Capítulo 23 Entre Notas e Sentimentos
Esse é o melhor capítulo de todos KKK
Confia, boa leitura a todos xD Aiai
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Às 6h da manhã, Jungkook já estava de pé, indo tomar um banho que o despertaria para o resto do dia. Aproveitou para não ligar as luzes brancas e sim as velas e as luzes amarelas da casa, acordando aos poucos, sem muito espanto. Assim que pronto, tomou um café da manhã básico e pegou suas coisas para ir trabalhar. Não levou muito tempo até a cafeteria, pois não era tão longe e o trânsito estava livre naquele horário. O rapaz abriu a loja e logo foi atrás de seu querido avental de trabalho. Arrumou todas as guloseimas que ficam de amostra em frente ao caixa e, consequentemente, enquanto organizava o ambiente, seus funcionários iam chegando.
— Bom dia, Tio Kookie! — Danielle e Hyein chegaram ao local, indo até os fundos, onde ficava a sala dos funcionários. As duas meninas trabalhavam como jovens aprendizes que Jungkook havia aceitado para ganhar experiência, Danielle com 17 anos e Hyein com 16.
— Bom dia, meninas! Como vão? — Jungkook, que arrumava o caixa, perguntou, vendo-as acenando.
— Bem, tio, e você, como está? — Danielle perguntou.
— Estou bem, obrigado por perguntar. Fico feliz que estejam bem — ele sorriu, e as meninas fizeram o mesmo. Em seguida, chegaram Jay e Jake, ambos com 19 anos, mas não trabalhavam como jovens aprendizes.
— Bom dia, JK! — disseram em conjunto, acenando para o rapaz, e, assim como as meninas, seguiram o caminho até os fundos.
— Bom dia, meninos! Como vocês estão? — Dessa vez, Jungkook perguntou enquanto arrumava a máquina de sorvete.
— Estamos bem — Jay respondeu por ambos — E você, como está?
— Estou bem, obrigado por perguntar — ele sorriu — Fico feliz que vocês estejam bem... Vão se arrumar, logo vou dar as orientações de hoje!
E não demorou muito para que eles obedecessem, e Jungkook voltasse a arrumar as mesas.
Enquanto isso, pelas ruas, Min caminhava apressado, como sempre, pelos sinais do bairro. Antes de qualquer outro lugar, era seu dever checar as avenidas principais de comércio e passar em algumas lojas onde tinha serviço de ronda, para verificar as câmeras com os proprietários dos estabelecimentos.
— Bom dia, Policial Min! Aceita um café preto hoje, sem açúcar e com uma colher de cacau? — Uma mulher um pouco mais velha perguntou, já dando entrada para sua loja, que era um dos pontos de vigia da avenida, com câmeras de segurança.
— Olá, Sra. Chá! Aceito sim, só um pouco desta vez. Como tem passado? As coisas por aqui andam mais calmas?
— Claro, claro! Está tudo bem por aqui, agradeço por perguntar. Com o senhor aqui, nunca estive tão em paz em toda a minha vida neste lugar. Sente-se! O senhor está radiante; aconteceu algo bom novamente, estou certa?
— A senhora é realmente impressionante, e está certa, aconteceu algo bom mesmo. Agradeço, Sra. Chá — ele disse, acompanhando-a até o balcão da loja, que vendia produtos cultivados em fazendas, desde temperos até chá, café e cacau puros da cidade. O ambiente era confortável e cheirava bem, pelo café e o cacau misturado enquanto servia uma pequena xícara do café com cacau sem açúcar da senhora. — Bom, está realmente tudo bem estas noites e durante o dia; fico feliz — disse, olhando as câmeras de segurança do prédio dela — Agradeço por me deixar ver, está ótimo o café como sempre, Sra. Chá.
Ele se levantou e tomou o café.
— Imagina, Policial Min! Fico muito feliz em ver o senhor de bom humor. Aproveite o dia e volte sempre — ela disse, pegando a xícara — Muito obrigada!
— Imagina!
Min saiu caminhando para fora do estabelecimento e seguiu até a cafeteria de Jeon, para fugir um pouco do sol quente e relaxar os pés, além de fazer seu serviço normal, que era a verificação das câmeras da rua.
— Bom dia! — Aquele tom de voz grosseiro e aveludado de Min ecoou pela cafeteria, que exalava um aroma limpo e refrescante, assim como o ambiente fresco.
Enquanto os demais funcionários terminavam de se arrumar, outros chegavam e iam se preparando, e aqueles que estavam prontos ajudavam Jungkook. No fim, quando todos estavam prontos, se reuniram em uma roda, e Jungkook olhava a lista de tarefas feita no iPad.
— Ok, vamos lá! — Ele observava e organizava mentalmente tudo o que tinha que ser feito antes de abrir a loja de fato. — Jay e eu vamos para a cobertura da loja, arrumar as mesas e deixar tudo organizado. Quando finalizarem, ficarão na cozinha hoje com a Danielle. Danielle vai cuidar dos preparativos das sobremesas: cupcakes, biscoitos artesanais, bolos, croissants, entre outros. Com a Danielle, vão ajudar Liz, Gaeul e Beomgyu nos preparativos dos alimentos; o cardápio já está por lá e algumas coisas já estão prontas dos poucos dias que fizemos. Jake e Chaewon ficarão responsáveis pelos sorvetes, café e cappuccino. Yeonjun, Kai, Ryujin e Yuna vão cuidar do atendimento aos clientes. Yuna e Kai vão ficar no caixa, e Ryujin e Yeonjun ajudarão no caixa e servirão os clientes à mesa, e vice-versa. E eu... vou ficar com tudo um pouco, supervisionando vocês e ajudando como sempre! É isso, um bom trabalho para vocês, acredito no potencial de vocês! — E, no fim, todos agradeceram e fizeram um toque em conjunto, como um high five, e logo em seguida foram aos seus devidos deveres. Assim que Jungkook e Jay terminaram de arrumar as mesas e a decoração da cobertura, desceram e colocaram na porta da loja "Open". Ele voltou a ficar próximo ao caixa, junto com os demais funcionários, e não demorou muito para ter uma visita especial. O rapaz alto, posturado, usando colete, branquelo, com cabelos pretos que davam destaque, parecendo um biscoito Oreo, adentrou o local.
— Olha só, um policial por aqui! — Jungkook colocou um dos braços apoiados no balcão do caixa e a outra mão na cintura. — Tá chegando ao bairro antes de ir para o trabalho? — Ele deu um sorriso, olhando o rapaz de cima a baixo.
— Exatamente. — Ele sorriu. — Vim fazer a oferta das câmeras do prédio para a rua no período da noite. Se não se importa, preciso fazer isso antes de pisar no quartel e resolver o que tenho para resolver.
Ele dizia, caminhando até a direção de Jeon e apoiando o braço no balcão, de frente para o mesmo.
— Então, por favor, abra as câmeras de segurança para mim — ele sorriu e passou pelo balcão, cumprimentando todos que estavam ali, admirados, ou talvez surpresos. — Bom dia, pessoal.
— Ah, não, tudo bem, eu entendo. Vem comigo que eu vou te mostrar onde fica — começou a caminhar em direção à sala, que era o escritório de Jungkook na cafeteria, onde ficava a direção das câmeras de segurança. O local ficava no corredor entre a cozinha e a bancada do caixa.
— Abrir as câmeras de segurança? Ele vai abrir é outra coisa — Ryujin comentou, e Jake, Chaewon, Beomgyu, Kai e Yuna, que estavam ali, se seguravam para não rir, imaginando o que poderia acontecer.
— Se bem que eles têm um ar diferente, né? Será que o Sr. Jeon está dando para o policial? — Chaewon comentou.
— Aí, aí, vocês não têm jeito mesmo, né? — Yuna respondeu, voltando a se posicionar no caixa.
— Muito obrigado! — Ele acompanhou Jungkook até a sala do escritório e então se sentou na cadeira, verificando as câmeras assim que Jungkook abriu o sistema de segurança do prédio. Conforme algumas movimentações, Yoon apenas vestiu uma luva de couro nas mãos para anotar algumas placas de carro que passaram nas câmeras. Apenas uma repetiu três vezes, vendo a direção da rua que remetia ao prédio onde morava, junto com Jung Hoseok e Tae, uma figura vestindo preto. Então, fechou o sistema e se levantou de frente para Jeon, dando um sorrisinho. — Agradeço, ajudou bastante, Jeon — levantando o queixo do rapaz. — Vamos indo.
Jungkook, ao seu lado, apenas observava as gravações, sem muita atenção, pois aparentemente não havia nada de estranho nas ruas próximas à cafeteria. Assim que Yoongi acabou seu trabalho, pode sentir suas mãos em seu queixo. Jeon apenas concordou com a cabeça, se levantando.
— Algo de diferente nas gravações? — Perguntou, curioso.
— Tem sim, algo bem estranho, e não está diferente da câmera do prédio da Sra. Chá, da loja de cafés e ervas importadas. Mas acredito que não seja nada importante, embora seja bem estranho — Min dizia, acompanhando Jeon, que andava à sua frente. — Apenas um mal presságio, essa é a minha sensação. Mas fique tranquilo. — Ele sorriu e deu uma risada suave. — Mas, mesmo assim, durante a noite, fique atento a homens de aproximadamente 1,80 de altura, completamente vestidos de preto, que devem pesar no mínimo 79 kg.
Ele passou pelos funcionários do Jeon, fez uma pequena reverência com a cabeça e um sorriso suave. Ao passar pelo balcão, com Jeon à frente, apoiou o braço ao lado da parede, onde os funcionários não o vissem, e fez uma sutil carícia na cintura de Jeon enquanto o acompanhava até a porta do lado de fora. Então Yoon colocou a mão no batente da porta, apoiado.
— Nessa calçada e naquela ali, está bem. A minha ronda aqui na frente começa somente às 18h45. — Ele deu um passo à frente de Jeon, colocou a mão próximo aos lábios e falou ao ouvido dele. — Passo para te dar um beijinho só no horário de almoço. — Afastou-se com um sorrisinho de canto, e as mãos voltaram ao cinto.
— Se bem que, esses dias, as meninas que ficaram no caixa relataram ver o mesmo carro diversas vezes rondando por aqui... É estranho que as descrições batem exatamente com o que não deveria estar pelas ruas dessa cidade — ele disse, se lembrando de Jaehyun, que não se surpreendeu ao ouvir as meninas se referirem à cor do carro, totalmente preto.
Ao passar pelos funcionários, que se curvaram em respeito pelo cargo do rapaz, assim que ele deu as costas, olharam entre si, intrigados, achando que algo tinha acontecido na sala. Jeon continuou acompanhado, não deixando o corpo reagir aos toques de Min.
— Eu vou estar esperando você na hora do almoço, com um docinho especial — ele brincou, sorrindo ao ver Jeon se afastar. — Vê se aparece, hein!
— Pode deixar, até mais tarde. — Ele sorriu, deu dois passos para trás e virou os ombros, caminhando agora em direção ao seu trabalho de fato, ao quartel.
Enquanto isso, na cafeteria…
Jungkook deu um sorriso e acenou para o rapaz que saía da loja, enquanto o pessoal que estava no caixa já vinha com um "iiii" em conjunto.
— Já, já o Senhor Jeon aparece com cinco crianças dentro dessa cafeteria — Ryujin comentou, e os demais funcionários riram. Jungkook não era um chefe rigoroso; ele gostava de ser amigável com seus funcionários que colaboravam totalmente no ambiente de trabalho. Eles o chamavam de "Sr. Jeon" apenas para brincadeira, pois Jungkook não exigia.
— Do que vocês estão falando? Eu sou apenas um dono de cafeteria apaixonado por comida — ele deu de ombros, mas suas bochechas rosadas não escondiam nada.
— Ahh, conta outra, Kookie. Sabemos quando você está todo apaixonadinho; nem esconde — Chaewon riu, e todos concordaram, caindo na risada.
— Isso é conversa para outra hora... Agora é hora de trabalhar! Quem sabe na hora do almoço a gente não conversa sobre isso, hein — ele comentou, voltando ao trabalho e indo para a cozinha verificar o trabalho do pessoal.
— Vamos querer saber, hein! Vê se não esquece, Sr. Jeon — Kai comentou.
Enquanto caminhava pelas ruas, Min ligava alguns pontos e pensava de onde a figura nas imagens saía e o que queria por ali. Quando pisou no quartel, ignorou alguns colegas que o cumprimentavam, dizendo que estava muito ocupado e não tinha tempo para conversa. Então entrou na sala de reunião que preparou.
— É o seguinte, o caso é bem complexo — ele disse, virando-se para todos com seu quadro montado, com fotos, linhas interligando os fatos, lugares e anotações. Até chocou um pouco seus companheiros. — Esse é o nível de complexidade: temos duas vítimas, e eu não vou poupar o estômago de vocês.
Ele apontou para a foto de Tae e de Sohee, e as fotos dos ferimentos.
— Temos aqui duas vítimas, e uma das vítimas também é o agressor. E temos mais dois agressores, um cujo temos a cara dele e o outro, acredito que achei uma maneira de prender — ele tirou a foto de Jaehyun do quadro e jogou na mesa. — Esse homem é o começo. Para os oficiais, Jeong Yoon-oh; para os familiarizados, Jaehyun. Então não se enganem ao ouvir o primeiro nome mencionado: ele está sendo acusado por abuso psicológico, físico e agressões.
147-B do CP: o legislador pátrio viabilizou a criminalização da violência psicológica, com regulação própria e diferenciada, outorgando-lhe tipificação específica, portanto, punível. Por oportuno, frise-se que esta é a mesma lei que trouxe o § 13º ao art.
Ele apontou para a foto de Jungwoo e a jogou na mesa também.
— Esse é o nosso segundo agressor, acusado por bullying e violência escolar no período do seu ensino médio contra Kim Taehyung. Como o ambiente escolar deve ser pacífico, o artigo 12, inciso IX da LDB determina aos estabelecimentos de ensino a obrigatoriedade de "promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas". Por este único fato, já o deixa com pena de dois a quatro anos de reclusão e multa.
Jaehyun: pena de reclusão de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave. Porém, se fosse só isso, estaria okay, mas não é; é aumentado em mais 1 (um) ano e mais 3 (três) meses, junto.
— Senhor, mas por que uma das vítimas está sendo colocada como agressor?
— Ótima pergunta, e a resposta é: a nossa vítima de violência escolar, Kim Taehyung, é vítima de abuso psicológico por parte de Jaehyun e bullying por parte de Jungwoo. Entramos aqui no seguinte detalhe:
Kim Taehyung tem um histórico conturbado na família. A mãe cometeu suicídio e o pai dele foi juiz deste departamento nas épocas passadas. De acordo com os papéis, o Juiz Kim encobriu um incidente na família, em que um parente de Jungwoo veio a falecer por conta de Tae. Mas não tinha como julgar, pois eram apenas crianças muito novas, então ficou como morte acidental. Ele não foi julgado por ser menor de idade e não tinha a idade mínima para ser julgado como adulto. Daqui temos o ponto inicial dessa história. Anos mais tarde, ele me entregou que foi diagnosticado com sociopatia, ciúmes compulsivo e ansiedade generalizada. A ansiedade, de acordo com a psicóloga, foi consequência dos maus-tratos escolares, e o ciúmes veio dessa época, também partindo de um sentimento amoroso por um amigo meu. Jungwoo da mesma forma. E anos mais tarde, Tae começou a se relacionar com Jaehyun, durante um período em que a ansiedade se agravava.
Daqui partimos para Han So-hee, uma confeitaria que estava grávida e, por conta de estresse e batidas em seu corpo e na região do útero, perdeu o bebê. Kim tinha ciúmes do seu atual companheiro, Jung Hoseok, com a melhor amiga Han So-hee, casada e aguardando um bebê do Doutor Cirurgião do Hospital particular de Los Angeles, Inmyeon. Trabalhando em enfermagem neste hospital estavam Jungwoo e Kim Taehyung. Jung soube desses ciúmes e alimentou a ira de Kim. Para isso, sequestraram Han So-hee e a mantiveram em cativeiro. Os relatos indicam que, antes de ir ao cativeiro, Tae ingeriu grandes quantidades de álcool, agindo de forma descontrolada com a mulher, que foi encontrada por Jungwoo, levando a um comportamento cada vez mais agressivo. Ela levou 15 pontos na perna por um corte de uma faca enferrujada, além de danos psicológicos e a trágica perda do bebê. Kim não estava ciente da gravidez, mas Jungwoo estava.
Temos gravações e registros de todo o ato, onde, no momento de desistência do plano, Jungwoo ameaça Kim Taehyung de morte caso não continuasse com o que fazia com a mulher, até que ele a soltou e a levou para o hospital para tratamento. Minha sugestão é que comecemos a nos organizar para prender Jaehyun na cafeteria da avenida principal, já que ele tem rondado o bairro onde atualmente mora Kim Taehyung, e que entremos com um mandado de prisão contra Jungwoo no hospital particular central de Los Angeles.
— E como ficaria a penalidade do Taehyung, senhor? — perguntou uma das mulheres presentes na mesa.
— Punição: prisão de até oito anos mais multa. Art. 349 — “Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.” Pena: prisão de até seis meses mais multa — respondeu Min Yoongi.
Enquanto isso, Jung Hoseok despertou, se arrumou e saiu para trabalhar na loja de roupas novamente, junto com Jintaek e Hoojong.
— Gente, eu juro que estou tão esgotado! — Hoseok dizia, sentindo dores nas costas e moleza. — Eu estava bem descansado lá na chácara, mas agora estou tão cansado e com sono.
— Nossa, Hoseok, é a primeira vez que te vejo tão cansado — comentou Jintaek, aproximando-se do amigo, que estava com uma expressão de exaustão. — Você costuma ser uma esponja de energia negativa?
— Eu não sei, acho que de vez em quando isso acontece — respondeu, com um tom mole e desanimado.
— Jintaek, eu estou achando que é resultado de burnout — Hoojong disse, encostando-se no balcão e observando o amigo. — Você andou muito estressado esses tempos.
Jungwoo, ao chegar em casa, irritado e frustrado, jogou as coisas sobre o sofá, tirou a camisa branca do trabalho e resmungou.
— Eu não suporto aquele desgraçado, eu odeio aquela praga — disse, olhando com desgosto para a camisa encharcada de sangue, que jogou sobre a mesa, mantendo as mãos em cima da camisa enquanto encarava um ponto fixo, tentando se acalmar. Jaehyun saiu do quarto, com cara de sono, espreguiçando-se.
— O que aconteceu dessa vez? — ele perguntou, assustado ao ver Jungwoo naquela posição, com tanto sangue no abdômen. — Quem fez isso com você?
— O seu amado Kim Taehyung, aquele filho da puta, veio me encher o saco — respondeu Jungwoo, saindo da posição e respirando fundo, deixando a camisa de lado. — Por que você não atropela aquele filho da puta, hein? E depois faz o que quiser com ele, some, casa à força, e deixa só o Hoseok sozinho.
Mesmo tendo acordado cedo, Taehyung voltou a dormir por mais algumas horas para se recuperar da caminhada. Quando o alarme tocou, indicando que eram 9h40, ele pegou o celular, checou as mensagens e viu uma em especial de seu chefe:
"Bom dia, Kim Taehyung! Seu horário mudou. Agora você trabalha das 18h às 00h. Te espero à noite, obrigado!"
Tae respondeu, confirmando a informação e agradecendo, deixando o celular de lado em seguida. Ele deu atenção aos animais que estavam na cama fazendo companhia, já que Hoseok tinha saído há algum tempo, e depois arrumou algumas coisas da casa antes de sair.
(...)
— Atropelar ele? — Jaehyun recuou, pensativo, e um sorriso ladino de pura malícia surgiu em seu rosto. — Não me parece uma má ideia.
— Se você atropelar ele, pelo menos não vou ter que aturar ele caminhando pelas ruas de Los Angeles sem supervisor, vulgo Jung Hoseok. — Woo cruzou os braços, olhando para Jaehyun, que claramente estava adorando a ideia.
— Vou me arrumar. Tenho planos para hoje, se é que me entende. — Jaehyun deu as costas e caminhou até o banheiro para tomar um banho, se vestir e sair de casa.
(...)
Já arrumado, com roupas confortáveis e um perfume suave, Kim estava saindo de casa, pois não ficaria em casa em um dia tão ensolarado. Ele planejava ver seus amigos e dar uma passada na cafeteria de Jungkook.
Enquanto isso, na loja, com os meninos…
— Já chega, Hoseok! Eu sei o que você precisa para sair desse burnout! — Hoojong exclamou.
— Hum? — Hoseok olhou confuso, levantando a cabeça, enquanto Jintaek estava curioso.
— Você precisa de uma balada! — Hoojong exclamou animado, batendo as mãos no balcão, com os olhos brilhando. O coração de Hoseok bateu mais forte.
— Balada!? — Perguntou, um pouco receoso, lembrando do seu ocorrido inesperado em uma balada. Respirou fundo e olhou para os meninos, se animando de repente. — Você... TEM TODA RAZÃO. PRECISAMOS DE UMA BALADA!
— Boaaa!! — Jintaek comemorou.
— Yes!!
Animados, voltaram ao foco de deixar a loja nos eixos e, enquanto isso, Min, cansado no quartel, estava saindo para o horário de almoço, como prometido, para ver Jungkook e não apenas para comer. Caminhou até lá e, ao ouvir o sino da porta, viu que Jeon estava um pouco menos trajado, sem a jaqueta e sem colete, apenas com suspensórios e hastes de couro que ajudavam a manter a roupa no lugar.
Enquanto os funcionários de Jungkook intercalavam os horários de almoço, aqueles que já tinham terminado suas tarefas, como o pessoal da cozinha e metade do caixa, foram para a pausa assim que deu 12h. Todo dia Jungkook mudava os cargos deles para que não ficassem cansativos e sempre adquirissem experiência.
— Muito bem, pessoal, horário do almoço! No próximo horário é o de vocês, hein? — Ele comentou para Jake, Ryujin e Kai, que ficaram no caixa. Os demais foram para os fundos, que tinham uma bela vista e costumavam almoçar por lá. Jeon, assim que escutou o sino da loja, já esperava a presença de Yoon.
— E não é que veio mesmo! — Jeon comentou ao ver o rapaz se aproximar.
— E por que eu não viria? — Ele riu e abriu um sorriso, acenando para os funcionários de Jungkook, que aproveitavam o horário de almoço para relaxar sentados em uma mesa. — Olá novamente.
Enquanto isso, Tae caminhava pelas ruas do centro de Los Angeles, olhando as lojas em busca de novidades, quando escutou seu celular tocar. Era Jimin ligando.
— Tae, você por acaso está no centro? — Ele perguntou na chamada de voz.
— Estou sim, Min. Por que a pergunta? — Ele ficou surpreso com a precisão do amigo.
— É porque eu estou atrás de você! — Jimin disse. Tae se virou imediatamente, e os dois riram e se abraçaram. — Eu vim pra cá também. O Hoojong tá trabalhando e não imaginei que fosse encontrar meu melhor amigo por aqui.
— Eu não queria ficar em casa, sabe? Só vou trabalhar à noite e hoje o dia está tão gostoso... É tão bom ver que você está aqui. Vamos aproveitar enquanto eles trabalham! — Tae brincou, rindo junto com o amigo. Assim, entraram em uma loja à sua frente, cheia de produtos cosméticos.
— Humm, vai ver você estivesse muito entretido com o seu trabalho — comentou Jimin enquanto caminhavam pela cafeteria.
(...) ★ ☕
— Olá, Sr. Policial! – Os três que ficaram ali o cumprimentaram novamente.
— A Chaewon vai gostar de saber que eles estão de rolo, sim — Ryujin disse baixinho, perto de Jake, que confirmou, dando uma risadinha.
— Você vai querer subir pra ficar na cobertura da loja...? Te garanto que lá é gostoso de ficar — Jungkook perguntou para o rapaz ao seu lado.
— Como estão? Podem me chamar de Min Yoongi, não precisa ser policial sempre — ele sorriu, prestando atenção em Jeon. — Meu trabalho está bem cansativo. — Ao ouvir sobre o terraço, então soltou a frase — Pode me levar aonde quiser, eu vou te acompanhar sempre. Vamos lá. — Comentou de forma casual, dando um sorriso a Jeon enquanto o seguia para a cobertura da loja.
— Estamos bem — responderam em conjunto, olhando entre si quando Min mencionou como podia ser chamado, e depois sorrindo de olhos fechados, mostrando os dentes. Jeon, então, o levou para o andar de cima, a cobertura da cafeteria, que tinha uma decoração especial e confortável. Era linda a vista dali de cima, especialmente para o fundo, onde se podiam ver algumas árvores misturadas com prédios altos de arquitetura vintage.
— Acho que meu maior projeto foi ter inventado esse segundo andar... se eu pudesse, passaria o dia inteiro aqui, só dançando, fazendo minhas comidas e escutando música — ele sorriu e, em seguida, foram para uma mesa mais afastada. — O que está te cansando tanto no trabalho? Você parecia morto hoje mais cedo, como se estivesse à base de drogas, com todo respeito.
— Eu não tinha dormido ainda, estava em crise de epifania constante, tirei um sono na minha sala, e agora estou melhor; era quase uma sensação de estar drogado, mas é só adrenalina no sangue — ele disse, se aproximando e balançando o corpo em direção a KOOK. — Eu acho bonito você dizer que passaria seu tempo só aqui em cima, e de fato, aqui é um lugar reconfortante e tem a sua essência, e isso é algo que eu acho... muito bonito. — Ele falou calmamente, olhando para o ambiente, a vista e cada detalhe do cantinho criado por Jeon, e suas últimas palavras o levaram a voltar a olhar Jungkook.
— Por acaso você já estava drogado antes? — Jungkook o questionou, deixando o rapaz quase sem o que responder. — Obrigado, Yoon... — Jk sorriu, não escondendo as bochechas rosadas. — Passei uma época da minha vida sozinho; mesmo tendo o Taehyung vindo me visitar às vezes, era só eu e meus funcionários... eles são importantes para mim, tanto quanto esse lugar. — Jungkook suspirou, observando o local. — Ainda estou de ressaca da festa do Jin…
— Eu acredito que seja; todos eles são importantes para você, uma soma que foi feita à mão — ele sorriu e passou a mão pelos cabelos de Jeon. — Se eu estava drogado, você perguntou, não estava, mas quase fui viciado por conta da minha desequilibrada família que tenho. No máximo, hoje fumo um cigarro em dias estressantes. Eu cresci por conta própria e sozinho também. Conheci o Hoseok por acaso no acidente da boate que desabou, na primeira vez que eu finalmente me formei na academia policial e terminei a faculdade de criminologia. E, no fim, estou bem aqui, me debatendo com um sentimento bom ao te olhar — contou, afirmando de forma sincera enquanto olhava o horizonte, suspirando levemente. — Está de ressaca ainda? — ele riu brevemente.
— Exato, cuido deles como se fossem meus sobrinhos — ele brincou, sorrindo descontraído. — Você basicamente teve que lidar com viver sozinho desde muito novo; entendo como é. Deve ter sido muito estressante para você, e as drogas, infelizmente, são uma fonte de refúgio — Jungkook, todo bobo, deu uma risada, escondendo o próprio rosto e logo em seguida, voltando a olhar nos olhos de Yoon. — Eu gosto dos seus olhos e seu olhar, são tão lindos — ele elogiou o rapaz, ainda o encarando, como se estivesse flertando. — Uhum, estou. Tanta bebida e tantas coisas para fazer lá, sem contar aquela noite... Foi realmente um dos melhores finais de semana deste ano.
— É, eu só tinha quinze, e, bom, eu não me arrependo nem um pouco de colocar meus pais na cadeia por mim, mesmo depois que cresci. Pais são quem criam, e não foi o que fizeram — ele sorriu, então olhou para o rapaz. — Seu olhar sorri mesmo que você não mostre os lábios. Isso é fofo. E sobre aquela noite... — ele coçou a nuca, flertando com o mesmo à sua frente. — É memorável, realmente.
Min se aproximou de Kook enquanto conversavam e viu o rapaz tímido cobrindo o rosto e encarando seus olhos, enquanto teve um sutil flashback do final de semana passado.
Jungkook estava tão entretido com o fim de semana na chácara que nem se tocou com o que Yoongi comentou antes; ele estava com um olhar encantador e agradecido pelo elogio de Min, se lembrando da noite que tiveram, afinal, Jungkook não estava tão embriagado.
— Ah, desculpa — ele se lembrou do que Min havia dito. — Caramba, acho que nunca escutei isso de ninguém... mas não me surpreendo muito, nesse mundo acontecem tantas coisas…
— Hrm, muitas coisas, né? Eu nem sequer lembrava desse fato às vezes, mas está tudo bem; são só estranhos — ele deu risada. — Bom, acho que ninguém teve coragem o suficiente para te elogiar diretamente, e a partir de agora, vou considerar muito seus funcionários como parentes seus, seus sobrinhos, tá bom? — Ele abriu um sorriso e pegou as mãos de Jeon, balançando os braços.
— Eu também sou tímido em relação a isso; não sei lidar com elogios, sempre fico com uma carinha de bobo — ele riu enquanto brincava, balançando os braços. — Tudo bem, eles de vez em quando me chamam de Tio Kookie ou Sr. Jeon, por birra mesmo.
— Aiai, você e suas crias, pra que filhos? — Min deu risada e rodopiou Kook, trazendo-o de volta para si. — Te prometi uma coisa, não é?
— Prometeu mesmo — ele continuou olhando nos olhos de Min.
— É, você prometeu também. — Yoo puxou Kook para perto e, quando foi se aproximar...
Eles não perceberam a movimentação na escadaria. Não demorou muito e foram as vozes animadas e sorridentes que trouxeram bandejas para os dois, afinal, era o horário de almoço de Kook também.
— Onde o Tio Kook está, Ryu? — Chaewon perguntou, voltando do horário de almoço junto com Danielle e Jay.
— Subiu para o segundo andar com o rapaz misterioso — ela disse, sentando-se enquanto tomava água; naquele momento, a loja não estava com tanta movimentação no caixa.
— Obrigada, vou levar algo pra ele, já que é o horário de almoço dele também — Chaewon disse, pegando alguns docinhos e, certamente, o doce que Jungkook tinha separado para Yoongi. Assim que colocou as coisas em uma bandeja, foram os três para o segundo andar atrás do rapaz que, assim que chegaram, foram à procura. Mal sabiam eles que Jungkook estava nos braços de Yoongi.
Yoongi, ao se aproximar do rosto de Jeon, ouviu passos mais próximos à árvore ali ao meio, já que estavam do outro lado dela. Então, ao ouvir as vozes, ambos se afastaram de forma desengonçada. Yoongi apoiou rapidamente a mão em uma das mesas, disfarçando.
Assim que já estavam perto, vendo que Jungkook não estava na parte da frente, mas sim atrás, eles se esconderam atrás da árvore.
— Olha, são eles ali — ela apontou, toda feliz, vendo que Jungkook finalmente estava com alguém e, então, sentiu uma mão em seu braço, fazendo-a ficar atrás da árvore.
— Shh, faz silêncio, Chaewon — Danielle segurava em seu braço, ficando atrás da árvore, e Jay não deixava de fazer o mesmo, mas, devido à ansiedade de Chaewon, ela os puxou para fora da árvore, mostrando onde estavam e ficando cara a cara com os Yoonkook. Danielle e Jay foram puxados à força e botaram a mão na testa como "meu Deus, não é possível isso".
— Oi, Tio Kookie, oi Sr. Policial, digo, Min Yoongi, desculpa atrapalhar o momento romântico de vocês; eu só vim deixar a sobremesa do almoço de Jeon — ela deu um sorriso embaraçado, começando a dar passos para trás.
— Obrigado pela gentileza, Chaewon, não precisava... — Jungkook envergonhado sorriu para a garota, mas em momento algum deixou de discordar do momento romântico.
— Não tem de quê, Tio Kookie. Agora eu vou indo... Tchau para vocês e desculpa novamente — ela disse, continuando com o sorriso embaraçado. Quando já estava longe o suficiente, pegou a bandeja e correu para as escadas, com Jay e Danielle a seguindo.
Yoongi deu risada e negou com as mãos para a garota.
— Não, imagina, fica tranquila. — Ele sorriu genuinamente, embora por dentro estivesse se divertindo com a situação, e acenou para a garota de forma descontraída.
Após aquele breve momento, Yoongi olhou para Jeon e riu. Então pegou a mão do moreno, puxou-o para si e, sem muita enrolação, selou seus lábios com os de Kook, não se importando se alguém aparecesse novamente.
Antes de descer, Jay ficou para trás, observando se algo mais aconteceria enquanto as meninas já estavam descendo.
— O Tio Kookie tá namorando! — Chaewon exclamou, eufórica, ao se dirigir ao pessoal do caixa, batendo as mãos animadamente. Depois correu para os fundos, onde faziam o horário de almoço. — PESSOAL, O JUNGKOOK TÁ NAMORANDO! — Ela gritou, já que só havia funcionários naquela área. A animação tomou conta de todos ali, incluindo os que estavam no caixa.
Agora aparentemente sozinhos, Jungkook se envolveu com o corpo de Yoongi, colocando os braços em volta dos ombros e selando seus lábios carinhosamente. Jay, que estava escondido, arregalou os olhos e desceu para a área dos fundos.
— É real e oficial, galera! Eles acabaram de se beijar! — Jay, eufórico, se juntou à animação do pessoal.
— Iiiih, Jeon Jungkook virou Maria Batalhão, é? No caso, Mário... — Gaeul soltou uma piadinha.
Min sorriu durante o beijo e levantou Kook do chão, segurando-o pela cintura antes de sentá-lo em uma das cadeiras. Jeon ficou em pé entre suas pernas e ajeitou os cabelos do moreno.
— Eu dei um beijo, mas estou querendo outro... — ele disse, rindo.
Enquanto isso, lá embaixo...
— O quê?! Agora eu queria ver isso, que bonitinho! Mas nossa, Gaeul disse que ele é grande também, o policial Min. Realmente, é um batalhão! — ela riu e foi até a beira da escada.
Jeon arregalou os olhos ao ver a atitude de Min, que lhe trocava de posição, e então deu um sorriso levemente malicioso.
— Saindo do trabalho para ir dar beijos em outra pessoa? Vê se pode isso, policial! — Ele brincou com o rapaz, que estava sentado com as mãos atrás da nuca. Min puxou levemente, inclinando a cabeça de Jeon e selando os lábios calorosamente novamente.
— Tô falando que não sou só eu que faço essas piadinhas — Ryujin entrou na área dos fundos, trocando de lugar com Yuna, que já havia acabado seu almoço. — O Senhorito Jeon Jungkook tá namorando mesmo?
— Não sabemos, mas que eles se beijaram no terraço da cafeteria, isso é real — Jay respondeu a Ryujin enquanto pegava um copo de água no bebedouro antes de voltar à loja.
— Eu esperava todo tipo de relação. Viu? Com a vida de Maria Batalhão, é um caminho sem volta — Gaeul lamentou ironicamente. — Meus pêsames para o Jungkook.
— Que pêsames o quê, menina? Ele é todo bombadão, todo malhado, posturado — Kai comentou.
— Mas não é qualquer pessoa que estou beijando... Sr. Barista — Yoongi disse antes de ser beijado, apertando sutilmente a cintura de Jeon e aprofundando o beijo, mordiscando os lábios do moreno. Na separação, distribuiu selinhos pelas bochechas de Jeon e no pescoço, deixando uma marquinha avermelhada sutil. Pegou um doce e deu para Jeon, mordendo um pedacinho, enquanto aproveitavam a vista. Não demorou para descerem, e na escadaria Min encostou Jeon contra a parede, roubando um beijo intenso antes de descer tudo.
— Foi bom nosso tempo juntos — ele sorriu, descendo as escadas com o moreno segurando sua mão. — Preciso que você faça uma coisinha antes de ir embora. Vai lá deixar o avental na salinha de funcionários e volte aqui, tenho algo para você.
Jeon aproveitou aquele pouco tempo que tinha de seu horário livre com a pessoa que mais queria ao seu lado. Era algo novo para ele, depois de tanto tempo se encontrando apenas para amassos e beijos. Sentia cada emoção à flor da pele, lembrando dos lábios macios de Yoongi, que deixavam marquinhas agradáveis em seu rosto e pescoço. Ele passava a mão na nuca do rapaz, sentindo o calor e a ofegância.
Assim que se separaram, indo até o início das escadas, Jeon escutou atentamente.
— Foi mesmo, gostei da sua companhia — Jeon disse, sorrindo genuinamente, enquanto soltava a mão devagar para ir deixar o avental. — Tudo bem, eu já volto então...
Ele correu, e no caminho, ninguém disse nada; apenas se olharam. Ao deixar o avental na salinha, voltou rapidamente para onde Yoon estava.
— Preparado? — Yoongi perguntou, ao ver o rapaz pulando de volta, escondendo algo atrás das costas.
— Estou sim — respondeu Jeon, claramente animado, com os olhos brilhando.
— Então tá bom — Yoon disse, apontando para a porta dos fundos. Ele percebeu os funcionários curiosos e acrescentou — Se preferirem, podem sair; não vai atrapalhar em nada. — Ele riu e voltou sua atenção a Jeon. — É só uma coisinha que me fez lembrar de você esses dias.
Então, Yoon se ajoelhou e abriu uma caixinha vermelha na frente de Jungkook.
— Vamos, pessoal, eu quero variar também! — Kai sussurrou ao ouvido dos outros, que saíram um atrás do outro, voltando ao trabalho, exceto os três que ainda não tinham almoçado. Jungkook, animado, observou Yoongi ajoelhado, seu coração palpitando de emoção.
Os olhos de Jeon se arregalaram ao ver a pulseira de conchas e os anéis verde-água com uma pedraria linda.
— E se ele já estava namorando e vai casar e a gente não sabe? — Chaewon comentou com Gaeul ao seu lado.
— Duvido nada, Jungkook já deve ter tido uns 30 filhos com ele — Gaeul respondeu.
Min levantou, colocou a caixinha no balcão e pegou a pulseira, ajustando-a no pulso de Jeon.
— Acho que você está se perguntando por que a pulseira e os anéis estão voltados para o mar. É porque... — ele disse, colocando a pulseira no pulso de Kook — você é leve, calmo, e sua serenidade é como maresia. Não preciso de muito para ficar em paz; só preciso do som da sua maresia, que escolhi ouvir e apreciar. — Ele mostrou seu próprio pulso, onde tinha uma pulseira igual. — Agora, o anel você pode escolher qualquer um dos dois; não precisa escolher a florzinha necessariamente. — Ele sorriu, mirando Jeon. — Você me deixa fazer parte da sua praia e sentir a sua maresia?
Embora fosse algo sutil e informal, era a forma que Yoon encontrava para expressar seus intensos sentimentos. Parecia até um pedido de namoro, mas isso ficaria a critério do casal.
Com Yoongi à sua frente, Jungkook tinha toda a atenção voltada para ele. Era como se tudo ao redor tivesse ficado em modo mudo, e somente a voz de Min ecoava em sua cabeça. O que ele não esperava era que a cafeteria inteira, incluindo funcionários e clientes, estava prestando atenção no momento. O sino tocou, indicando a chegada de clientes.
Jeon estava abismado com a dedicação e força de vontade de Yoongi. Admirou a pulseira com detalhes praianos e do mar, e ao escolher um dos anéis, retirou-o da caixinha.
— Você acha que eu vou escolher esse só porque é mais delicado? — Ele riu, olhando para o rapaz. — Na verdade, sinto que ele é seu. Ele brilha como seus olhos e seu sorriso, e essa flor... é você que floresceu em mim desde que te conheci. — Então pegou a mão direita de Yoongi e colocou o anel em seu dedo. Seu coração palpitava, acelerado, e ele sentia a felicidade no peito. — Mas é claro que eu aceito; você é o elemento que faltava na minha praia!
Todos ao redor estavam esperando pelo beijo, prontos para aplaudir e assobiar. Taehyung e Jimin, que acabaram de entrar, pegaram o melhor momento. Kim, vendo a cena de canto, gritou.
— Boraaa, e o beijo? Nada ainda? — O pessoal riu com o comentário.
Yoongi permaneceu sereno, sorrindo e ouvindo as palavras de Jeon, que estava radiante. Quando Jeon fechou a mão em punho, vendo o anel em seu dedo, ele pegou o anel mais grosseiro e colocou na mão direita de Jeon.
— Agradeço e fico feliz em ouvir isso — ele disse, rindo enquanto os outros aplaudiam e assobiavam. Olhando para Jeon, e ouvindo as vozes dos amigos atrás dele, virou-se e riu, vendo os funcionários de Kook também surpresos e felizes. Então, puxou Kook para seus braços, segurando-o entre o pulso e a palma da mão e selando os lábios do rapaz, porque Min nunca deixava passar as provocações dos amigos. Após o beijo surpresa, colocou Jeon de pé novamente e bagunçou seus cabelos.
Com o beijo, todos aplaudiram, assobiaram e fizeram um alvoroço na cafeteria, transformando aquele momento em uma festa inesperada. Jeon, por outro lado, estava tão quente quanto envergonhado, mas era pura alegria.
— Eu sabia, eu sabia, Jake! — Chaewon pulava incansavelmente, segurando as mãos de Jake, que ria à toa pela animação da garota. Então, ela pulou nos braços dele, dando um abraço apertado.
— Esses gays de hoje em dia... — Ryujin revirou os olhos, em pura brincadeira, mas logo se juntou aos aplausos e assobios.
— Para com isso, você também é gay, Ryujin. Acha que não sabemos da sua queda pela Chaeryoung? — Yuna comentou ao lado.
— Silêncio, Yuna! — Ryujin ficou imediatamente envergonhada e pensativa, enquanto a garota ao seu lado ria.
Depois que Jungkook selou a união com o beijo, ele ainda tentava raciocinar sobre o que estava acontecendo, rindo ao ver todos alegres e seus cabelos bagunçados. Kim e Jimin se aproximaram.
— Finalmente, hein Jungkook? Desencalhou, hein? — Jimin brincou, dando um toque no braço do rapaz.
— Fico feliz que vocês tenham encontrado alguém que os faça felizes... — Taehyung comentou. — Não sabia que o horário de almoço rendia eventos novos.
— Não era pra ser só um almoço, nada demais, eu só vim dar "oiê" — Yoon disse, rindo. — Agora vocês dois são tios. Olha aí os filhos do Jeon na frente de vocês! — Ele se referiu aos meninos e meninas da cafeteria.
— Juro que alguém chamou o tio Jeon de Maria Batalhão — Jay soltou, já rindo.
— Algo bom é sempre inesperado — Kim brincou, olhando ao redor e vendo as meninas e meninos da cafeteria correndo com bandejas cheias de docinhos. — Tudo isso de filhos, Jungkook?
— Pessoal, são cortesias da casa em homenagem ao nosso chefe mais incrível do mundo, Jeon Jungkook! — Chaewon anunciou alto para que todos escutassem e aceitassem os docinhos.
— Disse pro Yoon que são meus sobrinhos. Eu os considero tanto. Cuido até demais de alguns aqui — Jeon comentou para os amigos, enquanto Danielle, Gaeul e Chaewon se aproximavam.
— Não sei se você está adotando, mas eu fico com essa aqui — Jimin disse, enquanto Gaeul passava com a bandeja.
— Aceita, tio? — Gaeul perguntou, estendendo a bandeja.
— Obrigado, meu bem — Ele pegou alguns docinhos. — Ela tem a mesma carinha e essência do Hoojong; eles se dariam bem.
— E eu fico com essa aqui — Tae se referiu a Danielle, que passava com a bandeja. — Ela é ondulada igual a mim; nos daríamos bem — ele brincou, aceitando os docinhos e agradecendo, enquanto a garota sorria agradavelmente.
— Quem será essa pessoa que chamou o Tio Jeon de Maria Batalhão, hein? — Gaeul fez uma cara de quem não sabia de nada.
— Foi você, Gaeul! — Chaewon comentou, um pouco mais alto, para que todos ouvissem.
— Mal casei e já virei pai, que adorável, eu gostei — Yoongi riu ao ouvir sobre Maria Batalhão. — Vocês me acham tão grande assim pra ser chamado de batalhão? — Ele abraçou Jeon de lado, de forma sutil, e pegou alguns docinhos com Jay.
— Você é a cara da Liz; ela tem os olhinhos de gatinho que nem os seus, amor — Jungkook comentou, apontando para a garota que passava.
— Com todo respeito, tio, você é bombado, é todo alto e posturado — Kai disse do outro lado do balcão, enquanto atendia um cliente.
— Misericórdia, sou posturado por causa do colete, nada demais — Yoongi riu e deu um abraço sutil em Liz, passando em silêncio. — Então, essa aqui é minha, Jê? — Ele olhou para os meninos. — Sabe o filme "De repente pai"? — Ele deu risada e brincou.
— Aham, sabemos — Beomgyu disse enquanto ajudava Kai no trabalho. Liz, que passava por ali, sentiu um abraço sutil e logo paralisou devido à timidez.
— Ela mesma — Yoongi sorriu, divertido. — Ela é toda tímida, mas tão simpática, carinhosa e carismática.
— Pai cedo desse jeito, Yoongi, com uma menina já grandona? Planejaram antes do casamento? — Tae comentou.
— É, talvez estivéssemos juntos em segredo e vocês nem desconfiaram — ele comentou, soltando Liz sutilmente e acariciando o topo da cabeça dela. — Agora, se você me disser que algum deles toca piano, você brinca comigo e será meu filho legítimo.
— Do jeito que o Jungkook e você são, eu não duvido de nada — Jeon deu de ombros, como se aquilo não fosse culpa dele. Quando os três escutaram o pronunciamento de Yoongi, olharam entre si. — É... Vamos fingir que não teve o dia em que a Liz trouxe o teclado para a cafeteria e tocou em um concerto musical... — Tae disse, coçando a nuca, enquanto Liz se aproximava com a bandeja.
— Os senhoritos aceitam docinhos...? — Ela perguntou com uma voz suave e tímida.
— Aceito sim, meu bem — Taehyung pegou alguns doces da bandeja, e logo a menina se curvou em respeito ao sair. — Pois é, ela até parece que nasceu com o dom. Às vezes, Jungkook a deixa sem os trabalhos comuns da cafeteria só para ela tocar o dia todo e dar show, o que acaba atraindo muitos clientes — Tae comeu um dos docinhos que tinha em mãos. — Palavras de alguém que já trabalhou e de vez em quando dá as caras por aqui!
— Bom, se um dia ela quiser tocar no teatro central da cidade ou assistir a uma apresentação, um dia levo ela para me acompanhar — Yoongi comentou, lembrando-se das vezes em que tocou e se sentiu leve e tranquilo.
— Tem que perguntar a ela... Ela é bem ocupada com a escola, o ballet e os instrumentos musicais. Fora o trabalho daqui... Nas férias, costuma ficar mais tempo, mas durante a semana de aula, são poucas horas — Jungkook respondeu. — Acredito que ela iria adorar; é apaixonada por piano e teclado.
— Bom saber, pelo menos terá como se programar — Yoongi sorriu.
Enquanto os rapazes estavam felizes e animados, Hoojong, Jintaek e Hoseok também se divertiam na loja de roupas já fechada, se preparando para a balada.
“Estou querendo ir a uma balada hoje, quer ir comigo?” [mensagem enviada agora mesmo para Chanyeol] (recebida e lida).
“Claro! Você me deve uma saída há tempos, agora finalmente vai acontecer! rsrs” [resposta de Chanyeol].
†
Horas depois, Taehyung caminhava sozinho pelas ruas estreitas do centro de Los Angeles. Mais cedo, por volta do almoço, ele recebeu uma mensagem informando que voltaria a trabalhar no dia seguinte, pois estavam cobrindo uma folga pendente. Ele aproveitou para ficar mais um tempo no centro, procurando um mercado para comprar algo diferente para comer. No entanto, uma sensação estranha o deixava arrepiado, como se alguém o estivesse seguindo. Ao olhar para trás nas ruas escuras, ouvindo passos, ele parou, o coração palpitando. Não havia ninguém.
— Deve ser coisa da minha cabeça... — ele murmurou para si mesmo, virando-se para continuar seu caminho. Mas antes que pudesse relaxar, ouviu o barulho de uma lata sendo amassada e revirada no chão, como se alguém tivesse pisado. Imediatamente virou-se, vendo uma figura alta, vestida de preto, que se aproximava com a respiração ofegante. Sem hesitar, começou a andar mais rápido. — Filho da puta...
A figura que se escondia na escuridão era Jaehyun, que seguia Taehyung cautelosamente, mas foi pego no flagra.
— Andando sozinho na rua a essa hora, Kim? — Ele acelerou os passos enquanto Taehyung aumentava o ritmo. — Seu namorado não deveria estar com você? Ou você não devia estar trabalhando? — A voz e os passos pesados das botas de couro de Jaehyun se aproximavam.
— Me deixa em paz, Jaehyun, eu não tenho nada pra você! — Taehyung respondeu, com a respiração acelerada, lutando contra as sacolas que pendiam em seus pulsos.
— Ou melhor... — Jaehyun soltou um riso apavorante. — Vai ver ele não está se arrumando para sair e engravidar outra puta por aí.
— Vai se foder, Jaehyun, me deixa em paz, seu desgraçado! — No pânico, Taehyung começou a correr desgovernadamente pelas calçadas do centro de Los Angeles. O primeiro lugar que lhe veio à mente como refúgio foi a loja de Hoseok. Ele não olhou para trás, sabendo que Jaehyun era mais rápido e que precisava dar tudo de si para escapar.
— FILHO DA PUTA, VOLTA AQUI! — Jaehyun gritou, sem hesitar em correr atrás dele.
Enquanto isso, Chanyeol, com seus cabelos vermelho-sangue, adentrava a balada acompanhado de Jung Hoseok, Hoojong e Jintaek.
— Olha aqui para a foto, Hoseok! Esse evento canônico não acontece todo dia de nos encontrarmos e sairmos para algum lugar — Chanyeol comentou, apontando o celular e tirando uma foto, postando em um chat privado apenas avisando que estava fora de casa com amigos.
— Bem, agora vamos aproveitar; a noite é uma criança, não é mesmo? — Hoseok falou ao ouvido de Chanyeol.
— Claro! — Chanyeol sorriu, animado, mas um pouco estranho, enquanto acompanhava Jung, que o arrastava para o local. O ambiente fechado, fresco e com péssima iluminação ainda causava ansiedade em Hoseok, mas, com os amigos ao seu lado, ele não deixaria de aproveitar aquela noite.
A respiração de Taehyung estava ofegante de tanto cansaço; era um desafio correr de Jaehyun, que tinha porte grande e agilidade impecável.
— TAEHYUNG, ESPERA! — Jaehyun gritou, correndo atrás do rapaz, que tentava se despistar em meio a postes e árvores. Mas, quando menos esperava, ele o alcançou, prendendo-o na parede pelo pulso direito.
— Me solta, Jaehyun! — Taehyung se debatia, tentando se soltar. — Se você não me soltar, eu vou gritar. É uma pena que eu não tenha nada para enfiar no seu olho e sair correndo.
— Escuta, caralho! — Ele pressionou Taehyung, que o olhou apavorado. — Você sempre foge de mim, fica difícil ter uma conversa civilizada.
— Oh céus... — Taehyung virou o rosto, dando uma risada nervosa. — Você esqueceu do que fez comigo anos atrás? Você tentou me matar, seu filho da puta. Tentou me sufocar! — Ele encarou Jaehyun com lágrimas de ódio nos olhos.
— Eu não vivo no passado, Taehyung — Jaehyun suspirou, soltando aos poucos o pulso do rapaz. — Fiquei sabendo do que você fez com Jungwoo hoje mais cedo.
— Ótimo que você sabe, não precisa tirar satisfação comigo — Taehyung respondeu, tirando brusco o pulso da mão de Jaehyun.
— E agora, para onde você vai? — Jaehyun deu um passo atrás, se afastando um pouco.
— Para o mercado — Taehyung disse, com a voz firme.
— Eu te acompanho até lá e você me conta o porquê de ter feito aquilo com Jungwoo. Depois, eu te deixo livre — Jaehyun ofereceu, mantendo um tom de serenidade. — Desde que você não seja escandaloso, eu te deixo em paz e Hoseok não precisará se preocupar em ir à polícia denunciar um sequestro — ele disse, em tom brincalhão, mas Taehyung não estava para brincadeiras. — Estou brincando.
Taehyung respirou fundo, fechando os olhos e soltando o ar com toda a força. Ele olhou para Jaehyun e começou a andar calmamente.
— Se quiser me acompanhar, que seja agora. Estou com fome — Taehyung começou a caminhar, tenso e com medo de que Jaehyun fizesse algo.
Silenciosamente, os dois caminhavam lado a lado. Jaehyun se manteve calado até chegarem ao mercado, para não assustar Taehyung mais do que já estava. Assim que entraram no estacionamento, ele se aproximou um pouco mais.
— Eu já sei o que você vai perguntar e, antes que eu precise escutar sua voz torturante, vou lhe dizer. Jungwoo estava de cúmplice comigo. Nós íamos matar a Han Sohee, mas me arrependi e decidi não cometer o ato, então tirei ela do local. Mas ele é tão filho da puta que me fez o favor de contar para aquele maluco louco, o marido dela — Jaehyun disse, sem olhar para Taehyung, que prestava atenção em cada palavra. Enquanto caminhavam, pegaram uma cesta e foram pelos corredores cheios de produtos. Taehyung escolheu ingredientes para fazer lasanha e, enquanto isso, pegou um salgadinho e uma garrafa de vinho. — Não me surpreenderia se você estivesse no meio disso. Você não me engana, Jaehyun. Eu e você somos idênticos; a diferença é que eu sou mais vulnerável.
— Por que somos idênticos? — Jaehyun perguntou, enquanto se posicionava em uma das filas do caixa.
— Você também é ciumento e faria de tudo para sumir com quem se envolve com o que é seu. Sem contar seu ciúme retroativo; você teve ciúmes do seu próprio primo, Chanyeol, comigo — Taehyung soltou uma risadinha, lembrando do evento. — Ah, e você também gosta de se embriagar e fazer as coisas desse jeito, para não se sentir culpado. Porém, você é muito mais sádico e psicopata. Acha que eu não sei quem você já colocou a sete palmos abaixo da terra? — Ele riu novamente, deixando Jaehyun surpreso com tanto discurso vindo de Kim Taehyung.
— Está vendo como somos idênticos? Você deveria ficar comigo; pelo menos eu não te faria sentir insuficiente por não conseguir me dar um filho. Eu sou fiel, e você sabe disso.
— Você deveria passar esse gloss aqui — Taehyung pegou um superbonder exposto ao lado do caixa. — Para fechar essa merda que você chama de boca.
Enquanto isso, Chanyeol estava se divertindo na pista de dança com Hoojong, Jintaek e Hoseok, que tentava esquecer o tipo de local que era aquele, lidando com a sensação de desespero e a falta de ar que o atingia por causa dos flashbacks de seu acidente. Ele respirou fundo e ergueu o copo com os amigos.
— Brinde à noite dos homens! — Eles gritaram enquanto tocava um remix energético de "Futuro Fluxo" da Gloria Groove. Estavam entre risadas e jogos onde o perdedor tinha que tomar alguns shots, um famoso teste de resistência do fígado, até jogaram cartas no meio da loucura, rendendo boas risadas e constrangimentos confortáveis e memoráveis.
— Aí, você está melhor? — Chanyeol perguntou a Hoseok.
— Tô bem melhor; passou a sensação de falta de ar — ele sorriu, acendendo um cigarro que Yoongi havia lhe dado uma vez.
— Eu disse que ia acabar com seu trauma — Chanyeol disse, tomando o cigarro dos dedos de Hoseok, tragando e devolvendo.
— Filho da puta esperto — Hoseok riu.
Na fila do caixa, Jaehyun soltou uma risada genuína ao ouvir a piadinha de Taehyung sobre a cola superbonder.
— Você é engraçado, Taehyung; gosto disso em você — Jaehyun disse, enquanto acompanhava Taehyung passando as compras no caixa.
— Eu sei, Jaehyun, obrigado. O Hoseok também acha isso — Taehyung piscou para ele, terminando de passar suas compras. Depois pagou, e Jaehyun pegou as sacolas.
— Pode devolver; não preciso de ninguém para segurar minhas compras — Taehyung disse, tomando as sacolas das mãos de Jaehyun e as posicionando nos punhos.
— Agora que já te acompanhei até o mercado, posso te deixar em paz — Jaehyun sorriu. Antes que Taehyung pudesse se mover ou agir, ele roubou um abraço do rapaz, que permaneceu rígido. — Espero que algum dia você entenda que, se eu não tiver você, ninguém mais terá.
— Cai fora dessa ideia, Jaehyun — Taehyung empurrou o rapaz, mesmo com as sacolas pesadas. — O dia que eu estiver solteiro e à beira do suicídio, você me procura. Tchau para você também.
Taehyung se despediu, olhando nos olhos de Jaehyun, e seguiu um caminho oposto ao dele, indo para a direita enquanto Jaehyun ia para a esquerda. Tranquilo, Taehyung caminhava de volta para casa pelas ruas do centro de Los Angeles, agora um pouco mais calmo, mas algo dentro dele o intrigava. Ele aproveitou para beliscar o salgadinho que havia comprado, tentando afastar os pensamentos perturbadores.
Enquanto isso, na balada com os rapazes…
— Hoseok, eu sinto que você está bem triste desde nossas conversas por mensagem na semana passada. O que tem te deixado assim? — perguntou Chanyeol, enquanto fumava com ele, o cheiro do cigarro misturado ao perfume forte da balada.
— Nossa, tá tão evidente assim que não ando bem? — Hope riu, tragando o cigarro e olhando para Chanyeol com um brilho nos olhos, mas sua expressão estava um pouco turva.
— Não está evidente, mas eu te conheço o suficiente para perceber isso agora pessoalmente. — Chanyeol deu uma risada. — Não é que eu esteja aproveitando, mas já que estamos bêbados o suficiente para conversar, tá valendo que vamos lembrar disso.
— Cala a boca — Hoseok deu uma risada, empurrando o ombro dele enquanto se escorava no sofá. Ele estava meio descontrolado, deslizando na superfície do assento, como se a música envolvesse seu corpo. Os amigos dançavam na frente, mas Hoseok quase não ouvia nada além da voz de Chanyeol, como se tudo estivesse em câmera lenta, uma névoa de sons e luzes.
— Sabe, você tem razão. Eu tenho o Jintaek, o Hoojong, você, amigos incríveis... O Tae e todo mundo que conheço, mas sinto uma infelicidade por minha causa — ele riu, ainda fumando, mas a risada soava um pouco mais amarga. — Não me entenda mal, eu amo o Tae, mas acho que não estou fazendo bem para ele, como antes. É quase como um efeito espelhado.
— Efeito espelhado, Hoseok? — Chanyeol riu, um pouco confuso. — Você quer dizer que tudo que faz, suas ações, acaba refletindo no Tae?
— Exatamente — ele concordou, balançando a cabeça de maneira exagerada, como se cada movimento fosse um esforço.
— Certo, eu sei que meu primo não foi a melhor pessoa do mundo enquanto ficou com o Tae, mas você tem certeza que é isso mesmo? — perguntou, olhando para o teto espelhado da balada, as luzes piscando refletindo em seus olhos.
— Sim, acho que sim. Não tenho mais saúde para provocar seu primo. Que graça isso tem? Tanto faz se ele vai ter uma vida boa ou ruim, não quero estar no meio disso. A Sohee está desse jeito por minha causa, o Jae tá ligado a mim, Jungwoo principalmente a mim... Se tudo volta para mim, por que o Tae tem que sofrer as consequências? Não seria mais fácil se o Yoongi nunca tivesse me salvado?
Hoseok falava de forma sincera, mas suas palavras saíam arrastadas, como se tivesse que pensar mais do que o normal. Ele olhava fixamente para o espelho do teto, sua imagem distorcida, e parecia perdido em seus próprios pensamentos, a expressão entre a tristeza e o humor leve que a bebida trazia.
— Já sabe o que vai fazer para acabar com tudo isso? — Chanyeol perguntou, baforando a fumaça, o olhar preocupado.
— Não, mas eu sei que ir ao tribunal, como o Yoongi disse, não sei se me deixaria melhor. Acho que só me sentiria pior — ele riu, mas a risada saiu seca. — Pensa comigo: você estaria só com o Jintaek e o Hoojong aqui, esse momento não existiria, meu mal-estar não existiria. Talvez a Sohee ainda tivesse o bebê, estaria bem. Seu primo seria preso pelo Yoongi, o Jungwoo estaria preso ou trabalhando naquele hospital... E o Tae estaria mais em paz. Você talvez estaria com ele, ou com alguém que eu conheço. Olha só que coisa boa, essa dor de cabeça jamais existiria se eu não estivesse aqui. — Hoseok sorriu, mas havia uma tristeza escondida no fundo do olhar.
Chanyeol ouviu, mas estava desacreditado que esse era o nó na garganta do amigo. Ele se lembrava de como Hoseok só havia se aberto para ele por mensagem, quando perceberam a conexão que criaram ao contarem as dores um do outro. Agora, ao ver Hoseok ali, balançando a cabeça e soltando risadas entrecortadas, a preocupação aumentava.
— Vamos beber, hum? — disse, pegando um copo e entregando a Hoseok, apagando o cigarro e virando a bebida forte que parecia água. Hoseok olhou para o copo como se fosse a solução de todos os seus problemas.
— Uuuh, vamos dançar! — Jung puxou Chanyeol para a pista, onde jogavam água em todo mundo.
De qualquer forma, o coração de Taehyung ainda se sentia angustiado, não sabendo se era por causa da presença e toque de Jaehyun, que sempre afligiam seu coração. Ele continuou a caminhar pela calçada em silêncio, ouvindo apenas o barulho dos carros que passavam lentamente naquela rua movimentada. Ao passar pela cafeteria, olhou para os dois lados, viu que não havia carros e começou a atravessar. Mas antes que pudesse terminar, um carro de alta velocidade vinha em sua direção.
— Se eu não posso te ter, ninguém jamais poderá! — Dentro daquele carro preto estava o antagonista da vida de Kim Taehyung, que jurou por tudo que era sagrado que ninguém jamais teria seu amado.
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