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━ ♡ : O6 Chᥲρtᥱr.

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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!

Cᥲρίtᥙᥣo O6

¡! A mᥲmᥲ̃ᥱ ᥲᥴhᥲ qᥙᥱ o ρᥲρᥲι
ρrᥱᥴιsᥲ dᥱ ρsιᥴoᥣogo  !¡


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Era estranho, como o humor de uma família podia mudar de uma hora para a outra, após o desentendimento na entrada da casa da família Han, todos decidiram ir para a sala de jantar, onde desfrutaram de um almoço delicioso cujo Jisung havia os proporcionado enquanto todos conversavam descontraídos sobre outras discussões passadas.

Minho limpava as suas finas lágrimas e tentava controlar a sua risada que até então estava alta, Youngsun, a mais nova, pelo contrário estava ocupada demais enfiando um pedaço de carne gigante em sua boca e Moonbin, o filho mais velho bebia um pouco de suco acompanhando o seu mais novo "pai" na risada.

━ Minho, não ria! - Jisung deu um fraco tapa no braço de Lee e o repreendeu sentindo seu rosto queimar pela vergonha.

Mas ele não conseguia se conter, sua risada gostosa invadia toda a sala de jantar junto com as das duas crianças que estavam animadas com tal conversa. ━ Eu não acredito, você bateu no manequim. - Apontou desacreditado para a garota de bochechas infladas que tentava mastigar aquele pedaço enorme de carne.

━ Sim, ela bateu. - Moonbin respondeu envergonhado se lembrando de tal dia. Quando o incidente tinha acontecido não era tão engraçado assim, mas com o passar do tempo todos começaram a ver o quão icônica havia sido a cena.

Youngsun não era lá uma garotinha malvada que fazia coisas ruins para que os adultos ficassem chateados com ela, mas daquela vez a garota quis ser mal educada. ━ Eu falei pra tia que o menino tinha quebrado, ai ela não acreditou em mim e falou com o papai que crianças mentirosas mereciam umas palmas. Ai eu provei pra tia que eu não tava mentindo. - Piscou graciosamente e sorriu orgulhosa de seus próprios atos. Han Youngsun desde muito pequena foi ensinada a não mentir, então odiava quando os outros contradiziam as suas verdades.

━ Eu desgrudei os olhos da Youngsun por um segundo, um mísero segundo. - Jisung murmurou abaixando a sua cabeça sorrindo largo.

━ Eu também, eu fui pegar a camiseta que eu achei bonita e quando eu me viro eu vi… a Youngsun deu um tapa na cabeça do manequim e a cabeça voou para fora da loja e rolou a escada rolante abaixo. O meu Pai ficou assim. - Moonbin inflou as bochechas tentando imitar a cara de seu pai e arregalou os olhos chocado. ━ Ele não se mexeu, a mulher gritou "Pega a cabeça" e eu não sabia o que fazer e corri. - Explicava meio animado percebendo que Minho ainda esboçava um genuíno sorriso.

Mas Jisung respirou fundo após tomar mais um gole de seu suco e comentou divertido. ━ Eu travei, eu não sabia se eu brigava com a Sunnie, ou se eu corria para pegar a cabeça do boneco ou se eu me desculpava com a mulher da loja ou se, sei lá, eu ria da situação. - Negou meio envergonhado com o passado e observou a sua filha que enfiava um pedaço bem grande de batata assada em sua boca, Youngsun estava ocupada demais comendo, ela não ia perder tempo conversando.

Já Moonbin estava animado, obviamente ainda estava meio chateado com todos os acontecimentos que a sua manhã lhe proporcionou, mas ele tentava ver o lado bom das coisas. Era estranho ver o seu Pai tão despreocupado e animado, era um alívio depois de tanto tempo ter um momento assim com ele. O garoto não estava mais com fome e após terminar de comer o pouco que havia colocado em seu prato, tomou mais suco de morango, que era a sua paixão e voltou a contar para Lee com detalhes o tal ocorrido.

━ Eu esqueci que eu sou eu, larguei as sacolas e corri pra pegar a cabeça do manequim e quando eu vi ela rolar a escada rolante eu quase chorei, quase desmaiei sem ar, desci a escada rolante correndo e consegui pegar a cabeça. O shopping estava cheio quando isso aconteceu, muita gente me viu desfilando com uma cabeça de manequim na mão. - Riu baixo meio envergonhado e se viu mais animado com o momento, era confortável.

Minho era um adulto, seu interesse no começo não era direcionado às crianças e todos que observavam o modo que ele olhava para Jisung, era diferente, como um sentimento misturado de curiosidade, diversão e interesse, mas aquela conversa em família o cativou certeiro.

Seus olhos estavam arregalados chocado com todo aquele caos que o seu mais novo filho contava e mesmo entretido no assunto do garoto, ele se permitia desviar o olhar para a sua mais nova filha, que de modo engraçado enchia as suas bochechas com comida enquanto sorria dócil prestando atenção na conversa.

Sim, Minho era um adulto, mas não estava agindo como a maior parte deles, que apenas focava em seu "maior" interesse, cativado com a sua nova família, ele respeitava e levava a conversa para a frente respeitando o momento e atenção que todos ali mereciam e Jisung se admirou por um momento com tal mínima ação, era raro um adulto tratar uma criança com tamanho respeito, aquele realmente pareceu ser o homem certo e bem, com toda a certeza Han estava disposto a tentar de apaixonar pelo homem que estava diante de seus olhos.

━ Tá, mas como assim você se esqueceu que era você? - Perguntou meio curioso por não entender tal parte e o Pai dos dois garotos fez uma pausa para tomar um pouco de suco ao sentir algo incomodar a sua garganta. Tal assunto lhe tirava até a fome.

━ É que eu sou asmático. - Comentou tal verdade simples, afirmando com a sua cabeça. ━ Se eu correr muito eu desmaio, tenho crise, enfim, é…eu nunca joguei pique esconde. - Comentou baixo se lamentando e ouviu a sua irmã mais nova rir meio boba.

Concordando com um belo pedaço de batata em sua bochecha esquerda, Youngsun comentou.━ Eu já. - Piscou observando por um momento Minho e ainda, como se sentia estranha perto de um homem estranho, respirou fundo e apertou seus olhinhos engolindo o pedaço de batata. ━ Papai, o que você fez de sobremesa?


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E finalmente eles estavam sozinhos, as crianças estavam na sala procurando um filme legal para eles assistirem enquanto Minho secava a louça que Jisung lavava e mesmo que impossível de se imaginar, os dois estavam tendo uma boa conversa. ━ Para com isso, eu amei as crianças. - Lee comentou animado procurando entre os armários onde ficavam os pratos. ━ Isso me lembra, faz tempo que eu não tenho um almoço de família, sabe, desde que o meu pai foi preso, às vezes eu e a minha mãe fazemos algo, mas nunca mais marcamos nada com a família. - Confessou de modo agradável guardando todos os pratos com tamanho cuidado.

━ E os nossos almoços vão ser animados a partir de hoje, eu espero que tudo dê certo para a gente, Minho… - O acastanhado terminou de lavar a louça, tirou o excesso de água com um pequeno rodinho de pia e se encostou na bancada. ━ Será que vai dar certo mesmo? Tipo, eu e você não nos conhecemos e mesmo assim você tirou os piercings e mudou o cabelo, eu não me sinto bem em te ver sacrificar o que você é pelos meus problemas. - Confessou o olhando, ainda sem graça por todos os problemas que havia depositado na conta de Lee.

━ Que bobagem. - Lee colocou o pano de prato em seu ombro e se aproximou dócil de Han, que cabisbaixo desviou o seu olhar os fixando no chão. ━ Estamos casados, sacrificar um cabelo colorido que eu só pintei porque eu perdi em uma aposta e tirar alguns piercings que eu coloquei por estética não vai me matar, contando que eu sinto falta do que ficava na minha lingua… - Murmurou rápido rindo meio forçado.

Ele realmente não se importava com coisas supérfluas, mas tinha se arrependido de tirar aquele que ficava em sua língua, mas para Minho, o pequeno sacrifício valeu a pena.

━ Coloca ele de novo, por favor. - Piscou inocente levantando o seu olhar para Lee, tentou sorrir e esquecer o incômodo e vergonha que sentia por antes ter tratado um homem tão bom daquela forma má educada. ━ Não aparece muito e você sente falta, sabe e eu acho estiloso. Tipo… - E meio confiante por se sentir um pouco mais a vontade com toda a situação, Han se arrumou encostando novamente as suas costas na bancada e gesticulou divertido. ━ Eu sempre quis colocar um na minha boca, bem aqui. - Apontou para o seu lábio inferior, o animado deixou o seu dedinho ali por um tempo, assim o seu mais novo maridinho podia observar mais aquela área e imaginar melhor como seria o piercing. ━ Eu também queria colocar tipo brinco, mas minha esposa odiava essas coisas. - Suspirou baixo.

Sim, não era como se Jisung se sentisse obrigado a seguir as normas e padrões de sua antiga esposa, mas sempre tomou extremo cuidado quando o assunto era passar por cima dos gostos e costumes de Jooyeon, que mesmo sem querer, sempre teve uma personalidade um tanto quanto controladora. Então, fazer tatuagens, pintar seus cabelos, colocar piercings, deixar o seu cabelo crescer, beber, fumar, engordar mais que o necessário, comer alimentos processados, ou de origem animal, não tomar vitaminas e suplementos alimentares e falar palavrões era quase que proibido.

Sem contar que suas roupas, quase todas eram compradas com a aprovação da mesma, que sempre expressou o seu desgosto no original estilo de Han. O seu próprio estilo sempre foi criativo com toques urbanos e modernos, mas sua falecida esposa preferia algo mais puxado para o elegante e sofisticado.

━ Uhm, tá muito cedo para falar que eu estou com ciúmes? - Lee riu meio baixo e se aproximou mais do rostinho de Han. ━ Sua esposa… entendi, querido. - Mas por saber que ainda era muito cedo para qualquer tipo de brincadeira com teor sexual, o agiota suspirou meio baixo e concluiu meio animado com a ideia. ━ Vamos furar, eu te levo, você não deve ficar com vontade de fazer nada, faça tudo o que te der na telha, menos abandonar os seus filhos e fugir para Portugal com uma puta, como o meu Tio fez. - Sorriu de lado fazendo um leve carinho com o seu dedo indicador no lugar cujo pela vontade de Han, logo ia ser colocado um piercing.

Mas por tamanho choque, Jisung tirou a mão de seu novo esposo de seus lábios e a segurou curioso. ━ Espera, o seu tio fugiu com uma profissional do prazer para Portugal? A sua família é…é…- Teve um mini surto, estava desacreditado pela informação.

━ Eu sei, bem daora eles. Na verdade a puta era a vadia preferida do irmão dele, outro tio meu, ele fugiu com ela pra não receber chumbo na cabeça. Mas e a sua família, também dá uma dessas? - E novamente o mais velho não via problema em falar de todos os seus familiares, a vida que o garoto sempre teve, era de fato um tanto conturbada, mas ele nunca sofreu por isso, na verdade toda a vida de Minho sempre foi, para ele, mais que perfeita.

Seus pais o amavam, nunca passou fome, frio, sempre teve um bom lar para morar, sua família sempre o apoiou e o respeitou, o seu pai apenas o espancava nos horários que ambos treinavam Taekwondo e muay thai. Os seus tios de sangue também eram legais, lhe mandavam mensagens e uma vez ao ano o presenteava com um envelope preto cheio de dinheiro e um licor super velho feito de ginseng.

Sua única decepção era o seu irmão mais novo, que após tomar maioridade começou a desgostar do modo de vida de sua família e de alguma forma estava planejando a emancipação, Lee Minho, que sempre foi muito ligado ao seu irmão mais novo, Lee Donghyuck, não sabia muito bem em como agir em tal situação, que estava a ponto de acontecer.
 
Mas Jisung não compartilhava de sua sorte, sem graça de responder verdadeiramente a pergunta, ele tossiu tentando ganhar um pouco de tempo e pensou em como desviar de tal resposta. ━ A minha família é apenas a Sun e o Moon. - Riu descontraído.

━ E os seus pais? Eu vou poder os conhecer um dia? - Infelizmente Lee não sabia que estava entrando em um tópico bem sensível para Jisung, mas não era a sua culpa, ele realmente não fazia ideia que tal assunto o machucava tanto.

E a resposta, cheia de raiva e angústia foi respondida. ━ Você nunca vai conhecer os meus pais. - A sua voz saiu um pouco mais autoritária e seca que o normal, mas tentou consertar o seu vacilo e se forçou a tossir, para assim arrumar o seu tom de voz, que agora lhe saiu bem mais baixo e calmo, o seu parceiro o olhava sem mais o brilho em seu olhar, a animação se desfez e Han se sentiu cada vez mais culpado. ━ Desculpe. Meu pai sumiu quando a minha mãe engravidou, minha mãe tinha dezesseis anos, ela falou que o meu pai era tipo um monitor mais velho da escola, ou um estagiário, não sei… - Murmurou observando os olhos de Minho, que fecharam por um momento. Ele pareceu estar odiando tudo aquilo, Han Jisung era um homem cheio de problemas, era irritante.

E sim, Lee Minho odiava tudo aquilo, a cada palavra dita que Han compartilhava, ele sabia mais que a vida do "Papai" não tinha sido fácil, parecia que Jisung nunca havia tido um minuto sequer de paz. ━ Lamento, eu…- Mas foi interrompido por uma risada forçada.

Han ria enquanto balança as suas mãos como uma negação infinita. ━ Mas tudo bem, muita gente tem a mesma história que eu, é tudo normal. Minha mãe também me criava muito bem, sabe, a minha mãe trabalha em um restaurante, chegava em casa às seis horas e ela fazia uma comida excelente para mim e mesmo que eu tivesse pouca idade, ela conversava por horas sobre tudo, sobre a chefe dela, sobre os colegas, sobre a novela…

━ Alguma coisa aconteceu depois disso, né? - Parou de o encarar, o assunto não precisava ser discutido em tal momento, aquilo tudo não era necessário, eles nem ao menos tinham uma intimidade tão grande ao ponto de contarem coisas tão delicadas e pessoais, Minho conhecia Jisung menos de uma semana, o certo era o novo casal "ir com calma". ━ Conta não, eu não preciso saber disso agora. Deve te machucar, sua cara não foi boa. - Murmurou pensando em como era possível tanta desgraça acontecer com apenas uma pessoa, se encostou na bancada, assim como o seu parceiro e suspirou longo desacreditado.

Mas Jisung se sentia culpado de ter passado por tanta coisa ruim, ele sabia que de alguma forma era tudo culpa dele. ━ Eu prefiro explicar tudo agora, assim você não vai ficar surpreso depois e nem vai tentar se livrar de mim. - E sim, sua resposta estava cheia de verdades, na cabeça de Jisung, um homem que odiava mentiras, a sua única opção foi dizer a verdade e lhe poupar de surpresas futuras.

━ Eu não vou tentar me livrar de você, maluco, para de neura, mas você tipo não precisa contar uns negócios pancadas pra 'eu agora. - Minho quis um cigarro e uma boa cervejinha, só assim ele ia aliviar aquele estresse todo.

Mas, com um sorriso em seus lábios, ele pensou e concluiu que o certo era avisar logo de cara que a sua vida não era nada pacífica e que provavelmente, Lee, uma hora ou outra ia ser afetado por muito dos seus problemas.

━ Eu fui bem tratado pela minha mãe até os onze anos, depois disso ela começou a usar drogas, ela falava coisas como: você é igual ao seu pai. Bem, isso me deixava meio entristecido, eu não sei como o meu pai era, mas eu acho que eu devo me parecer com ele mesmo, ela não me deixava usar óculos por causa dele e eu sempre precisei de óculos… - Olhou mais uma vez para baixo, no presente, Han tinha pegado gosto por lentes de contato, mas guardava um pouco de rancor de sua mãe, já que por conta da falta do grau necessário em seus olhos, a sua visão era horrível. ━ E depois que ela começou a sumir de casa por dias, em uma noite qualquer ela voltou com um namorado e eles permaneceram juntos, ele só bebia e ficava na frente da televisão assistindo programas americanos de mulheres bêbadas e seminuas, enquanto a minha mãe trabalhava em um restaurante, ela trabalhava muito e quando chegava em casa se enfiava no quarto com ele. - Umedeceu os lábios ouvindo as vozes de seus filhos que pareciam estar discutindo por conta do filme ainda não escolhido.

━ E quem cuidava de você? Doze, onze anos, você precisava de cuidados. - Minho observou-o de lado, era estranho, ele nunca imaginou que aquele garoto engomadinho que usava roupas de grife e que se recusava a falar gírias, na verdade havia sofrido tanto em tão pouca idade.

━ Eu mesmo. Do Chul não cozinhava, ele não lavava nem um copo, em casa ele só comprava cerveja e quando queria, algo para comer, se eu tocasse em qualquer coisa dele, ele me batia com um pedaço de fio de telefone, era sempre na altura das coxas e ele me batia quase que em monossílabas, ele brigava e batia, gritava e batia. O ruim é que eu ainda tenho algumas manchas dos fios em minhas pernas, então eu não posso usar bermuda. - Mas para a surpresa de Lee, Han não pareceu estar triste, pelo contrário, o menor falava de tal violência passada com total naturalidade, como se tudo aquilo não despertasse nenhum tipo de ressentimento.  ━ E isso acabou se tornando hábito, ele fazia coisas ruins comigo, muitas coisas ruins. Isso me traumatizou um pouco, tinha dias que era até melhor eu não voltar para a minha casa, pois eu sabia bem que ia ser mais do que alguns tapas e socos. Na verdade eu ficava até aliviado quando eu apanhava e ele logo saia para beber mais. - Riu baixo se lembrando.

O seu parceiro se assustou, seu rosto se virou de imediato e por não saber o que falar, apenas lidou com o seu temperamento horrível e com a voz amaldiçoada que estava em sua mente, que não se aquietava em momento algum, Minho estava a ponto de descobrir onde aquele filho da puta se encontrava, ele queria o matar, mas ainda sim estava sem reação, ele não esperava que era possível tanta desgraça acontecer em uma vida só. ━ Eu lamento… - Sua voz quase não saiu.

━ Não, tudo bem. - Comentou calmo. ━ Eu li uma matéria que fala…uhm, que mais ou menos 58,8% das crianças e adolescentes já passaram por isso, então eu sei que eu não fiz nada de errado, que eu apenas tive a má sorte de cair nos números, tipo, é uma probabilidade, eu sei que o lar que eu tive quando pequeno era desestruturado, então tudo bem. - Realmente, o jovem pai precisava urgentemente de cuidados psicológicos, Minho havia percebido em tão pouco tempo de conversa.

E seu rosto tornou a ficar congelado, inúmeras perguntas se passavam em sua mente, mas Minho tentou agir com naturalidade. ━ Nossa, isso é errado de diferentes formas.

O olhou de modo estranho não entendendo o porquê de seu parceiro estar congelado.━ Tudo bem mesmo. Enfim, depois disso, eu fui crescendo e quando eu completei quatorze eu comecei a revidar, mordia ele, corria, fugia de casa e ia para o serviço da minha mãe, eu tentava avisar que ele me machucava, mas ela nunca acreditava, mesmo vendo as marcas, bem, quem sempre me ajudava era a chefe dela… a Jooyeon. - Sua história de tom novelesco começou finalmente a ganhar forma.

━ Sua ex esposa era chefe da sua mãe. - Murmurou tentando montar o quebra cabeça de cinco mil peças que estava em sua cabeça, para Minho, estava difícil processar tanta coisa.

━ Sim…ela sempre foi legal comigo, me deixava comer lá e a gente conversava sempre. - Sorriu se lembrando da época que tal mulher tinha o acolhido. ━ Eu comecei a fugir de casa com frequência, mas em vez de ir para as ruas como eu fazia, eu sempre acabava indo até a casa dela, Jooyeon me dava abrigo, comida boa e ainda conversava comigo, algo que nunca fizeram antes. Ela pelo menos me tratava como alguém e mesmo que depois de um tempo ela tenha me convencido a fazer coisas que para minha idade, eram erradas, ela para mim, nunca foi uma pessoa má. - Coçou o topo de sua cabeça tentando se lembrar sobre tudo e concluiu que não faltava nenhuma informação muito importante.

Era estranho, nada daquilo parece ter afetado de uma forma negativa Jisung, ele pareceu permanecer em pé, com toda a força que conseguiu por anos, independente das coisas ruins que aconteciam com ele, mas Minho não compartilhava da mesma "força" que o seu novo parceiro, Minho, após ouvir tal história, ao contrário de muitos, não sentia dó do tão judiado Han, nem ao menos medo de se relacionar com o garoto ele sentia. O sentimento que tomou conta de si era raiva, ele estava desacreditado que tanto mal tinha surgido na vida de uma pessoa tão esforçada como Jisung.

E todo o seu ódio era direcionado a esposa de Han, que ele nunca nem ao menos havia visto uma foto, Lee estava ciente que sim, a mulher havia o "ajudado" a sair de uma vida ruim, mas aquilo tudo não tirava o peso que de fato, ela estava se relacionando com um menor de idade psicologicamente instável. 

━ A Jooyeon…a porra da sua ex esposa, sim, ex exposa, aquela vaca tá morta, eu sou seu esposo agora, cara, ela é uma predadora sexual, na real eu nem ligo com essas ideias tortas, mas mano, com criança não se faz isso não. Bota escrota nisso, mó esquizo a mocreia. - Comentou irritado preparado para começar a reclamar mais, porém foi calmamente parado por Jisung que apenas o tocou no peito.

Sua voz pareceu calma. ━ Eu entendo que você esteja chateado por ouvir um resuminho de minha vida, mas tente manter um pouquinho de respeito, ela ainda é a mãe de meus filhos. - E se mostrou incomodado com a forma que seu parceiro se expressou, Han manteve contato visual com Minho e fez questão de virar o seu corpo para o encarar fixo.

E Minho abriu a sua boca chocado com mais aquele comentário, pensou em só terminar o seu horário como Ken humano naquela casa enorme que tinha uma aura muito black mirror e voltar a sua vida normativa. Pensou em fugir e mudar as suas documentações para solteiro, mas não conseguiu, ele tinha amado a amostra grátis de família perfeita.

━ Tá legal, mas por que diabos você me contou essas merdas todas? - Tentou se acalmar, tocou carinhoso nos ombros de Jisung tentando chamar mais de sua atenção, mas se indignou mais uma vez ao ver que o mais novo estava muito calmo.

Jisung riu baixo. ━ Porque uma hora ou outra você ia saber disso. Sem contar de outras coisas ruins que vão te afetar, não vai ser fácil, eu tô te mostrando que a minha vida não é fácil, que o meu emprego na verdade é um pesadelo para mim, que os meus filhos sofrem as consequências de meus atos até hoje e que eu sou um ímã de azar, esse azar vai passar para você. - Infelizmente ele não estava mentindo, sua casa, seus filhos perfeitos, seu trabalho bem sucedido, tudo era superficial. A família Han era cheia de problemas.

Mas Minho relevou, riu baixo tentando dispersar a sua raiva e se arrumou se encostando mais uma vez na bancada.  ━ Você está tentando me assustar? - E esboçando um sorriso meio sacana mordiscou seus lábios comentando de forma divertida. ━ Pode ficar tranquilo, eu tenho uma beretta 9mm no carro, sei artes marciais, conheço uma galerinha da pesada que faz qualquer coisa por um dinheiro fácil e sou bom de lábia, ninguém vai te fazer mal, ou fazer mal às crianças e se existir um louco, tudo bem, eu mato. - Fez um breve carinho nos cabelos de Han.

E enquanto recebia um carinho gentil, seus olhos estavam semicerrados e em seus lábios, um biquinho tinha se formado.━… o que é beretta? - Jisung realmente não sabia.

━ Arma de fogo. - Minho respondeu como se tal resposta fosse óbvia e continuou. ━ E tu tem que mandar o seu passado a puta que te pariu, agora você pensa nas suas bandas do presente, cara, tua vida agora, tua família agora, passado já passou, presente tá aí na responsabilidade e o futuro é só avanço. - Tentou o motivar, suas mãos agarraram os seus ombros e animado, os chacoalhou como um boneco humano.

━  É... futuro é só avanço. - Murmurou tentando processar tantas gírias.

━ Eu sou sua família, seus filhos são sua família e se não estiver de bom grado, suave. Minha mãe vai te amar, mano, ela curte um garotinho certinho, vocês vão se dar bem e o meu pai é legal, na real eu falei que ia me casar e ele chorou de tristeza por não ir no nosso casamento. - Comentou ainda animado. Jisung não entendia como Lee conseguia ignorar toda a sua história e só ver os pontos positivos, aquele cara tinha algum tipo de problema, ou ele apenas não batia muito bem da cabeça. Ninguém era louco o bastante de assumir um Pai viúvo com duas crianças que tinha um passado tão conturbado quando um temporal.

Bem, Minho era louco. Louco o bastante para ignorar todos os problemas e focar apenas nas qualidade de Jisung, ele cozinha bem, era calmo, tinha um cheiro gostoso, suas crianças eram bem divertidas, ele tinha se dado bem com ele, independente do começo conturbado, Minho conseguiu ver que Han era esforçado e tentava fazer tudo com tamanha excelência, ele buscava perfeição e não, não era como se Lee procurasse a perfeição, mas ele achou curioso o seu teste de compatibilidade dar 93% compatível junto de alguém que era o inverso dele.

Minho, por algum motivo sabia que aquilo podia dar certo, ele sentia que Jisung era o que ele sempre procurou, então sim, ele era louco o bastante para assumir o coitado problemático, os seus filhos e de bônus, os seus problemas e traumas.

━ Mas a gente … - Murmurou meio confuso.

━ E o melhor. - Jogou seus cabelos para trás e o olhou sorridente, aquela aura positiva tinha esgotado Jisung. Minho era estranho. ━ Eu tenho uma boa sorte quase que sobrenatural, não estou mentindo, eu sou muito sortudo. Nunca perdi nada, nunca fiz um mau negócio, eu ganho em qualquer jogo de azar e que apenas fique entre nós, eu tenho um carisma impecável, as pessoas me amam. - Sussurrou, como se fosse um segredo guardado a sete chaves.

E não era mentira, Minho tinha uma sorte quase que sobrenatural, já Jisung tinha uma má sorte que era quase sobrenatural e ele percebeu aquilo. Han se irritou. ━ Isso foi para me encorajar ou para te odiar? - Cruzou seus braços.

━ É a propaganda da sua esposa de edição limitada, eu sou tipo o serviço Premium do esposo perfeito, sem contar que… - Seu corpo se juntou ao de Han, que estava meio inquieto com as investidas e acabou se aproximando um pouco do pescoço do mesmo apreciando de seu perfume frutado. ━ Eu sou um ótimo cozinheiro, podemos competir em quem é o melhor…nossa, seu perfume é tão gostoso. - Murmurou o cheirando mais um pouco, Lee queria um perfume igual.

E o empurrou fraco. ━ Você é…meu deus, nem chocado com as coisas que eu disse você ficou? Já até arrumou soluções para os meus problemas? - Colocou as suas mãos em sua cintura e bufou meio confuso. ━ Seu estranho.

━ Sim, eu sei, sou perfeito. - Confessou quase que cansado e se espantou com a garotinha que havia aparecido no meio da cozinha, sem nem ao menos ter feito barulho algum.

Youngsun, segurava o controle da televisão enquanto mastigava o cordão de sua blusa de moletom. ━ Papai, escolhemos Chuck. Vamos assistir chuck, faz pipoca 'pra nóis'? - Tombou a sua cabeça para o lado e apontou para Lee, que pelo susto, tirou o pano de prato de seu ombro e o ergueu no suporte de panos. ━ Tio Min, se você não tiver medo assiste com a gente, você também é nosso Papai agora e os Papai assiste filme no final de semana com a gente… foi meu irmão que disse. - Piscou meio inocente inflando suas bochechas como o seu pai fazia e sem aviso prévio se virou e voltou a sala de estar deixando Minho sem palavras.

━ Ela quer que você assista o filme com a gente e não se espante, eles amam filmes de terror, eu não sei o porquê. - Jisung acabou rindo da cara confusa que o seu parceiro fez e tirou um cabelinho indesejado que estava nos olhos de Lee. ━ Eu vou fazer uma pipoquinha, você pode ver se na geladeira ainda tem suco natural? Eu não queria dar refrigerante para eles. - Comentou meio pensativo indo para o armário em busca dos milhos de pipoca.

━ Ah, claro. - Minho saiu de seu impasse, não sabia ao certo se a garota realmente o queria ali, mas assim que abriu a geladeira começou a procurar se ainda tinha alguma garrafa de suco e assim que não o achou, procurou pelo refrigerante, que logo foi achado. ━ Então eu estou convidado a assistir o filme? Sua filha pareceu não gostar muito de mim. - Perguntou ainda meio confuso.

Jisung riu mais uma vez por perceber que Minho ainda não tinha entendido o temperamento meio emburrado de sua amada filinha. ━ Ela amou conversar com você, ela te convidou para assistir o filme, eu acho bom você não ir embora agora viu… uhm. - Agora, ele foi em busca da manteiga e assim que a achou pegando a panela específica para fazer pipoca e logo ligou o fogo. ━ Ah, esqueci. Eu sou vegetariano, não que isso vá mudar muita coisa. Mas sou só eu, as crianças podem comer carne de origem animal.

O olhou com estranheza não entendendo o aviso. ━ Não é, comemos carne no almoço, você também comeu. - Disse o óbvio.

━ Não era de origem animal. - O olhou de relance e deu um sorrisinho inocente vendo que o mesmo não tinha percebido.

━ Não, não, não... Você me fez comer carne de planta? - Minho bagunçou os seus cabelos meio zonzo com tal notícia, ele não acreditava em tal traição e ainda com a garrafa de refrigerante na mão, ele se aproximou de seu maridinho com a raiva lhe subindo a cabeça. ━ Jisung, volta aqui, tinha tofu naquilo? - O observou irritado recebendo um não cheio de sarcasmo. ━ Em que caralhos de hospício eu me meti? Eu deveria ter me casado com uma puta, meu deus. - Murmurou para si mesmo tentando receber conforto ao abraçar a sua garrafa de refrigerante.

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