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"Quando o coração caminhe em outra vida", isso foi o que a Ruth me disse quando lhe perguntei se nós teríamos um relacionamento de namoro. Parecia perfeitamente normal. O mais lógico, de fato. Ela e eu tínhamos muito em comum. Então... por que não?  Por que não começar a viver essa experiência sensacional, essa experiência única? Pelo menos isso foi o que a minha alma uma e outra vez se perguntou um pouco confusa. 

— Aqui é onde eu vivo. - disse a Ruth de repente, aquele dia com um por do sol cereja e pensamentos que penduram da margem mais distante do mistério.

Antes de entrar naquele lugar enquanto ela me tomava de um braço, levantei os meus olhos e no limiar da porta, eu pude ler um aviso misterioso e sedutor que dizia: Perfumes de Harém.

 — Que lugar é este. - perguntei.

— O lugar do jogo delicioso do amor. - respondeu ela. Cheia de charme. Cheia de mistério.

Naquele mesmo momento, eu entendi exatamente que lugar era esse, e entrei em pânico como nunca antes na minha vida. Minhas entranhas estavam cheias de susto. Eu estava cercado por um sentimento nebuloso e demasiado consistente dentro do reino das mais doces miragens, um sentimeinto que desapareceu um pouco quando entrei naquele escuro lugar da existência e a paixão. Naquele lugar, em que uma mistura de cheiros florais começaram a me seduzir intesamente, com sensualidade e sob a mesma sensação de desgraça infinita.

Perfumes de Harém era um edificio de apenas cinco andares. Lucia um pouco velho. À primeira vista, se poderia dizer que não era um motel de alta categoria, ou um clube de luxo, nem um sexshop ou uma dessas agências de acompanhantes listados em anúncios dos jornais. No entanto, na entrada, ao lado do nome do local havia uma imagem de uma mulher que convidava com os seus olhos e sua pose sensual para desfrutar paixões deliciosas. Sórdidas e quotidianas paixões de êxtase total.

Uma vez dentro, a primeira coisa que me chamou a atenção nesse clube, foram as mulheres que estavam lá. Naquele momento, eu não notei fissuras de tristeza nelas, não notei nenhum traço de alegria, não notei porque não quis fazê-lo. A Ruth, com um olhar arrogante, de repente, me disse que estava pronta para apresentar àquelas mulheres. Para apresentá-las uma por uma e da mesma maneira em que eu falei com ela, isto é, com a misteriosa mulher dos olhos de fogo, dos meus quadros. Claro, a Ruth se referia a elas como obras de arte, como objetos requintados e curiosos e como nada mais. Uma maneira de apresentá-las muito desumanizante, claro que sim, mas também mágica e evocativa, docemente evocativa. O que eu não sabia nesses momentos, era que eu mesmo conheceria depois todos os segredos que estão escondidos no coração de todas e de cada uma delas. Tanto os segredos como as infinitas preocupações daquelas almas profundamente maltratadas. Aquelas almas suaves e femininas.

"Ela é a Silvia", disse a Ruth. "Um colar de mil amores", agregou em seguida. A Silvia, de fato, era uma das mais maduras do lugar. Uma mulher de pele e olhos canela, de sobrancelhas muito grossas e quadris largos. Uma mulher que não deixaba de tomar bebidas alcoólicas durante todo o dia, embora em quantidades medidas. Ela, a propósito, estava numa mesa, vestia uma blusa transparente e uma saia curta que sugeria as suas coxas de forma descarada.

Celeste foi a segunda na apresentação. Ela era uma mulher muito jovem e de olhos azul profundo. A única pessoa no lugar que ainda tinha a ternura e o brilho de uma distante inocência em seu olhar. Ela, como a Silvia, estava sentada em uma das cadeiras de uma mesa enorme de madeira que estava no canto mais escuro daquele lugar friamente mágico e perturbador. Ela estava girando o seu cabelo quando a Ruth decidiu apresentá-la. Ela me cumprimentou com essa forma tão sedutora de convidar à paixão que muitas vezes usam as meninas que trabalham em lugares como aquele em que eu estava, embora também um pouco de triste. Eu não sei por que, mas ela me fez pensar em uma floresta ancorada no meio da melancolia, no meio das existências mais despedaçadas de um ligeiro desejo de viver. Uma floresta cujas árvores são agitadas pela brisa mais fria e os ecos mais adormecidos de uma letárgica nostalgia. Claro, ela, se podia ver a quilômetros de distância, era de esse tipo de mulheres que escuta, uma por uma, as penas de seu cliente respectivo. Sim, do tipo que não compartilha só o seu belo corpo, mas também o seu intenso coração.

Tiffany, se esse era realmente o nome dele, era uma linda menina de pele perolada que parecia que em um tempo passado, tinha desfrutado de uma alegria transbordante e vulcânica. Uma alegria da inocências e fantasias intensas. Se ela, como a Celeste, estava triste, isso foi algo que a minha alma não soube registrar no momento. No entanto, por um segundo incerto olhei a pele das suas bochechas com atenção. Era uma pele muito pálida. Indicava, sem dúvida, que se tratava de uma área de lágrimas frequentes. Uma área de sombras e dores infinitas.

Marleny, por sua vez, estava com um sorriso de orelha a orelha, e uma garrafa de bebida numa das suas mãos. Ela, como foi capaz de perceber, era a favorita dos mais bêbados. Sim, daqueles homens de respiração amarga e alcoólica que implacavelmente buscam esquecimentos na pele de uma mulher. De entre todas as mulheres de lá, ela era, de uma estranha forma, a mais imune às náusea que podem lhe causar aqueles homens desagradáveis a uma mulher.

Mais tarde, depois dessas primeiras apresentações, soube pela boca de uma ou outra das garotas naquele lugar, os nomes das outras meninas que no momento não me apresentou a Ruth. Algumas delas, daquelas sugestivas damas do prohibido, permaneciam nesses momentos com algum cliente em algum dos quartos do lugar. Outras, porém, estavam ofereciendo prazeres em um show de dança sinuosa e sensual, que teve lugar em um pequeno palco no salão principal. A propósito, para os fins desta história, não devo perder de vista um fato muito importante, um fato escuro e sombrio: de todos os personagens naquele lugar, havia um que chamou a minha atenção como nenhum outro. Um que parecia como se fosse um filho das trevas ou como se tivesse saído de um infinito mar de escuridão e perigosas sombras de morte. Ele estava no comando, sem dúvida, para monitorar e proteger o local com outros dois ou três caras que estavam sob as suas ordens. Ele levava um patch no olho direito, um olho inexistente, um olho vazio mas de mortais visões. Victor Monsalve, um personagem sombrio e arrepiante. Um personagem de ar escuro, sinistro e muito tenso. Demasiado tenso pelas mesmas nuances da vida.

Perfumes de Harém, de acordo com a bela Ruth, um lugar que sempre tem se destacado por ter muitas flores desejáveis, bonitas e apeitisas. E claro, isso era, como bem podemos supor, o que mais chamava a atenção do lugar. No entanto, de todas as mulheres daquele lugar escuro e perturbador, a Ruth era a única cujo olhar estava cheia de energia e verdadeira sensualidade. Uma sensualidade misteriosa e tão mística como desenfreada.

Não há dúvida, os clientes de Perfumes Harem permanecem ali debaixo de uma árvore de mil amores, e, enquanto caminham entre os contornos envolventes e insuspeitos da luxúria do corpo, os vértices de um milhar de ilusões deslumbrantes atravessam a verdade da vida, envolvidos em um ou outro pedaço fino e silencioso de paixão. É comum, portanto, encontrar no rosto de algum deles a alegria de um amanhecer de verão, a força com que estiveram imersos por um tempo inexorável no aroma envolvente da sedução, a emoção do mundo que experimentaram por alguns minutos ou, simplesmente, e acima de tudo, o vórtice desse sentimento intenso em onde, como diz Sábato, tudo é alma. Isto é, a imensa tristeza que eles deixam e derramam naquele lugar, essa tristeza que depois deixam sem piedade e sem consideração nelas, as mulheres de Perfumes de Harém. Porque, cada dia, naquele sórdido e escuro lugar, as mulheres que trabalham ali sabem que a profundidade da sua tristeza, depende da força, e só da força, com o qual esta é lançada no lago de miséria. Da sua infinita, desdenhosa e implacável miséria... 

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