━ ♡ : 32 Chᥲρtᥱr.
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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!
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¡! 𝘾𝙖𝙧𝙧𝙞𝙣𝙝𝙤 𝙙𝙚 𝙗𝙖𝙩𝙚 𝙗𝙖𝙩𝙚 !¡
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Casamento.
Para muitos é uma linda celebração que, além de juntar oficialmente duas pessoas, ainda ajuda a simbolizar o amor, o perdão, a paixão e a união cujo faz dois, se tornaram um só. Era lindo. Mas, para Lee Minho, que cresceu em um círculo social onde os casamentos se resumiam a duas pessoas morando juntas e assinando alguns papéis no cartório, a ideia de matrimônio era rápida e simples. Na verdade, ele mesmo havia se casado em uma terça-feira, e a parte mais desafiadora daquele dia todo foi garantir que seu marido não quisesse se divorciar dele.
O casamento que estava prestes a acontecer não era apenas uma mera formalidade de um cartório de bairro qualquer, não como todos os outros. Não, aquele evento prometia ser o mais grandioso e sofisticado que Lee Minho já havia testemunhado em toda a sua vida.
Seu irmão, Lee Donghyuck, mesmo tendo se distanciado da família, sempre foi beneficiado pelo apoio financeiro dos pais, embora não dependesse exclusivamente disso. O caçula da família Lee era um advogado modelo do melhor escritório de advocacia de toda Los Angeles e a sua noiva, igualmente brilhante e formada em advogacia em Yale, era nada mais, nada menos do que a única filha dos donos da Rons&Linch company, que era a maldita empresa que Donghyuck suou tanto para entrar. Eles eram um casal de ouro e com isso todos podiam confirmar:
Um casamento entre um rico e alguém ainda mais rico ainda era como ir ao casamento da princesa Léia de Star Wars com aquele outro cara que ninguém ligava muito. Em outras palavras, seria foda pra caralho. Bom, seria foda pra todo mundo, exceto pro irmão do noivo, que, desde que acordou naquela manhã, só estava se fodendo cada vez mais. A sorte dele estava um lixo completo, Lee Minho estava se fodendo cada vez mais e ele nem soube como reagir, não ter sorte era estranhamente revoltante.
E ele soube que o seu azar estaria alto, pois um dia antes de seu compromisso, a sua mãe já havia ligado para o informar sobre o seu mercúrio retrógrado e a sua maldita linha de conexão com os ancestrais. A Senhora Lee Jin Ah era doida, sim, completamente maluca, lunática e provavelmente precisava ser internada às pressas, por sempre falar sobre coisas estranhas como sorte e espiritualidade, mas, após anos negando os atos charlatões de sua querida mamãe, Lee Minho cedeu e percebeu:
Seu mercúrio estava retrógrado para um caralho, só tava acontecendo desgraça em cima de desgraça. Seu dia nem havia começado direito e já estava tudo dando errado. Ou era isso, ou alguém havia lhe lançado uma praga.
Primeiro.
Minho estava a caminho dos preparativos do casamento quando um pequeno imprevisto aconteceu: O seu carro havia colidido com um outro veículo, na verdade, foi o outro carro que colidiu com o dele, mas, por sorte, foi apenas uma batida leve na parte da frente. Youngsun, que estava sentada na cadeirinha do banco de trás, não se machucou nem ficou assustada. Pelo contrário, para a pequena, aquilo foi uma aventura emocionante, afinal, era a primeira vez que ela vivenciava uma colisão de carro. Empolgada, ela até pediu para repetir.
“De novo, de novo!”
No entanto, ela não conseguia entender o quão perigosa aquela situação poderia ter sido. Minho, aliviado pela pequena diabinha estar bem, demonstrava curiosidade em saber o porquê diabos o tal motorista havia freado com tanta violência e sem aviso algum.
O único perigo que a jovem garotinha conseguia enxergar era o seu Papai Lee, visivelmente irritado, examinando a frente do carro de seu marido, agora, com alguns amassados e arranhões. Era evidente que sairia de seu bolso uma boa quantia para reparar os danos, mas aquilo não o preocupava. ━ Papai, tá calor, e Sunsun odeia vestido, é quente demais. - Reclamou Youngsun, tentando chamar a atenção do adulto que ainda a carregava no colo, como se aquele fosse o problema mais urgente no momento e sim, para a pequena era urgente, o sol era muito, o mormaço a incomodava e a etiqueta do vestido a pinicava por inteiro, era terrível!
Minho, por sua vez, ainda estava pasmo após o impacto da batida repentina. Tudo havia acontecido muito rápido: o carro freou bruscamente, e ele não conseguiu desviar ou parar a tempo. Sim, ele não estava nem um pouco preocupado com o carro caro de Han Jisung, foda-se o carro, a sua primeira reação foi verificar o bem-estar da sua filha, que, para a sua surpresa, havia adorado a dose de adrenalina. ━ O papai já vai ir... - Disse Minho com uma calmaria em seus lábios, ele tentou passar tal tranquilidade para si próprio. ━ Só preciso resolver isso aqui primeiro.
Enquanto isso, Youngsun, completamente alheia à tensão no ar, continuava a balançar as perninhas, ansiosa para que o "passeio" recomeçasse. Minho respirou fundo, aliviado pela querida Sunsun estar bem.
Mas o outro homem, aquele que havia causado o acidente, saiu finalmente de seu carro, bateu a porta e chutou-o com toda a força logo gritando. ━ Você ferrou todo o meu carro! - Apontou para a traseira que estava amassada e o xingou alto não se importando muito com a culpa.
O que batia por trás sempre levava a culpa, consequentemente Minho era o culpado, mesmo não errando, ele ainda sim era o culpado.
Minho ainda segurava sua amada filha nos braços, sua calma se resumia a ter uma pequena reclamando do calor enquanto ele a mantinha no colo, relutante em soltá-la. Mesmo que a batida não tivesse sido forte, Youngsun estava dentro do carro e poderia sim ter se machucado. A preocupação ainda estava em seu coração, mas a presença dela ali, segura e tranquila, era um alívio imenso. ━ Pelo contrário, você bateu no meu carro. Nunca vi alguém dar ré no meio de uma estrada que só vai para frente! Se você quer parar, vá para o acostamento, cara. Mas sim, você foi mais afetado. Esse carro é grande, é verdade, mas mesmo assim eu não posso fazer nada. Você freou do nada e deu ré, no meio de uma estrada! Tem sorte da batida não ter sido pior. - Lee reclamou, enquanto, quase inconscientemente, acariciava o topo da cabeça de Youngsun, como se aquele gesto suave o ajudasse a manter a compostura.
Lee tentou manter um equilíbrio, ele quis resolver toda aquela situação civilizadamente e achou o modo perfeito para equilibrar a preocupação que ele sentiu de sua filha e a necessidade de resolver a situação toda. Ele sabia que, no fim das contas, o que realmente importava era que Han Youngsun parecia estar se divertindo com toda aquela situação.
Mas o homem bruto não quis o ouvir, ele só conseguia pensar no dinheiro gasto que ele ia ter que arcar em seu carro. ━ Tá, pague pelo… - Mas sendo interrompido pela risada divertida de Minho, ele se irritou ainda mais. ━ Se você pensa que eu vou deixar isso pra trás…
Minho, mantendo a calma apesar da situação, abriu o carro e colocou a pequena Youngsun em sua cadeirinha no banco de trás. Ele ligou o ar-condicionado para garantir que ela ficasse confortável, deixando uma das portas aberta para que o ar fresco circulasse enquanto resolvia o problema. Com um último olhar de cuidado para a filha, ele se aproximou do outro motorista e, desta vez, deixou a fofura de lado.
━ Olha, vou pagar porra nenhuma. - A sua voz firme, carregada de indignação e falta de educação o avisou. ━ Você freou do nada, colocou a vida da minha filha em perigo e agora vem me pedir dinheiro? Ah, assim é fácil, né, querido! Sempre dizem que tem pouca puta pra tanto filho da puta no mundo, olha lá. - disparou, apontando de forma direta e sem rodeios. ━ Aqui não tem puta nenhuma, mas de filho da puta eu tô vendo um.
Lee Minho respirou fundo, tentando controlar a raiva, mas não conseguiu evitar mais um comentário ácido. ━ Se eu fosse o culpado, eu iria arcar com todas as despesas sem nem abrir a boca, mas eu não sou besta. Eu vi que você estava errado, e vi também que você dirige igual uma velha cega com síndrome de Parkinson. - Minho sabia que suas palavras eram duras, mas, naquele momento, a segurança da sua amada filha e a pachorra da situação falaram mais alto, por ele, a cara daquele desgraçado já estaria sendo arrastada no asfalto, mas ele tentou ser um cidadão de bem. Pelo menos uma vez em sua vida, mas era uma tarefa difícil.
E era uma boa lembrar...
O dia de Lee Minho estava sendo, sem dúvidas, um verdadeiro desastre, ou melhor dizendo: Tava tudo uma porra.
Tudo começou com o pé esquerdo: todos da casa acordaram atrasados, e, enquanto desciam as escadas correndo pelo atraso, Minho escorregou em um brinquedo da filha e ralou as costas nos degraus. A dor foi só o primeiro capítulo de uma manhã caótica. Em seguida, ele teve uma discussão completamente desnecessária com Han Jisung sobre uma colega de seu restaurante que obviamente estava dando em cima dele, nem ao menos fazia sentido a discussão, Han era lento demais para perceber as investidas de uma mulher, mas, mesmo assim, toda aquela discussão conseguiu deixar ambos ainda mais irritados.
Para piorar, problemas de trabalho surgiram, fazendo com que Lee se atrasasse ainda mais. Han, tentando ajudar, saiu na frente para pegar as alianças na joalheria, enquanto Minho ficou para resolver as pendências trabalhistas. Quando finalmente conseguiu sair, decidiu usar o carro do marido, uma escolha que só aumentou sua frustração, já que ele detestava dirigir carros automáticos.
Era como se o universo conspirasse contra ele, transformando um dia que deveria ser especial em um combo ultra especial de pequenos desastres. Minho respirou fundo, tentando manter a calma, mas sabia que, naquele ritmo, o dia ainda reservava muitas surpresas, e nem todas seriam boas. Mas, por mais que Minho se esforçasse para garantir que, a partir daquele momento, tudo corresse bem, o destino parecia querer lhe dar uma rasteira daquelas.
Para completar o caos do dia, um carro bateu no veículo que ele estava dirigindo. E, claro, não poderia ser qualquer carro, Minho estava no volante do carro de Han Jisung, seu marido. Em vez de baterem em seu próprio carro, que era um modelo antigo e clássico, mais barato de consertar, o infeliz acabou colidindo justamente com um carro importado, daqueles lançados recentemente e que custavam uma pequena fortuna. Minho sabia que o seguro ia lhe encher a paciência com burocracias intermináveis, e, pior ainda, Han Jisung certamente o faria dormir no sofá quando descobrisse. Ele suspirou, olhando para o amassado no carro do marido, não estava tão ruim, mas provavelmente escondia danos caríssimos. Era o tipo de situação que só acontecia com ele.
Sim, o homem que gritava tentando impor autoridade havia batido em seu carro, mas mesmo assim, nem por um breve momento, ele tentou abaixar o tom ou se desculpar pelo acontecido. ━ Eu já peguei a placa do carro e… - Ainda alterado o homem pegava o seu celular para tirar mais fotos dos danos.
Ele respirou, tentou se acalmar, por deus, ele pelo menos tentou. Minho não quis que a sua pequena garotinha o ouvisse falar palavrinhas tão feias, então, se virou por um momento, verificando se Han Youngsun estava bem, mas assim que matou a sua preocupação ele o respondeu baixo, em um tom mais que amigável dada a toda aquela situação.
━ Bem, olha aqui seu pouca rola do caralho, eu sei que sua mãe deve ter te alimentado com porra de burro para você crescer como um neandertal e dirigir igual um retardado cego depois de cheirar um balde de cocaína. - Ele deu mais uma olhadinha para trás, certificando-se de que Youngsun estava segura e tranquila no banco de trás, antes de continuar sua confissão.
Minho, que era dono de um sarcasmo e ira indescritível, desabafou mais, às vezes ele precisava daquilo, suas frustrações sumiam após alguns minutos descontando a sua raiva em outra pessoa.
━ Cara, mas a culpa ainda é sua por você ter batido na porra do carro do meu marido, que inclusive é um cú de pessoa quando se trata do carro idiota de meio milhão dele, eu vou perder pontos na carteira? Ah, se fuder. Eu tô pouco me fodendo pra isso, dirigi mais da metade da minha vida sem carta, pau no cú da lei.
O respondeu tentando manter uma aparência calma, embora por dentro estivesse surtando de raiva. Ele sabia que Jisung iria matá-lo assim que visse o estrago no carro.
━ Um inferno pra mim é o meu marido puto, cara. - continuou Minho, agora com um tom mais brincalhão, mas ainda cheio de frustração. ━ Olha, eu tive que aguentar aquele homem reclamando da porra do carro dele uma semana inteira, depois da minha filha derrubar danoninho no estofado dele, eu pensei que eu podia ter paz, mas agora que você fez isso com o carro dele, eu posso oficializar, você é o tipo de desgraçado que eu estou louco para quebrar na porrada. - Ele apontou para o motorista, meio brincalhão, mas com um olhar que deixava claro que não estava totalmente de brincadeira. Lee estava beirando a sua sanidade. ━ Eu acho justo, estourar a sua cara a troco de você foder com a minha vida! - finalizou, cruzando os braços e encarando o homem como se estivesse esperando uma resposta.
Ou talvez o agiota apenas estivesse se preparando para o inevitável: Ele ia ter que gemer muito fino e fofo, assistir muitas temporadas de greys anatomy, lavar muita louça e provavelmente concordar com as algemas que o Han queria tanto usar na cama, tudo para ele se esquecer do dano automobilístico.
Ia ser terrível, greys anatomy era horrível!
Minho reclamou do amado, mas não era como se Jisung fosse lá tão irritante, azedo e reclamão. Após um tempo de casamento, Minho havia aprendido a decifrar o comportamento exagerado do marido. Jisung, no fundo, era um homem que zelava com unhas e dentes por três coisas: seu trabalho, sua família e, claro, aquele carro supercaro que Minho nunca entendeu a obsessão.
Para Jisung, aquele carro não era apenas um carrinho qualquer, era uma conquista, um símbolo de todo o esforço e dedicação que ele havia investido ao longo dos anos. Ele amava o carro, mas não era algo obsessivo, como aqueles velhos que tratam carros como se fossem os seus próprios filhos. Não, Jisung via aquilo de forma diferente. Ele representava algo maior: era a materialização do seu trabalho duro, do suor e de todas as manhãs que ele havia passado em frente a um fogão industrial. Era uma das suas conquistas, e ele zelava por ela com orgulho. Era mais do que um objeto, era uma lembrança constante de que ele havia chegado onde estava por mérito próprio. E, por isso, ele cuidava daquela conquista com o mesmo zelo que dedicava à sua família e ao seu trabalho. Afinal, para Jisung, tudo aquilo estava interligado: o carro, a família, o trabalho. Tudo fazia parte da vida que ele havia construído com tanto esforço.
E assim, havia regras claras: não comer no carro, não riscar o carro e, principalmente, não bater no carro. Minho até tentou segui-las à risca, mas bem, regras foram feitas para serem quebradas.
Ele e a pequena Youngsun já haviam compartilhado salgadinhos e refrigerantes dentro do carro, em segredo, é claro. E, agora, após a batida, alguns arranhões decorativos haviam sido adicionados à lataria azul. Minho olhou para os danos, tentando se convencer de que talvez não fossem tão perceptíveis assim. ━ Ah, nem dá para perceber. - Lee murmurou para si mesmo, tentando acreditar nas próprias palavras mentirosas. Mas, no fundo, sabia que Jisung ia perceber.
Ele sempre notava.
Minho suspirou, imaginando a reação do marido quando olhasse para o carro. Mas no fim das contas, o mais importante estava em segurança, a sua filha estava bem, Youngsun não havia se machucado, a garotinha estava em perfeito estado e nem ao menos havia se assustado, era ótimo. O resto... bem, o resto ele provavelmente ia resolver como sempre fazia: com um pouco de jeitinho, muito charme, provavelmente com os joelhos no chão e com as duas mãos juntas enquanto pedia perdão.
Mas o autor do acidente ainda atentava com a paciência do pai de família. ━ Quem você pensa que é pra…- E o dedinho do homem apontou rude para Minho, que apenas sorriu e acenou calmamente com a cabeça.
Porra, ser calmo e compreensível nesse tipo de situação era difícil para um caralho.
Minho tava puto, muito puto, mas ele não podia perder tanto tempo com um cara insignificante no qual ele nem ao menos tinha interesse em saber o nome. Sua única reação foi pegar o seu celular, tirar fotos da placa do outro carro que estava batido e logo que guardou o seu aparelho telefônico, ele se aproximou mais e comentou baixo para não incomodar a garotinha que estava em seu carro.
Lee apontou para si mesmo. ━ Alguém estressado pra porra, olha aqui, eu vou deixar essa passar, minha filha está segura e a unica coisa que aconteceu comigo é que eu tô puto pra caralho, meu irmão que me odeia vai casar e está me esperando nesse mesmo instante, meus pais estão queimando incensos pros mortos, pois hoje também é o aniversário de morte do meu tio, que eu mesmo matei e um cuzão do caralho bateu no carro do meu marido, você sabe as poucas e boas que eu vou ouvir quando ele ver isso? - O perguntou apontando agora para o carro, Minho realmente esperava uma resposta que o deixasse menos irritado, mas não resolveu muito . ━ Você sabe o quão eu vou ouvir por chegar atrasado no dia do casamento do meu irmão mais novo? Porra!
Mas o homem másculo inflou o seu peito no intuito de o intimidar. ━ E…
Mas antes mesmo de concluir o que queria tanto falar, o motorista foi interrompido por Minho, que tornou a falar gentilmente.
━ Caladinho, eu acho uma falta do que fazer sair de sua humilde casa, com o seu humilde carro, só para bater no carro de uma pessoa ocupada que nem eu, mas não devo te culpar, a vida de alguns é tão chata que eles precisam inventar problemas para os outros. Meu marido me explicou que eu não devo bater ou matar um idiota feito você por coisas bestas, então vou te dar um aviso: eu vou te processar. Só porque você me deixou puto. - Minho entregou seu cartão de visitas ao motorista como um gesto dramático, suspirando cansado enquanto olhava para o relógio no pulso, ele realmente estava atrsado.
Por um momento, Lee se sentiu como uma daquelas "tiazinhas" de cinquenta anos que só sabem reclamar da vida, gritar e processar os outros. Sim, Minho havia se tornado uma "Karen", aquelas figuras chatas e reclamonas que ele tanto criticava. Bom, ele nunca havia processado ninguém antes, todos os conflitos da sua vida costumavam ser resolvidos no tapa ou no soco. Era mais rápido, mais fácil e, de certa forma, mais seguro do que meter um processo em alguém.
Mas o agiota continuava, ainda, meio puto. ━ Com todo o respeito, eu espero que você se quebre todo na próxima vez que andar de carro na intenção de ferrar com a viagem dos outros, passar bem. - concluiu, estranhamente educado.
Com essas palavras, Minho se virou, entrou no carro e verificou se Youngsun havia colocado o cinto de segurança da forma certa. Ele respirou fundo tentando se acalmar, mas sabia que aquele dia ainda não havia acabado. E, pior, Jisung certamente teria muito a dizer quando descobrisse o que havia acontecido, sua filha particupou de uma batida de carro, seu marido havia se envolvido em um acidente, era muita coisa para uma pessoa só.
Youngsun estava radiante, tão encantada que, enquanto o seu amado papai puxava o cinto de segurança para se certificar de que estava bem preso, era a sua segunda checagem, ela soltou um sorrisinho bobo de orelha a orelha. Era como se o Pikachu estivesse bem na frente dela, ou um deus da guerra estivesse descendo dos céus para uma visita. Seu papai era simplesmente incrível.
━ Papai, você ameaçou ele!. A garotinha exclamou, batendo palmas animada com o "show ao vivo" que o pai havia proporcionado. Por todos os enroladinhos de salsicha do mundo, Youngsun adorava ver Lee Minho, vulgo, papai Lee, agindo daquela maneira: tão educado, mas ao mesmo tempo tão ameaçadora e destemida. Ele parecia um daqueles vilões chiques dos filmes que ela tanto gostava de assistir.
Lee Minho era como um Hannibal Lecter da vida real, ele era chique, marrento e posturado. Youngsun era fã dele e isso automaticamente a fazia ser a fã número um do seu amado papai.
━ Come ele vivo da próxima Papi! - Gritou a garotinha, empolgada, enquanto via Minho se virar calmamente, dar partida em seu carro e seguir o seu caminho sem muita conversa.
Minho estava preocupado, em choque por tudo que havia acontecido, mas ele não resistiu a animação da garotinha. Apesar de todo o estresse do dia, a empolgação de Youngsun era contagiante. Ele sabia que, no fundo, ela não entendia completamente a situação, mas a pureza e a admiração dela eram como um lembrete de que, mesmo nos dias mais caóticos, havia momentos que valiam a pena e aquele era um daqueles momentos preciosos.
━ Calma Annie Wilkies. - Lee disse, rindo baixinho. ━ O papai não come ninguém. Mas, se ele aparecer de novo, a gente dá um susto nele, que tal? - Youngsun riu, balançando as perninhas no banco de trás, completamente fascinada pelo herói que tinha como pai. E, por um instante, Minho esqueceu dos problemas do carro, do marido bravo e do dia desastroso. Afinal, ser o "vilão chique" da filha obcecada pelo terror e horror cinematográfico era, sem dúvida, um dos melhores papeis que ele já interpretou em toda a sua vida.
A sua bateria diária estava novamente completa, mas as perguntas em sua cabeça surgiam aos montes. Ele nunca conseguiu entender completamente a admiração dela por pessoas briguentas e ameaçadoras. Será que Han Youngsun havia herdado o seu "dedinho podre" para homem? Ele pensou, pensou e pensou novamente, sentindo um frio na espinha.
Em um momento de desespero silencioso, o pai de família fez um pedido mental a todos os seus ancestrais: que a filha só se envolvesse com pessoas boas. Bem, se alguém tivesse que ser "a pessoa ruim" no futuro, que fosse a própria Youngsun, e não alguém que pudesse machucá-la.
Lee suspirou, profundamente preocupado. Esse era um de seus medos mais inocentes como um pai de menina. Mas, tentando se concentrar na estrada, ele dirigia um pouco mais rápido que o normal, alternando seus olhares entre o asfalto, a pequena garotinha no banco de trás e o relógio. Eles estavam realmente atrasados.
━ Não é possível. - Murmurou, olhando para o retrovisor como se esperasse encontrar alguma resposta ali.━ O meu Mercúrio deve estar retrógrado. Só isso explica essa onda de azar. - Minho balbuciou mais algumas reclamações, quase como se estivesse conversando consigo mesmo, pois bem, ele estava conversando consigo mesmo, mas para não parecer ser louco, ele só resolveu murmurar um pouco mais alto do que o recomendado em situações como aquela. ━ Essa porra de Mercúrio retrocedeu pra caralho, tá me fodendo demais essa merda. Desde que casei com o Jisung, ele me deixou assim, sem sorte nenhuma. Aquele cara sugou toda a minha sorte. Eu tô sem sorte!
Youngsun, sentada no banco de trás, ouvia as palavras do pai sem entender muito bem o que ele estava dizendo. Para ela, aquelas frases eram apenas mais uma das loucuras engraçados que o papai fazia de vez em quando. Ela riu baixinho, balançando as perninhas, enquanto observava as árvores passarem pela janela, mas por algum motivo ela ouvir um nome nunca já ouvido e isso ativou instantaneamente a sua curiosidade. ━ Papai, por que mercúrio retrógrado tá te fodendo? - Coçou o topo de sua cabeça meio confusa.
Mas Minho, sentindo um breve choque percorrer seu corpo, olhou rapidamente para a filha e tossiu, tentando disfarçar a surpresa. Era ótimo saber que Youngsun era inteligente, tão inteligente ao ponto de guardar na sua cabecinha uma palavra que ela nem ao menos havia ouvido ou usado em toda a sua pouca vida. ━ Filha, não usa essa palavra não, é muito feia. - Disse Minho, com calma, mas firmeza. ━ Eu sei que foi o seu Papai Jisung que te ensinou, e não eu, mas não fala não, tá?. - Ele tentava manter a serenidade, mas por dentro estava se perguntando quantos dias ele iria ter que dormir no sofá após o seu amado marido descobrir que a sua inocente filha agora sabia falar palavrão.
Seu biquinho fofo e inocente estava enorme. ━ Papai… mercúrio retrógrado é uma palavra feia? - Sinceramente, a garotinha ficou meia confusa com tantas palavras dificeis que aquele cara falava, mas ela tentou pelo menos prometer nunca mais falar sobre o maldito e amaldiçoado mercúrio retrógrado.
Minho continuou a resmungar baixinho, mas, no fundo, ele sabia que boa parte daquela "má sorte" não passava de uma série de coincidências. Ele preferia morrer a concordar com sua mãe, a xamã supersensitiva da família, que sempre insistia em culpar os astros, os espiritos e os ancestrais por tudo. Claro, ele admitia que talvez estivesse exagerando um pouco, ou muito, era difícil não se sentir perseguido pelo azar em um dia como aquele.
Mas, entre os escorregões, discussões, problemas de trabalho e agora a batida no carro, Minho só esperava que, ao chegarem ao destino final, as coisas finalmente dessem uma trégua. Afinal, até Mercúrio retrógrado tinha os seus limites e ele já estava mais do que pronto para que o planeta decidisse seguir em frente e parar de bagunçar a sua vida.
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