queridinhos dos professores” para os alunos mais odiados pelo corpo docente. A Hybe School oferecia um ensino avançado, mas não era para qualquer um. Entrar ali significava ser muito rico ou inteligente o suficiente para passar na prova demoníaca da bolsa de estudos.

Sunoo passou em primeiro lugar com bolsa integral, enquanto os pais de Sunghoon investiram dinheiro suficiente para garantir ao filho o melhor ensino.

Nos corredores, todos cochichavam. Uns curiosos, outros com sorrisos divertidos no rosto. Quando os dois apareceram, os cochichos viraram comentários e, depois, perguntas. O grupo de amigos deles estava logo à frente, observando-os com atenção.

O primeiro a falar foi Heeseung:

— Isso é verdade? — ele pergunta indignado. — Vocês sabem o que estão falando pelos corredores?

— Sim, sabemos — Sunoo responde, envergonhado. — O diretor nos colocou na detenção e disse que amanhã só entramos com nossos pais. Minha mãe vai me matar.

— Como assim vocês não levaram suspensão? — Nishimura Riki, o mais novo, pergunta. — Achei que ele daria pelo menos umas duas semanas.

— Parece que ficou com dó da gente — Sunghoon responde com sarcasmo. — Eu preferia duas semanas em casa estudando pro vestibular do que fazer hora extra na escola.

— Talvez seja porque somos bons alunos — Sunoo conclui. — Ainda assim, é muito injusto. Vocês sabem que não fomos nós.

Ninguém queria acreditar na audácia dos dois. Eles nunca se metiam em encrenca e nem tinham motivo. Ainda assim, cedo ou tarde, as pessoas passariam a acreditar.

3 horas depois

Kim Sunoo guardava seus livros no armário quando Dahyun — sua irmã mais nova — apareceu e deu um tapa na cabeça dele.

— Ei, idiota. É verdade o que estão falando? — ela pergunta, se apoiando no armário. — Você perdeu alguma aposta ou coisa assim? Por que fez isso?

— Eu não fiz isso — o irmão resmunga irritado, batendo a porta do armário. — Armaram pra mim.

— Quem? — a mais nova pergunta, curiosa.

— Não sei ainda. Não conta nada para as suas amigas. E pode deixar que eu mesmo converse com a mamãe — ele guarda um livro na mochila e sai andando, encurtando ao máximo a conversa.

Esperou o sinal tocar e todos irem embora antes de sair também. Sunoo não queria nenhum contato social, muito menos ser alvo de olhares de julgamento por algo que não tinha feito.

Todos sabiam que Song Hye-ko — professora de física — já havia sido traída pelo marido várias vezes. O infiel cometia adultério há anos, e ela não parecia se incomodar tanto com isso.

Mas ser humilhada em público era diferente, ainda mais por dois alunos de quem gostava. Hye-ko não perdeu apenas a chance de consertar seu casamento fracassado, mas também o respeito dentro da escola, mesmo sem ser a culpada da história.

Quando a escola ficou finalmente vazia, Kim Sunoo saiu da sala de limpeza e caminhou sorrateiro para fora, medindo os passos para não ser visto. Seu maior problema começava agora: enfrentar os pais, que provavelmente não acreditariam em sua honestidade.

NOTES

Desenvolvi essa Fanfic durante meu trajeto de ônibus até a escola, e voltando para casa também. Tenho um carinho muito grande por Sunsun, e estou dando meu melhor nessa Fanfic. Espero que gostem <3
Eu não tenho certeza de quantos capítulos vão ser ainda, mas não demoro muito para atualizar.
Até logo!