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━ ♡ : 13 Chᥲρtᥱr.

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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!

↷Cᥲρίtᥙᥣo 13 ↶

¡! Mᥲmᥲ̃ᥱ gostᥲ dᥱ
ᥴoᥒvᥱrsᥲr ᥴom o fιᥣhιᥒho.  !¡

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Vocês já pararam para pensar em quantos sabores, combinações e infusões o chá nos permite desfrutar? Claro que não, ninguém em sã consciência, com a mente cheia de problemas e dias cheios de trabalho pensam em coisas bobas e desnecessárias como chá, só um profissional de chás e ervas, adolescentes de redes sociais que gostam de fantasiar uma vida perfeita e good vibes e Lee Minho, às onze e meia da noite de uma quinta feira fria para um caralho.

Os cabelos úmidos e bagunçados do jovem papai estavam bloqueando um pouco a sua visão, mas tal detalhe não o atrapalhou muito já que de seus olhos, ele não se aproveitava totalmente, pois apenas olhava fixo para um lugar em especial. "O cantinho do café" de Han Jisung, que não passava de uma parte da bancada decorada com xícaras chiques, uma cafeteira quase que profissional, cápsulas de cafés estrangeiros e muitos, explico novamente, muitos chás e ervas. Minho estava muito ocupado pensando no que caralhos Han Jisung fazia com tanta erva em casa e não, ele não se referia a tal erva que os gnomos gostam de cultivar, mas sim ervas como:

Alcachofra, que ele não fazia ideia do que era. Alfavaca, que cá entre nós, ele abriu do pote e cheirou das ervas para ter a certeza que aquilo tudo não era a boa e velha cannabis e ele repetiu o processo com o potinho de bardana, mas tinha algo bom em meio a tanta erva estranha, o potinho de camomila ele reconhecia e sabia bem que era seguro beber. Aquilo lhe tirou quase trinta minutos de pura indecisão e confusão, mas no final, após fazer o seu suado cházinho de camomila adoçado com um adoçante vegano caríssimo, que era importado de algum país europeu, Minho agradeceu a si mesmo por não estragar tanta plantinha seca e acertar logo de primeira a dosagem de uma caneca de chá.

Lee pegou a embalagem de adoçante e tentou a ler se odiando pela visão horrível que dificultava a sua leitura.  ━ Mas será que é vegano mesmo? Tem o mesmo gosto de morte de um adoçante normal. Nem faz sentido, o adoçante vegano já é o açúcar, ou não, sinceramente eu não faço ideia. - Ele reclamou com a curiosidade de sempre, mas logo adoçou o chá e bebeu um golinho aproveitando o gostinho de paz que os hippies sempre sentiam. ━ Ficar calminho enquanto o meu queridinho não volta. - Minho cantarolou apenas por estar sozinho.

Realmente, desde o seu rápido casamento com Han Jisung, o jovem dono de um restaurante e pai de dois filhos, Minho, o dócil agiota chefe,  não havia parado em nenhum momento para tirar um tempo para si, família, dar atenção ao seu marido, que mesmo sendo um 'desconhecido' precisava de carinho, cuidar de seus negócios, administrar uma casa e cuidar de duas crianças. É, não era fácil ser um dono de casa e porra, agora sim ele entendia o quão difícil era ser uma mãe presente.

Mas ele estava adorando a sua nova experiência, cuidar de suas crianças, acordar ao lado de alguém que lhe faz bem e ser tratado com respeito e carinho era o que sempre desejou e finalmente Minho estava desfrutando de seu sonho, mesmo ainda não sendo amado, ele sentiu um tipo de amor e gratidão vindo de seus filhos e de seu maridinho. Porra, como era confortável viver daquele jeito, ele já estava quase se acostumando com a vidinha pacata e confortável, mas cá entre nós, ainda sim, bem lá no fundo, ele parecia sentir falta de algo e não, essa saudade não era recorrente aos seus antigos casos, mas sim ao seu trabalho. Lee sentia saudades de sair pelo mundo tocando o terror pelas ruas, indo atrás dos idiotas que lhe deviam uma bela grana, ele se sentia bem, afinal, se divertir não era crime, mas agiotagem sim e se afastar por um tempo era o ideal.

O papai postiço bebeu mais um pouquinho de seu chá, ele estava delicioso, então andou calmamente até a sala e logo subiu as escadas silenciosamente, pois os seus dois bebês dormiam no andar de cima.

Os corredores estavam escuros, com exceção de uma única luz acesa no final do corredor, o que lhe auxiliou a andar sem cair de cara no chão. Sinceramente, Lee não parecia mais ser uma espécie perigosa, ele já estava agindo com um pai, usava pijamas largos, tomava cházinho de noite para o ajudar a dormir e tinha um enorme medo de se machucar para não precisar ir ao hospital de novo. Bem, sem contar da característica mais comum entre os pais, a falta de intimidade com o seus filhos, ou melhor, enteado.

Han Moonbin não tinha definição, ele apenas era ele e Minho entendia, gostava de seu jeitinho, mas eles apenas se olhavam e não conseguiam manter uma boa conversa, como naquele momento, que passou pela porta do quarto do jovem garoto e parou curioso para o olhar, sua porta estava aberta, um abajur estava aceso e claro, um livro estava aberto, porém, em vez de livros sobre ciências, que era a grande paixão do garoto, Moonbin se deliciava com uma leitura nada educativa de Alien: surgido das sombras, que era a mais nova obsessão de sua irmã mais nova, sim, agora Youngsun estava gostando de filmes com alienígenas e para entender um pouco do que a sua irmã falava, o jovem fez questão de comprar os livros que tinham a mesma história dos filmes.

Assim ele provavelmente não passaria mais duas longas horas constrangedoras falando "aham" para a sua querida irmã mais nova, que lhe contava coisas incríveis sobre um carinha chamado xenomorfo.

E ele ainda o observava, sinceramente, se Moonbin fosse só um adolescente rebelde, Minho se daria melhor com ele, mas não, ele era o filho perfeito, estudava sempre, era atencioso com todos, gentil, educado e porra, porque diabos Lee não conseguia se aproximar de um adolescente terrivelmente perfeito?

Ele hesitou por não saber ao certo o que falar, o confuso papai não sabia se mais uma vez ia se sentir pressionado com a falta de assunto e por pura pressão, acabaria forçando a intimidade com o garoto, usando como sempre de sua maior arma, a conversa descontraída. Mas tudo bem, nada de errado aconteceu, agora Moon era o seu filho. Eles tinham que conviver juntos, mas antes mesmo de sua coragem surgir. Moonbin desviou o seu olhar do livro e encarou o mais velho, que estava parado ali, na entrada de seu quarto.

━ Oh, aconteceu algo? - Se recompôs largando o seu marca texto dentro de seu livro, o fechando e logo se ajeitando na cama. Han, na frente dos adultos, sempre tentou manter uma conduta perfeita e respeitável, então mesmo dentro de sua casa e em seu próprio quarto, sua postura estava impecável. ━ O senhor não costuma vir aqui… - Murmurou o seu último comentário.

Já Minho se sentiu ofendido pelo "senhor". Ele lutava um pouquinho, todos os dias para ser reconhecido como um bom padrasto, ou até pai, porém aquele Han sempre o via como um Senhor, mesmo com as suas brincadeiras infantis, para Moonbin, Minho era só um adulto como os outros adultos.

━ Não, só vim te desejar boa noite, hoje você não passou no nosso quarto, ai achei legal ver se você não estava com a sua carinha enfiada em algum livro super avançado… - Tentou ser um adulto descolado, mas ultimamente toda a sua marra de agiota havia saído de seu corpo. ━ Mas tô vendo que o nerd obsecado por notas sumiu e deu lugar a um nerd viciado em extraterrestres.

Porra, era o Minho. Lee Minho, o terror de gangseo-gu, o cara que conseguia derrubar três homens de uma só vez, um agiota que punia os seus devedores usando tacos de golfe caríssimos, o que sempre resultava em traumatismos cranianos e ossos quebrados, ele já havia enfrentado monstros, já havia matado pessoas para o seu próprio benefício e foi criado por um estelionatário e uma Dona de puteiro que sinceramente, conseguia ser o demônio na terra quando nervosa ou tirada do sério.

Lee enfrentava tudo e ria do perigo, mas ele tinha receio daquilo, como o maior de seus medos. Que o seu enteado Han Moonbin, que aquele garoto calmo e estudioso sempre o odiasse, não que ele tivesse ressentimentos pelo seu pai ter se casado bem Lee Minho, alguém que para si era estranho, mas estava na cara que Moonbin tinha um pouco de receio de o ter como pai.

Afinal, mesmo gostando de Lee, Han havia perdido a sua mãe a um pouco mais de um ano e mesmo sendo uma mulher rigorosa consigo, ainda sim era a sua mãe e aceitar Minho como um Pai era difícil.

Mas ele suspirou concordando e respondeu inclinando respeitosamente a sua cabeça. ━ Uhm, me desculpe por isso. - O observou calmo e com delicadeza puxou um pouco de sua coberta por sentir um pouco de frio, a sua janela estava aberta.  ━ Cadê o pai? - Sua cabeça se inclinou meio curioso, Jisung nunca ficava na rua até tarde, ele se preocupou.

O mais velho sorriu gentil. Minho achava bonitinho como o garoto se importava tanto com o seu Pai. Lee caminhou lento até a janela e a fechou, mas permaneceu ali, observando a rua vazia e bebendo mais de seu chá ele falou em um tom mais baixo por estar perto de seu enteado. ━ Saiu, ele disse que tinha que resolver uma coisa. - Concordou com a cabeça. ━ Eu procuro não perguntar muito para ele sobre essas coisas, não quero invadir o seu espaço. - Avisou a criança.

━ Ah, entendi. - Moonbin apenas o respondeu por educação, ele não tinha muito assunto com o seu padastro.

E Minho também, ele não tinha muito o que conversar com o garoto e mesmo que admirasse de sua inteligência, ele ainda se sentia pressionado por não ter uma relação tão boa com ele. ━ Você está bem? Está chateado pelo oito em inglês? - Lee tomou coragem, disse sem querer dizer, mas a sua preocupação falava mais alto. ━ Pois não fique, um oito é muito bom ainda. - O elogiou, se sentou ao lado do garoto, na pontinha da cama e tomou mais um pouco do chá. ━ Olha, eu te recomendo não ser o melhor do mundo, não quero o governo da Coreia do Sul batendo na porta da minha casa e te pedindo para descobrir a cura do câncer ou algo do tipo. - Reclamou fazendo uma bela careta, o que fez o garoto rir.

Moonbin soltou um sorriso genuíno após conseguir controlar o seu riso. ━ Não é pelo oito. - E mesmo com os seus lábios alegres, um suspiro pesado e preocupado surgiu. ━ Infelizmente não é pelo oito.

━ O que houve? - Minho moveu uma de suas mãos para o ombro do garoto. ━ Aconteceu alguma coisa? Pode me falar, a gente resolve. - Será que era um problema que Minho poderia resolver com a força bruta? Ele estava ansioso para voltar a resolver os seus problemas com a boa e velha força bruta.

Moonbin ergueu o seu olhar para o rosto preocupado de seu padrasto e perguntou o que tanto queria. ━ Minho, você ama o meu pai? - Ele sentiu a expressão do outro mudar sobre si e resolveu desenvolver melhor a sua pergunta. ━ Digo, aquele amor de gente casada, que ama mesmo. - Sinceramente, o garoto não soube ao certo como tocar naquele assunto, ele mesmo não conhecia o amor, só o via em filmes e livros, o que sempre era mostrado de uma forma nada saudável, às vezes abusiva, claramente dependente e com toda a certeza, fantasiosa. Ele achava o amor do cinema bonito, mas tinha medo de o ver na vida real. Traição, mentira, falta de desejo, brigas, Moonbin apenas queria que o seu pai fosse amado pacificamente, como os pais de seus amigos.

Já Minho se embolou com a pergunta do garoto e apenas riu baixo, como em um sopro. ━ Amar o seu pai? - Inclinou minimamente a sua cabeça para o lado esquerdo e observou o garoto por um segundo. ━ Porque a pergunta? -  A curiosidade o consumiu.

Mas, por querer ouvir sua resposta, ele insistiu responder a pergunta de seu padrasto com outra pergunta.  ━ É só uma curiosidade. Por que você está com ele? - Não era falta de educação, Moonbin estava sendo cuidadoso para não invadir o espaço pessoal do único adulto que estava no quarto.

━ Nossa garoto, você vem com umas perguntas difíceis, até parece um adulto. - Minho se sentiu orgulhoso, largou a sua caneca, agora vazia, de chá na mesinha de canto, se virou mais uma vez para o garoto e desarrumou seus cabelos. ━ Isso é bom, seja assim mesmo, cirúrgico com as suas dúvidas.

Mas Moonbin achou que o seu padrasto havia ficado incomodado, então se desculpou calmamente, mas se embolou com as suas próprias palavras por medo de levar uma bronca. ━ Me desculpe agir como um, eu só… - Mas antes mesmo de se explicar, foi empurrado por Lee, seu corpo se desequilibrou, Han quase caiu de sua cama, mas foi segurado pelo o que antes o empurrava.

Minho nem ao menos havia colocado força em suas mãos, Han, assim como o seu pai, não tinha um equilíbrio muito bom, o garoto parecia uma alface de tão mole que era. Minho achava engraçado às vezes.

Suspirou alto e se arrumou na cama do garoto encostando as suas costas na cabeceira da cama. ━ Amar… sabe, você ainda é novo e não viveu muito, provavelmente não vai entender se eu te explicar toda a verdade, mas eu posso te dizer algo melhor.  - Lee comentou baixo ousando acariciar lentamente o topo da cabeça do garoto que estava com as costas encostadas no travesseiro. ━ Eu amo me esforçar para que um dia eu o ame. O seu pai também se esforça para isso, o que é bom, muito bom.

Não tinha como ele responder de outro jeito. Minho não amava Jisung, não ainda. Amor era uma palavra muito forte para ele usar com tanta convicção e certeza, mas era certo que ele amava tentar fazer com que aquele tão esperado amor surgisse. Ele se esforçava para começar a ver o querido Han com outros olhos e amava perceber que Jisung se adaptava e aprendia gradualmente a amá-lo. Sinceramente, eles só tentavam fazer com que todo aquele relacionamento repentino funcionasse para que no futuro não existissem separações.

Em um relacionamento "comum" as pessoas normalmente perdem o encanto e o amor com facilidade, tudo por conta de algo romantizado e não muito explicado: A paixão. Sim, paixão, que está diretamente ligada à impulsividade, o desespero e a inquietação, o desejo de se estar perto, se possuir, até a atração sexual se torna ardente, mas uma hora, esse fogo vai se apagar. Pode ser que faíscas ainda surjam, mas muitas das vezes, a ardência apenas desaparece. A paixão sempre foi como um desejo de se vislumbrar com algo não real, algo perfeito.

Por outro lado, Lee não queria viver em um ideal imaginário, ele estava a procura de algo mais simples. A verdade. Minho queria passar por uma experiência de construção e conquista, que visava se tornar importante, ser amado aos poucos, sentir um pouco de carinho, encarar brigas fúteis, encontrar soluções para esses problemas, sentir um pouco de ciúmes, demonstrar afeto, ser desejado, desejar. Ele precisava passar por tudo o que ele tinha direito e mesmo que muitos achassem que a sua decisão era inalcançável, era um dos melhores modos de se conseguir um bom relacionamento, pois no final, Minho só queria uma boa família e viver um bom relacionamento assim como os seus pais viviam.

Minho sonhava em amar Jisung, amar suas qualidades, seu sorriso, o seu corpo, os seus assuntos, a sua voz, as suas manias, mas acima de tudo ele quis começar a amar os seus defeitos. Mas se apaixonar pela verdade não era fácil.

Lee não recebeu uma resposta conclusiva, Moonbin não sabia muito bem interpretar as suas palavras, mas ele tentou e chegou a conclusão, eles não se amavam, mas estavam tentando se amar.  ━ Se vocês não se amam agora, por que estão juntos? - Perguntou chateado, ele se sentiu um pouco confuso, não tinha motivos para duas pessoas se casarem sem amor.

Minho conseguiu ver a sua preocupação e ele não entendeu como um garoto de pouca idade conseguia levar tantos problemas nas costas, até coisas bobas que não o afetavam diretamente, como um casamento, aquilo não era um motivo para Han ficar preocupado pelos cantos.

━ Oh, você tem perguntas demais, vou começar a cobrar. - Concordou tentando ser um paizinho legal, mas ao pensar em como o responder, ele não viu outra forma.  ━ Moon, você sabe o que é conveniência? - O tocou levemente em seu peito com o dedinho indicador, o ato apenas foi feito para chamar sua atenção.

E Moonbin ficou em silêncio por um breve momento enquanto concordava com a sua cabeça, era uma pergunta óbvio, claramente ele sabia do significado.  ━ É claro que eu sei, conveniência é quando algo lhe convém, quando é apropriado, oportuno ou favorável, algo que te traz vantagem. - O explicou baixinho tentando se lembrar da definição exata da palavra, Minho realmente ainda não acreditava que o garoto era dono de tanta inteligência.

Era real, provavelmente Han Moonbin, o seu filho postiço era a porra do pablo escobar, um cara inteligente do caralho. ━ Wow, garoto inteligente, muito inteligente. - O apontou chocado, mas tentou se recompor após soltar um largo sorriso pelo orgulho roubado, porra, seu filho era um gênio, sim, ele não tinha mérito algum por essa inteligência, mas ainda sim Minho se gabaria por ter um gênio em casa. ━ Eu tenho isso com o seu papai. - Piscou animado. ━ Amor por conveniência.

━ Ah… então é tudo por interesse. - Murmurou frustrado. Ele se chateou mais uma vez.

Mas ao contrário do garoto, Minho sorriu satisfeito por tirar as dúvidas a limpo, ele ainda se pôs a concordar e sem ver problema algum, o explicou novamente. ━ Exato, interesse no amor e no carinho dele, na família dele, eu tenho interesse em o amar. - Cruzou os seus braços se arrumando na cama do garoto e observou a parede que estava na sua frente, cheia de post its, posters informativos e pedaços de folhas rasgadas, Lee se perdeu um pouco ao observar tantas informações. ━ Você é um garoto bem grandinho, já deve entender que apenas amar alguém não serve de nada, na verdade, o amor, como aqueles de felizes para sempre, é só uma invenção do capitalismo para vender corações de chocolate e ursinhos de pelúcia que falam "eu te amo" quando você aperta a patinha deles. - O avisou enquanto apontava violento para um pôster do querido Steve Jobs.

E o garoto o acompanhou com o olhar observando o seu pôster. ━ Isso faz com que tudo pareça ser pior. - Moonbin falou baixo, Minho quase não o escutou.

Mas o seu sorriso ainda permaneceu ali, respirou fundo tentando se conter um pouco e, pela primeira vez em sua vida, tentou aconselhar alguém que ele realmente se importava. ━ Não é tão ruim assim, o amor verdadeiro é como uma casa de campo, o certo é você erguer um tijolo por vez, sempre observando a estrutura para ter a certeza que ela nunca vai romper e claro, você precisa ter ajuda, ninguém é burro de erguer uma casa, ou melhor dizer, um relacionamento sozinho.

━ Mesmo assim. Sabe, o amor é algo que aparece involuntariamente, não? - Coçou o topo de sua cabeça ainda confuso. ━ Você gostar de alguém é tipo, o começo…

━ É até que meio verdade isso, você gostar de alguém não quer dizer que o sentimento de carinho, companheirismo, respeito e admiração vá durar por toda a eternidade, agora, se você cuida da pessoa que te ama, se você cultiva o seu amor, aí sim o amor verdadeiro vai te encher o saco. - Concordou consigo mesmo e logo completou. ━ O importante não é como começa, é como se mantém. - Concordou ainda balançando a sua cabeça para cima e para baixo. ━ Ah cara, eu sou um bom pai, nunca pensei em ter uma conversa tão profunda assim, olha muleque. Tá comigo, tá com Deus. Você acredita em Deus? Enfim, tanto faz. Confia no pai. - Riu altinho com o "pai" que soltou, era estranho falar pai.

━  Você é estranho. - Concordou com a cabeça certo de sua conclusão.

━ E isso não é ruim. - Minho riu baixo. ━ É até bom ser estranho, ser igual a todo mundo é mó chato. - Vamos ser sincero, Lee nunca entendeu o porquê que os seus enteados o achavam tão estranho, mas ele sempre levou esse comentário como um belo elogio. ━ Esse cara. - Apontou para o pôster que estava na sua frente e revelou. ━ Ele também me parece estranho.

E Moonbin concordou mais uma vez balançando a sua cabeça para cima e para baixo. ━ A minha mãe não gostava muito de pessoas diferentes, ela falava que ser estranho era ruim, que as pessoas nunca te aceitariam. - Comentou no intuito de se justificar. Han não achava ruim ser diferente, mas ele era ensinado que ser diferente era no mínimo inadmissível. ━ Mas o Steve Jobs pode ser estranho, ele é um gênio, ele pode ser o que quiser, bem, podia…

━ Sua mãe era… difícil de lidar… - Por deus, como ele se segurou para não xingar aquela maldita mulher, já fazia um tempo que Lee vinha percebendo que o garoto era um tanto quanto recluso e ele percebia que muitas das inseguranças de seu filho, foram criadas em cima de comentários e ações da falecida mãe. ━ Moonbin, não precisa se preocupar com nada, eu sinto que você carrega o mundo nas suas costas, isso não é necessário. Confie em mim. - Minho tentava conversar de forma que não o deixasse desconfortável, bem, Han já estava no auge de seus treze anos e mesmo já tendo muitas opiniões formadas e sendo dono de uma belo cérebro inteligente, ele ainda sim era um adolescente que tentava se adaptar ao novo padastro.  ━ E sobre as coisas que a sua mãe falava, não era porque ela era uma adulta, que ela estava certa, os adultos também falam muitas besteiras, tudo bem? - Tentou tocar em um assunto delicado sem ofender a falecida e conseguiu, Minho se sentiu orgulhoso de si mesmo. ━ Seja você mesmo e por favor, não se sinta incomodado comigo, eu gosto de agir assim, de ser eu mesmo e eu queria muito que você também fosse verdadeiro consigo mesmo.

Era aquele tipo de sentimento que Moonbin tinha dificuldade de sentir perto de Minho e que pela primeira vez sentiu, a segurança. O garoto se sentiu acolhido, ele percebeu que para aquele adulto meio estranho, ele não precisava mais se esforçar tanto, ele pôde ser ele mesmo. ━ Mas, Tio Min, eu quero muito que isso seja verdade, mas parece que… - Bufou por não conseguir terminar de falar, a palavra desapareceu de sua mente.

━ Seu pai, eu, a sua irmã, todos nós te amamos, não por você ser inteligente e educado, te amamos por você ser só você mesmo. - Minho concordou lento com a cabeça e desferiu um tapa indolor no braço magrelo de seu filho.  ━ Olha você, me fazendo falar coisas sentimentais. - E com um biquinho nos lábios, falou. ━ Confiamos em você, eu confio em você, então confie em mim quando eu digo que você não deve se preocupar mais com nada, nem com o que eu tenho com o seu pai, nem com os nossos problemas e principalmente em como as pessoas te vêem. - E com um sentimento de pai master plus do ano, Lee soltou um longo suspiro de satisfação. ━ Sinceramente, se alguém não te aceitar ou te tratar mal, é só me falar, eu dou um susto nela por você, ou melhor, a gente mata, é prático, sem dor de cabeça, sem problemas.

━ Mas matar é meio… - O avisou estranhando a facilidade que Lee falava sobre morte e assasinato.

Ele riu espontâneo com a estranheza no olhar do garoto. ━ Moonbin, se você ama alguém, você fará de tudo por essa pessoa, você provavelmente pensa assim porque nunca teve que provar esse amor, mas quando você precisar, você vai entender do que se trata esse exagero todo. - E ao sentir as mãos do garoto tocarem em seu braço, que logo serviu de apoio para a cabeça do menor, o mais velho apenas terminou sua linha de raciocínio. ━ E eu já digo, tudo bem, fazer de tudo para proteger aqueles que você ama, mas eu estava brincando sobre o assasinato, a violência não é uma opção. - Era sim, a melhor das opções, mas ele não podia falar isso para o garoto.

━ Estranho. - Mas, já sonolento, Moonbin sorriu alegre e murmurou. ━ O senhor é muito estranho. 

Mas, ainda com um belo sorriso no rosto, Lee apontou descontraído para o seu filho e o ameaçou calmamente. ━ Cala a boca garoto, quer passar a noite trancado no armário? - Minho o estapeou lentinho e fraco, mas acabou confessando enquanto retomava o seu toque com leves carícias em suas mãos. ━ Você também é estranho, nunca conheci um adolescente tão especial quanto você. - Murmurou confessando a sua admiração, sinceramente, foi algo novo conversar com Moonbin usando de tamanha sinceridade, mas Lee tentou.  ━ Quer beijinho na testa ? - Ele tentou brincar com o garoto, mas ao inclinar um pouco a sua cabeça para frente e olhar para o seu lado percebeu que Moonbin já estava de olhos fechados, provavelmente sua sonolência havia lhe dado uma rasteira certeira. ━ Boa noite Nietzsche, que os seus questionamentos e críticas não sejam tão profundos da próxima vez. - Sussurrou Minho se despedindo do seu jovem filho.

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