Capítulo 29 No caminho da Justiça
Jeong Yoon-oh, recentemente mais conhecido pelos moradores de Los Angeles como Jaehyun, estava sendo encaminhado para o presídio, distante da cidade.
Seu direito permanecia o mesmo: ele podia procurar um advogado, mas não ficou encarregado disso, já que sua família daria um jeito. Seus dias se tornaram entediantes atrás das celas e, apesar de tudo, tinha uma cela unicamente para si.
A reunião com o novo advogado que Dan-Tae providenciou para Yoon-oh foi tranquila. Apesar de tudo que estava passando, tinha a certeza de que não ficaria livre da prisão, mas nutria a esperança de que pelo menos recebesse uma pena menor diante dos seus crimes, ou até mesmo prisão domiciliar. Honestamente, uma hipótese não muito alcançável.
(...)
Dias se passaram e a situação com Taehyung e Liz melhorou. Finalmente, ambos teriam alta e poderiam ir para casa, mas ainda assim sob acompanhamento médico. Taehyung continuava com o gesso na perna, assim como Liz com o seu gesso no braço.
Depois de longos e dolorosos dias, os Kims finalmente puderam se sentir mais à vontade e voltar para casa. Na saída do hospital, foram para a casa de Jin passar a tarde e aproveitar o bom dia ensolarado que fazia. O tempo por lá era ótimo, com a casa centralizada em meio a adoráveis árvores. Jungkook ficou no hospital com Yoongi, que ainda estava recebendo tratamento, mas melhorando a cada dia. Logo seria liberado.
— Como se sente, Tae? — Jin perguntou, sentando-se na cadeira da mesa dos fundos, sentindo a brisa do vento e os poucos raios de sol que as folhas das árvores deixavam cair sobre o quintal. — Tem certeza de que não vai ter um surto no tribunal?
— Acho que não terei — Tae sorriu. — Estou nervoso. Não sei o que Namjoon pode me esperar no tribunal; ele é um cara gentil e amigável... Mas, quando se trata de trabalho, parece bastante rígido.
— É o trabalho dele, Tae, apenas isso. Ele tem que diferenciar a vida pessoal da profissional... e às vezes, levar isso em consideração — Jin tomou um pouco do suco que estava na mesa onde se sentava.
— É, você tem razão... desde que eu não vá para trás das celas, estou honestamente feliz — soltou uma risada e sentiu o vento gelado passar por eles.
Riram juntos. Jin olhou para trás, vendo os meninos conversando entre si; na casa, estavam apenas os casais e o Jintaek.
— Eles parecem bem entretidos — observou com detalhe como cada um deles conversava e gesticulava. Ergueu a sobrancelha ao ver a proximidade entre Jimin e Namjoon, mas não se importou muito. Logo se virou para Taehyung.
— Acho que esse círculo social precisa de uma criança — comentou Jin. — Sei que temos a nova integrante, Liz, mas ela já é adolescente... Uma criança faria bem ao grupo.
— A Sohee estava grávida — Taehyung comentou, olhando para um ponto entre aquelas árvores e arbustos. O olhar era vago.
— A SOHEE O QUÊ? — Jin se espantou com a notícia, mas logo se conteve para não chamar mais atenção. — Taehyung... não vai me dizer...
— Ela perdeu o bebê... devido às agressões que fizemos contra ela... Lembro dela chorando no meu quarto. Que cena terrível, eu até me arrepio — olhou para o braço, com os pelos arrepiados, e mostrou ao amigo.
— Meu Deus... por esse ponto eu não esperava — Jin respirou fundo. — É uma pena... Sinto muito por ela.
— É... eu também... — ele brincava com o gesso, acariciando-o.
— O Hoseok não pensa em ter filhos? — olhou para o rapaz, que estava um pouco distante, e logo voltou a olhar para Tae.
— Honestamente, não faço ideia. Não sei se ele adotaria... Também não quero barriga de aluguel; me dá arrepios na espinha pensar nisso... — suspirou. — Odeio esse assunto.
— Odeia porque quer ter um filho e não sabe como. Para com isso, besta, vai dar tudo certo... em breve terei um sobrinho, hum, hum? — brincou com Taehyung, fazendo cócegas na barriga, e o rapaz caiu em gargalhadas.
Hoseok, por sua vez, estava no hospital visitando o amigo ainda hospitalizado. No quarto, como antes, ele entrou e se sentou na beira da cama, vendo que Yoon estava mais saudável.
— Opa, meu parceiro, você está melhor estes dias? — perguntou Hoseok, observando a fisionomia do amigo.
— Poxa, nem me fale — Yoon cumprimentou o amigo com um braço livre. — E você, está melhor? Estava bastante baqueado.
— Estava, é? — coçou a nuca. — Acho que só vim digerir o que aconteceu há alguns dias. Realmente, não estou com muita disposição ultimamente.
— E isso tudo fez você pensar no seu relacionamento de novo? — perguntou, tentando ver a feição baixa de Hoseok.
— Sim — suspirou. — Bastante, na verdade. — Olhou para Yoon.
— Você pretende dizer a ele quando? No dia do tribunal? — questionou, entendendo pela expressão de Hoseok e a falta de ânimo.
— Acho que no dia do tribunal não. Mas não acho momento melhor do que este para dizer a ele — ele sorriu um pouco sem graça. — Preciso de um tempinho sozinho para raciocinar sobre tudo o que aconteceu de uma vez que caiu no meu colo — deu um riso nasal no final.
— Notei que você estava abalado demais ultimamente. Às vezes, até se distraía de uma conversa e não estava ouvindo. Você tem pensado bastante. Dê um descanso para você; você anda muito tenso. Eu apoio sua decisão, ou você vai converter isso em uma bomba-relógio de estresse.
— É verdade — ele riu.
— Mas... aquilo lá, é por isso que você quer um tempo? Para planejar tudo sem que nada dê errado? — ele deu um soquinho no braço de Jung.
— Às vezes, tenho uma raiva de você ser tão bom em leitura facial. Que droga! Sim! — ele riu, reclamou e concordou com o amigo.
— Então, não vai ser tão triste tudo isso, no final das contas — Yoon sorriu.
— Claro que não será, mas para acontecer precisa ser um pouco no começo — ele disse, um pouco decepcionado por ser um começo meio triste para que tudo fosse bom depois, juntando os lábios em um beiço. — Mas tudo bem, eu já me decidi.
— Mas agora uma pergunta importante: você não vai ter ou adotar uma criança pra você, né? Você tem tanto jeito com crianças na loja de roupas — questionou Yoon, curioso.
— Ah, isso... — ele sorriu. — Quero, mas preciso dar um jeito primeiro. Tae se recusa à inseminação e, bom, é diferente quando é nosso, sabe? Nada contra crianças que são adotadas todos os dias, mas ele queria sentir que era e seria dele desde o primeiro momento até nascer, e não sei muito bem como vou fazer isso acontecer.
— O Inmyeon não pode ajudar ou o Chanyeol, já que basicamente os dois têm ligações na área medicinal? Talvez um dos dois, ou os dois, consigam dar um jeito de te ajudar com isso até lá.
— Verdade, bem lembrado, Yoongi — ele riu.
Os dois caíram na risada. Taehyung, recuperando o fôlego, limpava as lágrimas de tanto rir.
— Você não se importa mais, né, com aquele caso da Sohee e o Hoseok? Você se incomodava bastante pelo fato deles quase terem um filho.
— Aprendi a lidar com isso. Ela é mulher, naturalmente nasceu para gerar e carregar um bebê... Não posso viver no presente com a mente no passado. Não acha?
— Está certíssimo, Tae! — concordou com a cabeça, sorrindo. — Se bem que eu estava vendo estudos sobre doação de útero. Agora, não sei como vai ocorrer a geração da criança. Aí é um trabalho muito delicado; não mexo com a área da saúde — deu de ombros, impaciente com o assunto.
— Estou afastado... você sabe disso. Posso tentar ir ao médico futuramente saber disso... Acho que não deve ser impossível, por mais que essa ideia seja um tanto absurda — sobressaltou as sobrancelhas, tentando entender a situação.
— Converse com o Hoseok primeiro; depois, vamos atrás de te dar um bebê. Acredito que você vai ficar feliz, não vai?
Taehyung sorriu ladino, de dar covinha. Ele abaixou a cabeça, contendo a felicidade interna, mas logo ficou tranquilo. Porém, não disse nada. Suas ações já eram a resposta.
— Aliás, onde está o paradeiro? Onde se meteu seu namorado?
— Acredito que está no hospital vendo o Yoongi... o coitado ainda está hospitalizado — comentou Taehyung, imaginando onde o namorado estaria aquelas horas.
— Qual é o assunto? Eu quero saber desta vez. Estou curioso, estou ficando com ciúmes já — Jimin comentou enquanto vinha chegando, sentando-se no chão entre eles e sorrindo. — Vou interromper vocês para uma única pergunta: acham que alguém novo vai aparecer no tribunal?
— Ah, você voltou! — Taehyung tomou um susto e ajeitou-se, soltando a perna que ainda estava engessada.
— Estávamos conversando sobre o tribunal e também sobre um bebê novo para o grupo. Acho que já está na hora — Jin interrompeu. — Alguém novo? Como assim?
— Sei que vai ter alguns curiosos e pessoas próximas no tribunal, mas alguém novo...? Não tenho ninguém em mente — Tae comentou.
— Espera aí! Bebê? Eu vou ser tio?! — exclamou Jimin. — Bom, sobre o tribunal... — Jimin deu um sorrisinho maroto e espertinho e olhou para cima. — Curiosos, realmente... mas, e os seus sogros, hum? Não acho que vão deixar barato para o Jaehyun, mesmo que você seja julgado também. Sei que eles te perdoam e tal. A mãe e o pai do Hoseok sempre souberam que são muito justos, mas de corações de grande compreensão — Ji sorriu. — Eu até hoje nunca tive muita noção de quem são seus sogros, quem dirá a aparência deles. Você tem toda uma sorte, Tae!
Taehyung sorriu suavemente com a ideia e podia tentar esconder, mas sempre gostava da hipótese de expandir a família.
— Talvez num futuro pouco distante... Impossível ser por agora, né? Ainda estou com a perna engessada. Nem pra transar dá direito!
— Taehyung! — Jin chamou a atenção. — Aí, meu Deus... — riu logo em seguida.
— Ué, estou mentindo? — riu e logo se virou para Jimin, que tinha um assunto importante. — Eu não os vejo faz muito tempo... Mal me lembro da aparência deles e como são... Estou nervoso. Se eles aparecerem por lá, vou me sentir um péssimo genro — passou a mão nos cabelos da nuca, coçando um pouco. — Pera, você está me dizendo que eles vão aparecer no tribunal???
— Eu não confirmei nada, mas lembrei deste detalhe. Então, eu não sei! — Jimin riu. — Estava apenas perguntando. A hipótese é um pouco grande, já que nem você tem a mínima ideia de como são seus sogros.
— Rever eles no dia do tribunal? Sério isso? — Tae mordeu suavemente o lábio inferior. — Independente do que seja... Só espero não ter que me juntar com o Jaehyun e o Jungwoo atrás das celas pelas poucas merdas que fiz. E, aliás, o Hoseok não fala muito dos pais dele... não entendo o porquê…
— Sério, mas qual seria o motivo pra não falar dos próprios pais com o namorado? Não é meio que normal... isso? Mas, de qualquer forma, se aparecer, quem sabe ele fale depois!? — questionou Ji, um pouco curioso, mas sem entender o fato comentado. Logo exclamou sua cogitação.
Enquanto os rapazes conversavam, a rede de televisão estava em seu belo auge de notícias daquele dia.
Hoje começamos o dia com novidades inesperadas. Um jovem será condenado esta tarde pelo tribunal, sob as mãos do juiz Kim Namjoon, que é conhecido por ser um homem rígido em todos os seus casos, no qual raramente aqueles que sentem a decisão mais leve dele. O nome do jovem ainda não foi revelado por conta das investigações policiais ainda estarem ocorrendo, mas sabemos que ele é filho de Oh Dan-Tae, dono da grande empresa deste país, envolvido também com polêmicas passadas, assim como sua esposa. O investigador e policial Min Yoongi, responsável pela prisão do filho homem de Oh Dan-Tae, teve sua filha envolvida no acidente de carro, que foi uma tentativa de atropelamento culposo pelo detento, que tinha como alvo o filho do mais famoso da história dos juízes, que se chama Kim Taehyung, que, de acordo com fontes, também será julgado esta tarde por delitos cometidos contra a cozinheira sul-coreana Han So-hee, que não declarou queixas ao enfermeiro Kim Taehyung, formado também em psicologia. Seus atos permanecem em segredo de justiça e não foram revelados contra a vítima. Este, que também, Kim Taehyung, abriu um BO e um mandado de busca foi emitido para um novo criminoso, cujo nome social é Jungwoo, no qual a policial Kim Yeji é encarregada do cargo do investigador hospitalizado Min Yoongi. Agora, para notícias melhores, desta vez ela vem diretamente com conexões com a Europa!
O filho único da cantora de ópera e o rei da Europa mais uma vez impressionam seu público após anos longe da mídia. O príncipe, cursando pós-graduação em psiquiatria e graduado em psicologia, na verdade se mostrou ter o talento da mãe na voz. Park Chanyeol renunciou aos seus deveres como príncipe após o término do ensino técnico e optou por viver uma vida sem holofotes, mordomias, bajulação de fãs ou tratamento especial, como geralmente se espera de alguém da realeza.
— Eu respeitei a escolha do meu filho, sei que ele não me decepcionaria e que ficaria bem com isso. O criei muito bem para que se virasse sozinho em qualquer lugar, mas sempre que quisesse, eu estava aqui para ajudá-lo, caso precisasse — afirmou uma mulher loira na televisão. — Ele me impressionou mais uma vez ao tentar seguir meus passos, foi inesperado. Estou feliz — limpou algumas lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto e deu uma risada. — Desculpa, me emocionei um pouquinho — disse, se recompondo. — É isso aí, meu filho, estou orgulhosa de você. Parabéns! Espero te ver em breve!
A mãe do jovem príncipe, como cantora de ópera e compositora, se emociona com a surpresa inesperada do filho, que recebeu como um presente pela confiança que depositou nele.
O jovem que rouba muitos corações e conquista o público jovem com sua aparência juvenil também chama a atenção dos adultos pelo seu talento e desempenho. Ele retornou com sua voz em um single. Park sempre cursou aulas de violão, então juntou o útil ao agradável e fez algo especial.
Hoje teremos uma palavrinha com ele após ouvirem o single do rapaz, que chamou a atenção da mídia com a letra voltada à saúde mental e, principalmente, questões a se pensar quando se tratam dos altos e baixos da vida, que os jovens de hoje em dia estão tendo dificuldade em lidar, resultando em desespero.
Nós voltamos já, fiquem com a voz de Park Chanyeol em seu novo single "Good Enough" (Bom o Suficiente).
Dentro do meu pequeno quarto
Meus ombros estão encolhidos
As horas continuam se repetindo, sim
Eu acho um pouco difícil
No meio da escuridão profunda
O relógio parou e está em silêncio
Me olhando com uma expressão vazia
Até mesmo me forçar a sorrir é cansativo
Eu continuo no mesmo lugar
Ainda nesse lugar
Será que posso ficar parado assim?
Quando até mesmo os sonhos pequenos são pesados demais
Quando até mesmo para tomar um pouco de calor
Não há tempo
Quando eu me abaixo e vejo apenas a ponta dos meus pés
Posso ficar parado nesse lugar
Vamos ficar bem, tudo bem só ficar assim
(...)
A jornada do narrador através de tempos difíceis e sua determinação em encontrar consolo e contentamento, apesar dos desafios que enfrenta.
No primeiro verso, o narrador descreve sentir-se sobrecarregado e preso em um ciclo de momentos repetitivos e desafiadores. Ele expressa frustração por ter que colocar um sorriso forçado e pela monotonia de sua vida. No entanto, questiona se é aceitável permanecer em sua posição atual e se pode encontrar paz lá.
O refrão enfatiza o peso de seus sonhos e a falta de liberdade que sente, mas nesses momentos de luta, ele se lembra de que está tudo bem pausar, respirar e encontrar conforto no presente. Ele se assegura de que tudo ficará bem e que pode aceitar as coisas como são.
No segundo verso, o narrador reflete sobre ser deixado sozinho e sentir-se desconectado de relacionamentos familiares e de seu próprio futuro. Ele se vê confrontado por um muro intransponível, sentindo-se exausto e retornando ao seu próprio quarto — um lugar de refúgio. No entanto, em meio às preocupações avassaladoras, ele se deita e descansa.
A ponte oferece um vislumbre de otimismo, sugerindo que um dia, ao olhar para trás nesses tempos difíceis, encontrará motivos para sorrir e apreciar a jornada que passou.
O refrão final expressa esperança por um futuro mais brilhante. Fala sobre os sonhos dispersos se unindo e recebendo o calor de cada estação, significando o retorno da felicidade. O narrador se encoraja a permanecer no momento presente, tranquilizando-se de que tudo ficará bem, não importa o que aconteça.
No geral, "그래도 돼 (Good Enough)" é uma música inspiradora e empoderadora que encoraja os ouvintes a encontrar consolo e aceitação em meio às lutas, lembrando-os de que está tudo bem pausar, refletir e acreditar que tudo eventualmente ficará bem.
— Certo, Park Chanyeol?
— Sim, está correto...
— Você é carismático! Dá para sentir a sua leveza com a letra e o quanto você aparenta estar mais em paz depois que cantou esse single — comentou o entrevistador grisalho, animado.
— Sim, pode ter certeza disso. Eu precisava, mais que nunca, tirar o nó da minha garganta de alguma forma — Park sorriu diante da televisão para todos no mundo, com seus cabelos escuros, que agora não eram mais ruivos, mas sim pretos, quase um marrom bolo de chocolate em alguns ângulos.
— Antes de mais nada, não quer cantar uma para nós do estúdio e para todo mundo que está assistindo, incluindo seus pais? Você parece muito vivo e um rapaz que, no tempo longe da mídia, tem muita história de vida para contar, igual à sua mãe, pela magnífica voz que puxou dela.
— Certo, canto sim, sem problemas — ele sorriu e logo recebeu um microfone. Melodias de piano começaram. — Aye aye, Mmm mmm, Mmm mmm, Uh
“Ei, por que a luz do dia está tão escura?
Você é da noite ou do dia?
Seu amor próprio está fora do seu interesse
Há um coma na sua cabeça
24 horas por dia
Você só está encarando seu celular
“Você quer o romance
Das estrelas
Num filme ou drama, mas, sim, agora
Você tem que ser o verdadeiro você
Do jeito que você é
“Não se preocupe, seja o que for
Não importa onde você está
Jogue fora todas as coisas que estão te incomodando
Você pode cobrir suas orelhas por um tempo
“Então não ficamos para baixo
Porque nós somos jovens (3x)”
...
— Para ser honesto, não faço ideia... Talvez meus sogros sejam bastante ocupados, então, devido a isso, ele não comente — disse pensativo, refletindo sobre o que o rapaz havia dito.
Antes que pudesse focar novamente no assunto, a televisão do quintal lhe chamou a atenção com palavras-chave que ligavam à situação que estava vivendo. Sua atenção se dirigiu totalmente à tela.
Todos reunidos prestavam atenção, alguns menos, outros mais, porém Taehyung estava totalmente focado no jornal. Ele suspirou fundo, vendo cada detalhe que o apresentador dizia a milhares de espectadores.
— Não valeu de nada na minha vida ter me escondido esse tempo todo devido ao bullying que sofri... As pessoas sempre voltam a descobrir novamente quem somos — disse Tae.
— E ainda por cima, vai aparecer com má fama pelo que fez nesses tempos. É, isso aí é de foder. Mas peraí... — Jin pensou melhor no que estava sendo dito. — Tribunal hoje à tarde??
— QUE? Nem ferrando, não posso — Taehyung gritou, apavorado. — Está muito em cima da hora, não dá.
— Relaxa, deve ser apenas o tribunal do Jaehyun... — Jin acalmou Tae e, antes que pudessem voltar ao assunto, a parte de Chanyeol apareceu e chocou todos que estavam ali. — Que porra é essa? Como eu nunca percebi que ele fosse filho do rei europeu e daquela cantora de ópera famosa...
— Ele é reservado quanto a isso. Eu sabia muito pouco dele naquela época, honestamente, também estou em choque...
— Realmente, o querido nasceu em berço de ouro. Tenho medo genuíno desses, sabe-se lá do que eles são capazes... Ainda mais sendo filho único.
— Ei! Eu também sou filho único dos meus pais falecidos — Tae chamou a atenção de Jin pela semelhança na vida dele.
— Não é sobre você, meu bem, apesar das coisas que ocorreram... Já volto, irei buscar sorvete para nós. Vai querer, Jimin? — Jin se levantou, começando a caminhar em direção à casa.
Oh Dan-tae, que assistia à televisão, berrou em seu escritório e virou-se para o secretário.
— Como deixou ele estar um passo à frente de você? Por que tanta demora para descobrir quem era esse garoto que passou pelo advogado do Jaehyun?! — questionou irritado. — O que aconteceu com o advogado da família? Onde ele está?!
— As informações dele eram muito confidenciais; quase todos os lugares impediram que fossem vazados dados sobre ele, senhor. Me desculpe. O advogado disse que não podia aceitar a participação como advogado do Jaehyun, pois a esposa estava com problemas graves e não poderia abrir mão disso.
— Droga, minha chance de acabar com esse muleque passou. Qual é o problema do Jaehyun atr
air a imprensa? Eles estão falando sobre isso até nos jornais! O que ele fez não deveria estar sendo mostrado para o público! — Dan-tae se descontrolou e começou a andar de um lado para o outro, pensando na forma que poderia acabar com essa história de uma vez por todas.
— Ele se matou, não foi? — O secretário ficou em silêncio, sabendo da resposta.
— Se for, vai ser o fim de todos nós. Tenho que ir ao tribunal, e espero que nada aconteça.
E assim, ele saiu apressado, sem se importar com nada.
Continuou calado, viu o pai retirar um bolo de fotos e, antes que pudesse olhar, desviou o olhar pela sala. No fim, pegou as fotos e as examinou. Revirou os olhos e jogou as fotos na mesa novamente, passando a língua na bochecha.
— É, eu realmente estava com ele. Mas e daí? Ele não iria largar do meu pé se não ficasse com ele e, pelo visto, não vai largar tão cedo. — Cruzou os braços. — Então, vou ter que aturar e aprender a lidar. Achei que você já estivesse ciente da visita dele a mim.
— Não me importa mais esse detalhe, mas, se você não se importa, não tenha tanta certeza de que ele vai insistir em você. — Ele sorriu, convencido. — Ele insistiu para ficar com você apenas para ser um passo à frente de mim. Ele não é um santinho tão bobo assim; é mais inteligente do que eu pensava, inclusive. Por um certo momento, desconfiei de que você estivesse usando-o para se vingar. Mas achei que estava errado pelo jeito. — Ele sorriu, pegou as fotos e as jogou na lixeira vazia ao lado. — Se não se importa, não tem que lidar, já que não quer nada.
— É sério mesmo isso? — Jaehyun soltou um riso nasal pela bravura que sentia ao pensar que o rapaz poderia estar usando-o não apenas para fins românticos, mas como poder. — Está falando sério? Se ele estiver me usando para vantagem, não vou ter um pingo de empatia. — Sua expressão mudou; sério, ele mordia o lábio. — Mudando de assunto, o tribunal ainda vai acontecer hoje?
— Você tem empatia por alguém que gosta de você? Se sim, me surpreende você pensar desse jeito.
— Vai sim. — Park Chanyeol respondeu à pergunta de Jaehyun, entrando na sala usando um jaleco branco, fechando a porta e olhando para o pai de Jaehyun. — Fiquei sabendo que o senhor queria me ver... será que devo chamar de Sogrinho? — Ele deu risada.
— Park Chanyeol, quando se fala no anjo, ele aparece. — Oh Dan-Tae deu risada e caminhou até o rapaz alto e ruivo. — Como ficou sabendo que eu queria te ver?
— Seu secretário tem boca, esqueceu? — Sorriu entre risadas. — Agora fale o que queria comigo, caso contrário, saia, pois eu tenho que trabalhar.
— Claro, claro. Bom, me responda só uma coisa: qual foi a sua intenção verdadeira? — Dan-Tae perguntou.
— Jura? — Ele revirou os olhos. — Já disse que assunto sério me deixa entediado? Se não quer ver seu filho solto em breve, beleza, eu posso piorar as coisas como quiser, se é isso que você quer. Não me enche o saco, deveria me agradecer por não te importunar. — Ele abriu a porta para Dan-Tae. — Depois do tribunal, não devo absolutamente nada a você; acho bom não me procurar mais.
— Como quiser, Vossa Alteza. — Dan-Tae riu, indignado com a ameaça que lhe foi feita, e até suspeitava das atitudes do garoto. Então, suspirou e saiu da sala, nervoso de puro ódio. Porém, reparou em seus pensamentos sobre um anel prateado na mão de Park Chanyeol e deu risada. — Sogrinho? Impossível. — Ele riu.
Chanyeol revirou os olhos, entediado, e foi até a mesa do seu consultório, sentando-se e agradecendo a Deus pela paz em sua cabeça.
— Olá de novo... Oh, Jaehyun. — Ele disse, olhando as folhas da prancheta em suas mãos. Antes de encará-lo, ficou rodando um anel de prata único na mão direita. — Fiquei sabendo que você tem se comportado por aqui. — Ele sorriu levemente.
— Que porra é essa? — Jaehyun, de boca aberta e com a cabeça apoiada na mesa, observava tudo e estava claramente com a cabeça nas nuvens, como se tudo o que acabara de acontecer fosse um delírio. Claramente, ele não estava se esforçando para prestar atenção, mas sabia o que estava acontecendo. — Desde quando é que tenho que chamar meu pai de sogro? — Ele se ajeitou novamente na cadeira. — Não namoro com ninguém, até onde eu sei. — Bocejou. — Estou me comportando bem, feliz com isso?
— Sim, estou feliz por isso. — Park sorriu de forma ladina, mas não estava mais tão alegre como antes. — É seu pai que está insinuando que namoramos. — Ele comentou, respondendo ao registro na mesa sem olhar para Jae, e entregou uma ficha a ele. — Mas enfim, pelo jeito você... está muito surpreso em me ver.
— Que bom! — Jae sorriu de uma forma que nunca tinha sorrido antes, com os olhos bem arregalados e atentos, olhando para Chanyeol. Ele reparou a ausência de contato visual da parte de Park. — Estou, não achei que viria hoje. E pelo visto, você não quer me olhar. Por quê? — Pegou a ficha. — O que é isso? Minha melhoria?
— Eu estava pensando apenas nisso. — Ele se recompôs, respondendo à pergunta do moreno, sorriu e olhou para os olhos de Jaehyun novamente, deixando os papéis que preencheu de lado na mesa. Mesmo que não estivesse tendo um bom dia por causa da garganta um pouco seca, ele estava se acostumando a voltar a cantar e já teria forçado bastante. — Sim, é sua melhoria, e um curto exercício que vai ficar com você para fazer e depois me entregar. — Disse, apoiando o rosto na palma da mão enquanto o olhava, sem nenhuma surpresa em seu olhar ao ver o de Jaehyun, que estava um pouco diferente. — Por que achou que eu não viria? E por que está assim, como se visse uma assombração à noite? — Questionou, desviando o olhar novamente enquanto tentava esquecer alguns pensamentos.
— Porra de exercício, agora estou no ensino médio? Não sabia que para ser presidiário tinha que fazer cursinho e terapia. — Resmungou de um jeito até engraçado, reclamando. — Eu quem te pergunto se você viu; não tá olhando na minha cara. — Ele se levantou, apoiando os cotovelos na mesa e o queixo nas palmas das mãos. — Achei que não viria porque, quem sabe, estivesse com outros afazeres... Tá pensando no quê, hein, Park Chanyeol? — Arqueou uma das sobrancelhas.
— Tá certo, não faz então e fique 8 anos de prisão mesmo; quem escolhe é você. Estou apenas fazendo meu trabalho. — Ele disse, virando a cadeira e pegando alguns arquivos no armário, guardando-os e voltando de frente com Jaehyun, apoiando o queixo nos dedos cruzados. — Nada demais, mas desde quando você se importa com o que eu penso? — Ele deu uma risada frouxa.
— Afe... — Voltou à posição. — Também farei esse exercício. — Revirou os olhos, pegando os papéis e dando uma breve revisada. — Se eu não me importasse, não estaria perguntando, né, tonhão?
— Estava pensando em algumas coisas que ouvi, nada demais... Lembrei que vou precisar me arrumar para o jantar depois, isso me deixou um pouco pensativo, nada demais. — Ele respondeu, encostando-se na cadeira. — Pensando em você também, sobre algumas coisas, mas nada importante. — Disse enquanto brincava com o anel na mão direita.
— Jantar? — Olhou pelo canto, deixando os papéis em cima da mesa. — Você está pensativo demais; precisa relaxar essa cabeça para não extrapolar. Quer compartilhar o que está pensando? — Cauteloso, disse.
— É, preciso agradecer a uma pessoa. — Park sorriu, olhou para Jaehyun e juntou as mãos sobre a mesa, colocando os papéis de Jae de lado, suspirando e relaxando mais a cabeça. Ele viu o celular vibrar e a notificação de: "Baekhyun: você está bem, Chany." Então, virou a tela do celular para desligá-la e juntou suas mãos às de Jaehyun, brincando com elas. — Eu tô preocupado com uma certa informação vazando sobre isso aqui; não tô afim de lidar ou conversar com a minha mãe sobre isso ainda. — Disse, referindo-se à presença deles ali.
— Hum, interessante. — Cruzou as pernas e observou o rapaz à sua frente. Ele prestou atenção no celular que vibrava, na atitude do rapaz e, antes que pudesse se aquietar e contentar, pegou o celular do rapaz, ligando-o e vendo apenas a tela inicial e o nome. Devolveu o celular, com cuidado.
— Então é melhor tomar cuidado. — Sua expressão agora era séria. Ele se levantou, pegando os papéis. — É melhor conversar com o seu querido Baekhyun. Parece que ele está preocupado. — Ele se dirigiu à porta.
— Não vai me dizer que ficou com ciúmes do meu melhor amigo? É normal; ele fez um videoclipe comigo, assim como os outros. Todos eles estão preocupados porque estou com dor de garganta um pouco. — Park Chanyeol disse, se levantando e indo até o moreno, abraçando-o por trás. — Atrevido. — Beijou o pescoço dele. — Não sei por que te conto, sabia que sua preocupação era rasa. — Comentou de forma que demonstrava que já esperava por aquilo e que não era diferente do que ele imaginava, enquanto o soltou, de forma solta, mencionando aquilo. "Tá bom, tanto faz então; você não liga."
— Não, não fiquei. — Ele continuava parado, sentindo apenas o corpo quente de Chanyeol, e assim que sentiu seu corpo se afastar, virou-se bruscamente e o abraçou pela cintura. — Desculpa, fiquei com raiva e a raiva falou mais alto... — Afastou um pouco o rosto, colocou uma das mãos na bochecha do rapaz e o encarou. — Precisa se cuidar para não piorar... Eu te vi na TV. Estava radiante... — Elogiou baixo. Olhou para o lado, de canto, pensando na atitude que tomaria e então deu um beijo na bochecha do rapaz. — Fica bem! — Sorriu.
Park, um pouco surpreso com o abraço, demorou um pouco para reagir. Em alguns segundos, retribuiu, e ficou surpreso quando se encontrou encarando Jaehyun, segurando suas bochechas.
— Espera... — Sorriu, sem palavras, ficou com o beijo que recebeu na bochecha e, ouvindo Jae, ficou sem reação, a não ser sorrir levemente e suas bochechas quentes esquentaram as mãos de Jaehyun. — Você quer que eu cante para você...? — Perguntou sugestivo, já que ouviu o elogio. — Minha garganta não dói tanto assim; eu já tomei remédio. Você... tem me deixado em paz toda vez que venho aqui... — Ele comentou, olhando para o lado.
— Não precisa, querido. — Bagunçou os cabelos dele com a mão solta; a outra ainda estava no abraço. — Recomponha sua voz; quando estiver melhor, quero que cante somente pra mim. Tudo bem? — Ele aproximou seu rosto do dele, mostrando o mindinho. — Promete pra mim? — Ele sorriu pela maneira que o rapaz se sentia bem quando estava com ele.
— Só pra você? — Ele viu o dedo mindinho e juntou o seu ao dele, marcando uma promessa. — Prometo. Promete se comportar até o final para sair daqui, comigo por aquela porta de ferro enorme, e recomeçar? Sem ciúmes loucos, delírios, e algo certo e sem complicações; leve para ter paz, pra jamais parar aqui dentro de novo. — Concluiu.
Jaehyun deu um sorriso gostoso, um dos poucos momentos em que sorriu sinceramente. Seu coração acelerou; foi como se sua alma tivesse saído do corpo por um instante. Nunca imaginou que se colocaria nessa situação novamente, mas respirou fundo, pensando que dali sairia uma pessoa melhor em seus relacionamentos e que tentaria, de uma vez por todas, esquecer Taehyung e todo o seu mal incorporado no coração. Ele escondia que seus sentimentos estavam aflorando por Chanyeol e se conteve, por medo da indecisão.
— Quero que, ao menos uma vez, tudo possa ser diferente... Não garanto, mas, se for preciso fazer alguém feliz novamente, que seja de uma forma saudável. — Suas palavras estavam intrigantes, estava com receio, mas se conteve e sorriu. — Eu prometo, meu bem.
— Está bem... — Ele sorriu, baixando a cabeça por alguns segundos, envergonhado, e voltou a olhar. — Eu vou esperar por esse dia.
Park, embora receoso, decidiu se arriscar, mesmo sabendo que era completamente complicado e quase um tiro no escuro. Ele não estava despreparado para o que poderia acontecer no fim; não se deixaria machucar de forma tão cruel, pelo menos não de início. Mas estava disposto a acreditar em alguém que, para todos, algum dia, é rotulado como sem salvação.
— Pode acreditar — sorriu, separando-se do abraço. Ele então pegou a mão do rapaz para que pudessem sair da sala. — Vem, vamos?
(...)
— Acho melhor eu já ir indo... O Jin precisa se arrumar para sair, não é? — Tae disse, terminando de lavar o que sujou e deixando as coisas no escorredor.
— É, mas falta um tempinho, não precisa ir embora agora, Tae — Jin, sentado no balcão, o observava com um sorriso acolhedor.
— Eu vou indo também, tenho algumas coisas para resolver com o querido Hoseok — respondeu Tae, pegando seu celular.
— Vish, vai esculachar o coitado — Jimin brincou, rindo da situação.
— Por enquanto, não — entrou na graça do rapaz, mas logo ficou sério. — Mas vou mesmo, pessoal. Tô com uma dor insuportável no pé da barriga... Preciso ver o que é isso ou descansar um pouco antes de sair com ele hoje à noite — Tae comentou, ligando para Hoseok.
— Se não melhorar, vê se passa no médico, ainda mais porque sua urina tá avermelhada. Não pode ficar passando mal, né? — Jin disse ao fundo, observando Tae com o celular no ouvido.
Em casa, Jung Hoseok, que havia voltado do hospital, arrumou tudo e, assim que seu celular começou a vibrar, atendeu a ligação.
— Oi, meu amor, quer que eu vá te buscar já? — perguntou Jung, com um tom humorado que refletia sua felicidade.
— Oi, meu amor, por favor... Você já está em casa? — Tae perguntou, ansioso.
— Estou. Acabei de limpar a casa toda, meu bem. Já vou sair agora para te buscar, okay? — dizia enquanto pegava a chave do carro e ia saindo de casa. — Você está bem, meu amor?
— Que bom, gatinho, fico feliz! — exclamou através da chamada, contorcendo-se em busca de uma posição confortável para aliviar a dor que lhe incomodava. — Tudo bem, só com uma dor abdominal, mas deve ser por conta dos remédios…
— Tá bom, aguenta só um pouquinho essa dorzinha que eu chego aí e te levo para debaixo das cobertas comigo, pode ser? — ele deu uma risada enquanto dirigia para fora do condomínio e já entrava na rua, seguindo em direção à casa de Seokjin.
Taehyung riu da forma como o namorado falou.
— Estarei esperando, gatinho. Vou estar na frente do portão com o Jin e o Jimin. Irei desligar! Até logo, amor, eu te amo, viu? — carinhosamente, disse antes de desligar e voltar ao quintal para pegar sua bolsa e pertences. Então, se despediu dos rapazes que ficaram e foi para a frente do casarão com Jin e Jimin.
— Já parou para pensar se você tem um útero e está menstruado? Existem pessoas intersexo no mundo, sabia? — Jimin comentou enquanto caminhavam até o portão.
Tae franziu as sobrancelhas, confuso, mas curioso.
— Sério? Acho que se eu fosse, já teria descoberto há muito tempo. É até absurdo escutar isso — deu uma risada descontraída, mas estava um pouco sério e preocupado.
— Você deveria tentar saber. Sabemos que não é de hoje que apresenta esses sintomas. Vai que, né...? — Jimin disse de forma vaga, pensativo sobre o que poderia ser.
Jung Hoseok chegou à casa de Seokjin por um caminho tranquilo. A demora foi de apenas alguns minutos até que ele avistasse o namorado, como havia sido informado. Assim que parou, abriu a porta para Tae e acenou para os meninos.
— Oiê, meninos! Até daqui a pouquinho no tribunal e até mais tarde também — ele sorriu, olhando para o namorado e dando um sorriso ao vê-lo entrar no carro. Logo, Hoseok cobriu Tae com uma manta ao notar as expressões de dor e a posição do corpo curvada para frente.
— Até mais, Jung! Cuida bem do Tae, viu? — Jin disse, acenando de volta para o rapaz que, atenciosamente, abria a porta do carro. Tae se acomodou no banco, pegando a coberta e, antes de se encolher, deu um selinho no namorado como forma de cumprimento. Depois, se encolheu um pouco mais, tentando aliviar a dor. — Eu devo estar pagando pelos meus pecados com essas dores... — resmungou.
Hoseok respondeu à mensagem de Jin com um "Pode deixar" antes de partir para casa. Chegar em casa foi mais rápido do que ir à casa de Seokjin. Ele carregou Tae nos braços, coberto com a manta, até entrar no apartamento e se sentar na sala.
— Quer um remedinho ou já está passando, meu amor? Qualquer coisa, eu pego — ofereceu.
Taehyung não hesitou em se movimentar. Ele se sentou no sofá ao lado de Jung, ainda sob a cobertura da manta.
— Acho que preciso sim... A dor ainda está muito forte — Tae soltou o ar pela boca. — Amor, você acha que isso pode ser por conta dos remédios ou por conta de outra coisa?
— Você andou tomando remédios demais novamente? Porque pode ser isso — Hoseok disse, olhando para Tae enquanto o envolvia em um abraço, deixando-o quase uma bolinha sob as cobertas.
— Não... só estou tomando os remédios para a perna e os que o psiquiatra me indicou... Fora isso, não estou tomando remédios demais — se justificou, colocando a mão sobre o abdômen e massageando para aliviar o incômodo.
— Oh, meu amor, já vai passar — Hoseok beijou a testa de Tae e sorriu, ponderando se aquele seria um bom momento para dizer algo mais. — Tae... eu... — ele hesitou, sorrindo novamente ao cogitar adiar a conversa. — Eu te amo, tá bom?
Tae deu um suspiro forte, ignorando o incômodo por um momento, repetindo para si mesmo que logo passaria e que não seria isso que o deixaria instável. Prestou atenção no rapaz e um sorriso largo se formou em seu rosto.
— Eu também, gatinho branco! — referindo-se aos cabelos platinados, ele roubou um selinho, mesmo com o pressentimento de que não era só isso que o afligia. — Tem certeza que é somente isso? — questionou, com uma expressão de preocupação.
— É sim, meu amor, só isso — ele sorriu. — Vou buscar um remedinho para a dor pra você. Já volto. — Hoseok deixou Tae enrolado no sofá e foi até a cozinha.
— Hum... — desconfiado, mas decidido a não questionar, Tae deixou de lado a dúvida. — Estarei esperando, gatinho — sorriu, ajeitando o cobertor e observando o namorado ir até a cozinha, demonstrando total paciência.
Hoseok procurou a caixa de remédios dentro dos armários até achar o que precisava. Pegou medicamentos para dores abdominais e um copo com água, voltando até Tae e sentando-se no sofá.
— Aqui está, meu bem — disse, estendendo os remédios.
Taehyung estava com Leo, fazendo carinho no gato enquanto esperava que o namorado voltasse com o remédio. Quando Hoseok chegou, Leo desceu do sofá, dando liberdade às mãos de Kim para que ele pudesse pegar o remédio e o copo de água.
— Obrigado, amor... — disse baixinho, tomando o remédio em seguida. Colocou o copo de lado e sentiu um pouco de sonolência, então deitou a cabeça no ombro do namorado, fechando os olhos. — Falta muito tempo para o tribunal? Ou já está próximo o horário?
— Na verdade, já está no horário. Até chegarmos lá, o remédio deve fazer efeito — Hoseok disse, passando a mão na beira da barriga de Tae enquanto olhava para ele com um sorriso pequeno. — Não fique nervoso, hum?
— Humm, sério, amor? — resmungou baixinho, fazendo bico, embora sentisse um pouco de ansiedade. Afinal, seria julgado pelas ações que cometera em um passado não tão distante. Sorriu fraco, impulsionando o tronco para frente, como se estivesse se preparando para levantar do sofá.
— Acho que consigo ir, não é uma dor insuportável — suspirou, soltando o ar pela boca. Antes de levantar, se lembrou de um detalhe. — Amor... Posso te fazer uma pergunta?
— Pode, claro! O que é, meu amor? — Hoseok olhou para ele, curioso e feliz.
— Quem? Eu não fiquei sabendo de nada sobre isso — Hoseok perguntou, pensativo, tentando lembrar se tinha recebido alguma mensagem durante o dia. — Não, não recebi nada do tipo, especialmente sobre o tribunal hoje.
Taehyung se levantou, deixando a coberta no sofá e ajeitando a roupa.
— Se você não sabe de nada, então não deve ter nada extra... — sorriu, aliviado. — Vamos? Vou só pegar minha bolsa, já volto…
— Humm, deve ser, então tudo vai ser normal. Vamos! — Hoseok sorriu, levantando-se e segurando a mão do namorado. — O tribunal está aqui perto, tá tudo sob controle!
Enquanto os dois saíam de casa, a tensão pairava no ar. Taehyung não sabia o que esperar, mas estava determinado a enfrentar o que viesse.
Park Chanyeol, assim como os demais, estava se arrumando para o tribunal. Ele olhou-se no espelho e ajustou o jaleco branco que usava por cima do terno, o tecido elegante contrastando com a seriedade da ocasião. O jaleco, uma peça que simbolizava sua profissão, agora parecia pesá-lo, lembrando-o do grande peso que carregaria ao dar seu depoimento sobre o envolvimento psicopata dos detentos. O olhar determinado refletia sua consciência do impacto que suas palavras teriam, não apenas para a justiça, mas também para aqueles que conhecia.
Ao seu lado, Yoongi se preparava para o dia que teria pela frente. Ele sabia que, apesar de todos os desafios, a presença do Doutor Roy ao seu lado traria um pouco de conforto e segurança. Deixando Liz em casa, decidiu que era hora de enfrentar seus medos e o que o aguardava no tribunal. Embora relutante, estava decidido a ir, ciente de que cada passo dado o aproximava da resolução dos conflitos internos que o atormentavam.
Enquanto isso, Taehyung se dirigiu ao quarto, determinado a pegar apenas o essencial para o dia. Ele abriu a porta e, rapidamente, reuniu sua bolsa e o celular que estava fora dela, sentindo uma mistura de ansiedade e expectativa. A atmosfera parecia pesada, mas ele estava determinado a não deixar que isso o dominasse. Assim que saiu do quarto, ele e Hoseok caminharam apressadamente em direção ao estacionamento, cada um perdido em seus próprios pensamentos, mas unidos por um propósito comum. À medida que se afastavam da casa, Taehyung percebeu que o incômodo que se alojara em seu estômago começava a se dissipar, aliviando-se lentamente durante o trajeto para o tribunal. A paisagem ao redor, embora familiar, parecia nova e cheia de possibilidades.
Após a saída dos amigos, Seokjin encontrou-se sozinho em casa. A quietude o envolveu como um manto, permitindo-lhe um momento de reflexão em meio ao turbilhão emocional que se aproximava. Ele sabia que Namjoon havia saído horas antes, se preparando para o tribunal que ocorreria naquela tarde. A solidão o fez apreciar o silêncio, um breve intervalo onde pôde ponderar sobre as mudanças que estavam acontecendo em sua vida. Cada pensamento parecia se entrelaçar com as lembranças de momentos passados, criando um emaranhado de emoções que ele tentava compreender.
Por outro lado, Jimin havia decidido voltar para casa, mas apenas por um curto período. A mente dele estava a mil por hora, pensando em como seria a atmosfera no tribunal. Ele precisava pegar o que era necessário antes de se encontrar com Hoojong, que o acompanharia. O pensamento de estar ao lado de alguém que o entendia o confortava, e, mesmo em meio à incerteza, havia uma pequena centelha de esperança que o impulsionava a seguir em frente.
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