Truyen2U.Net quay lại rồi đây! Các bạn truy cập Truyen2U.Com. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

ੈ☪︎˳ 06










- Acredita em superstições, agora?! - Amira rosnou, olhando o paladino vermelho ao seu lado com raiva.

Sabia que não era o melhor momento para esfregar na cara de Keith que estava certa sobre as leis de Murphy e ele não. Mas quem disse que a draconiana resistiria em ver a expressão furiosa no rosto do Kogane? Se caso eles forem morrer mesmo nesse momento, que pelo menos seja Amira estando certa sobre alguma coisa e o terráqueo ao seu lado não.

Keith, em resposta, a olha de canto, com o maxilar trincado e rígido, enquanto fuzila Amira com o olhar raivoso, mostrando sua insatisfação pela garota levantar aquela questão naquele exato momento. Bom, claro que definitivamente não era o momento certo, mas nunca era tarde demais para provar que uma garota está certa e os outros errados.

Instantaneamente, o paladino vermelho empunha sua Bayard a transformando na típica espada que estava habituado a usar e empunhar, ao mesmo tempo em que seu olhar se mantem fixo exclusivamente no galra e nas sentinelas, estando preparado para qualquer movimento. Amira, por outro lado, eleva discretamente sua mão até a pistola laser que está em sua cintura, mas diferente de Keith ao seu lado, a garota pondera e tenta estudar uma saída ou oportunidade certeira para que pudesse sair dessa situação. Obviamente, Rikar era o chefe e o comandante de Andrômeda, e estava com uma vantagem imensurável sobre eles.

O comandante Galra ainda mantinha a mesma face desfigurada da qual se lembrava, com cicatrizes horrendas e brutais cravadas em sua pele purpura e ainda utilizava um tapa-olho para esconder o olho esquerdo que foi arrancado durante o ataque e o descontrole de Amira, quando Rikar ainda a mantinha em cárcere, sem alimentá-la e extraindo exaustivamente sua energia estrelar. Como o esperado, a garota perdeu o controle e o atacou. As garras longas, afiadas e mortais da sua forma draconiana, deixou longas linhas lilás diagonais no rosto do Galra, inclusive no pescoço e no peitoral. Ela queria arrancar a carne dele, queria devorar ele. Mas infelizmente apenas conseguiu arrancar e devorar o olho, antes de outros sentinelas e soldados a imobilizarem com o chumbo.

O chumbo e o mercúrio eram as únicas e a mais mortais fraquezas dos Draconianos. Pelo visto até mesmo Deuses tem suas fraquezas.

No entanto, era mais do que óbvio que depois de seu pequeno episódio de descontrole, Amira pagou caro pelo o que havia feito a Rikar. Se não fosse a capacidade de regeneração que todo draconiano possuía, realmente, o corpo da garota estaria infestado das inúmeras cicatrizes dos incontáveis ferimentos que os Galras a causaram durante sua sessão de tortura e punição.

Rikar estava usando seu costumeiro uniforme Galra com as cores evidentes e chamativas da sua alta posição. Ele ainda mantinha a postura superior e predatória sob si, da qual tirava a Darkon do sério e de seu juízo perfeito. Era como se ao olhar novamente para o comandante, ela sentisse todas as pontas das inúmeras agulhas que lhe espetavam sob sua pele para que assim os Galras pudessem extrair sua radiação cósmica através do chumbo, deixando-a fraca e vulnerável, a mercê do controle de Rikar como se Amira fosse seu bichinho de estimação do qual poderia ser domado e controlado. E por ter extraído tanta radiação, em resposta a exaustão, o corpo da draconiana acabou assumindo sua forma humanoide como se fosse um mecanismo de defesa, a impossibilitando de retornar a forma draconiana.

O comandante percebendo seu olhar intenso sob ele, apenas deu um largo sorriso antes de esticar o braço para frente, fazendo uma luz violeta surgir rapidamente entre seus dedos, antes da mesma luz de plasma assumir a forma física de uma lança com uma dupla de pontas afiadas de aço mortal. Amira sabia muito bem do que se tratava aquelas pontas, pois reconhecia o objeto de outras cenas de tortura da qual era premiada todos os dias em que foi prisioneira. Nas pontas daquela lança, tinha mercúrio.

Claro que se baixas doses do metal líquido, apenas a enfraqueciam, mas se altas quantidades penetrassem em seu coração, ela estaria morta. No entanto, acreditava se deixasse mesmo que só uma pequena parte de mercúrio entrasse em seu corpo com sua radiação tão baixa, certamente ele a mataria antes mesmo de chegar ao coração.

- Vejo que ainda se lembra da minha doce lâmina, Sihm. - Rikar deu um sorriso diabólico, que só o deixava ainda mais assustador, principalmente com as cicatrizes horrendas, que as garras de Amira deixaram em seu rosto.

Claro que se lembrava da lança do comandante Galra chamada de Sihm que na língua Galra antiga significava algo como: "o beijo da morte". Sempre ouvia Rikar se gabar dizendo diversas vezes que todos os inimigos dele, pereceram diante do terror de sua arma. Ninguém tinha sobrevivido à fúria de sua arma. E por isso, até mesmo Amira reconhecia e admitia que seria muita arrogância e ingenuidade acreditar que tanto ela quanto o Kogane, ao seu lado, sobreviveriam à fúria daquela arma.

Ela não voltaria ser presa. Não voltaria! Sua mente gritou para si própria, enquanto cerrava os punhos furiosamente. E além do mais, Amira não poderia deixar o bolo de carne ao seu lado ser pego, afinal, ele era de certo modo importante para seu pai e não podia deixa-lo ser capturado. Caso isso acontecesse como poderia explicar e olhar nos olhos de Shiro?

Tinha que admitir, o Kogane era corajoso, mas também muito impulsivo; algo que de certo modo demonstrava o quão desprovido de inteligência ele era. Ambos não podem com eles. Não quando Amira ainda estava destituída de seus poderes temporariamente e ainda tinha Rockett, estava tão perto da sua mascote e recuar agora seria estupidez. Ela tinha que bolar um plano rápido. Um bom plano.

E até conseguir isso, ela precisava de tempo, o que poderia facilmente ganhar com um pouco de improviso e atuação. Duas coisas das quais a draconiana não era só boa em fazer, como também era a melhor dos melhores.

- Como descobriu Rikar? - Disse entre dentes, demonstrando o quão insatisfeita pelo seu plano perfeito ter falhado quando estava tão perto.

- Você o conhece? - O paladino vermelho a questionou, com um leve tom de desconfiança em sua voz, ainda sem olhá-la, o que a deixou furiosa internamente.

- Claro. Afinal ele era meu carcereiro e o responsável por extrair minha radiação. Como não conhecer seu próprio torturador particular?! - Rosnou ainda com o maxilar rígido, sem o encarar.

Ela precisava mesmo manter aquele bolo de carne vivo?

Ao menos sua resposta havia sido o suficiente para fazer o paladino calar a boca e não ser capaz de dizer mais nenhuma asneira.

Rikar deu uma risada sádica, atraindo ainda mais a atenção de ambos.

- 626. - A chamou pelo seu antigo número de prisioneira. - Você faz falta na arena e também na câmera de extração. Saiba que sua radiação foi muito bem utilizada pelo nosso Império. Uma forma de energia bem útil. - Sorri exibindo os caninos gigantes e ameaçadores que só os galras tinham. - Quando soube que Chors, a caçadora premiada de Zarkon estava em minha nave, realmente fiquei em êxtase, pois, por acaso, no mesmo instante em que fui informado da presença dela em Andrômeda, havia acabado de encerrar uma ligação com a própria e verdadeira Chors em pessoa. - Amira fez uma careta contrariada. - E devo ressaltar que fiquei curioso sobre seu "prisioneiro" e não medi esforços em scannear a face dele através de nossas câmeras de seguranças e para minha surpresa, você me trouxe um dos paladinos do Voltron. O Imperador Zarkon ficará muito satisfeito quando souber disso.

- Ainda acredita que eles não iriam me reconhecer? - Keith rosna e em resposta; Amira apenas revira os olhos.

Será que aquele bolo de carne ambulante não percebia que esse momento não era o melhor? Tudo bem que o Kogane quis devolver a provocação dela de início e definitivamente, Amira não gostou nenhum pouco.

Talvez ela devesse admitir para si mesma que seu plano realmente não foi um dos melhores, pois infelizmente ainda existia muitas falhas, mas por saber disso, Amira também tinha formulado um plano B caso algo pudesse dar errado e esse segundo plano envolvia o explosivo que colocou na nave alteana e também as pequenas cápsulas explosivas que espalhou pelo caminho até a cela de Rockett. No entanto, era necessário certo tempo para que elas pudessem se recarregar automaticamente e em seguida a draconiana pudesse explodi-las manualmente através do controle remoto que estava preso em seu cinto na parte de trás.

Era verdade que tinha gastado todo o vale de gacs - que havia ganhado quando trapaceou no sorteio -, em bugigangas tecnológicas inúteis do Shopping Espacial. Mas estando ainda ou não com suas habilidades de energia cósmica, Amira ainda era um gênio e inteligente o suficiente para converter e transformar qualquer lixo tecnológico em qualquer outra coisa útil e ao mesmo tempo mortal.

E foi exatamente que a Darkon fez. Ela transformou algumas bugigangas em explosivos poderosos e potentes o suficiente para fazer muito barulho quando necessário.

Um barulho semelhante a um "tick" junto a um assobio bem alto que veio de seu controle em seu cinto, foi o suficiente para que Amira compreendesse que suas cápsulas explosivas que deixou pelo caminho e um explosivo que também havia deixado na nave alteana disfarçada, a qual provavelmente já teria perdido seu holograma de disfarce e se revelado como uma nave inimiga para todos os Galras e sentinelas em Andrômeda. O que de certo, não era nada bom. Porém, ela ainda poderia virar o jogo ao seu favor e era isso que estava prestes a fazer.

A garota observou o sorriso vitorioso de Rikar desaparecer lentamente, logo após ouvir o som que o aparelho preso ao cinto de Amira ressoar alto, a passageira expressão surpresa e zangada no rosto do comandante foi o suficiente para que um sorriso zombeteiro aparecesse nos lábios da draconiana.

- O que você fez?! - Rugiu entredentes o comandante, fazendo um gesto preciso com as mãos, para que as sentinelas robóticas apontassem todas as pistolas laser para Keith e ela, enquanto Rikar empunhava sua lança precisamente entre seus dedos.

O paladino vermelho ainda se manteve firme e irredutível. Mantendo ainda sua postura de ataque e segurando firmemente sua Bayard, ao mesmo tempo em que seu olhar vagava entre Rikar e as sentinelas, tentando encontrar uma abertura certeira para atacar. Talvez ele fosse só arrogante o suficiente para acreditar que era capaz de conseguir lidar com todas aquelas armas apontadas na direção deles. Mas Amira sabia que aquilo não era arrogância e sim, estupidez juntamente com a burrice humana. Ainda sim, não era uma surpresa nenhuma a Terra ser um planeta classe E nos dados intergalácticos, ter esse tipo de vida pouco desenvolvida.

Por dentro, Amira estava agitada. Pois ainda tinha certa probabilidade de Keith ser imprudente e atacar Rikar e suas sentinelas, sem medir as consequências, algo que certamente a desagradaria, pois o paladino vermelho iria estragar seus planos.

- Você irá descobrir... - Sorriu debochada.

Logo, mais do que rápido, a mão esquerda de Amira foi até o cinto descolando o aparelho de controle remoto dos explosivos e sem esperar mais nenhum tique ou sequer respirar, a draconiana apertou o botão vermelho que logo em seguida ativou todas as bombas que explodiram simultaneamente. Uma a uma. Causando não só vários barulhos incômodos que ressoavam por toda nave, ecoando sem parar pelos corredores, como também os gritos assustados e pavorosos de cada um dos Galra. Ao mesmo tempo em que Andrômeda começava a tremer fortemente, fazendo algumas sentinelas diante deles, perdessem o equilíbrio caindo uma sob as outras. O tremor - que as explosões simultâneas causaram -, foi forte o suficiente para a draconiana considerar e comparar a um terremoto assustador caso estivessem parados sob a terra firme de qualquer outro planeta.

Como o esperado, tanto Rikar e suas sentinelas ficaram desestabilizados graças ao forte tremor e a densa e constante fumaça negra que os envolviam, consequentemente eles se distraíram, perdendo o foco em Keith e Amira, esquecendo-se por um momento que os invasores estavam ali. A draconiana havia conseguido a distração perfeita e por isso teria que ser rápida e aproveitar ao máximo. Ainda escutando a tosse frenética de Rikar pela fumaça da explosão, Amira decidiu que nesse momento, era a hora perfeita para agir.

O controle, o qual utilizou para ativar os explosivos e que ainda estava em sua mão direita, foi arremessado fortemente contra a porta metálica atrás de si. A mesma e única porta a qual separava Amira de reencontrar com Rockett, bom, logo ela não seria mais um empecilho em seu caminho. Quando o pequeno aparelho encontrou com o metal, ele não só se fixou como um verdadeiro parasita, como também se dividiu em quatro partes, se abrindo em um grande e largo retângulo com uma luz dourada fluorescente que formavam uma película líquida no centro, deteriorando o metal da porta temporariamente para que assim eles pudessem atravessar a porta tão facilmente quanto um espirito atravessa uma superfície concreta e sólida.

Amira deu um leve sorriso ao ver que seu aparelho de desmaterialização quântica estava funcionando, assim como seus explosivos. Pois, mesmo com seus incontáveis testes com os aparelhos, ainda existiam uma grande chance deles não funcionarem, pois, gostando ou não ainda era uma probabilidade ainda a ser considerada.

Mas sua alegria durou pouco, pois graças à luz exagerada do aparelho, isso não só chamou a atenção de Keith ao seu lado, como também de Rikar e suas sentinelas que se recuperarem do pequeno susto e surpresa da explosão repentina direcionado todas suas atenções para Amira e o paladino vermelho. Contudo, antes que o galra fizesse algo, a draconiana foi mais rápida e puxou o Kogane pelo braço para que ambos atravessassem a película amarela líquida que o desmaterialização havia criado; dessa forma, ambos puderam atravessaram a porta de metal com facilidade chegando ao outro lado.

Keith caiu sentado e Amira teve que lutar para manter o equilíbrio essencial. Pois caso perdesse, certamente tanto o Kogane quanto ela, estariam condenados.

- Detenham o 626! - Rugiu Rikar furioso entre suas constantes tosses.

Contudo, antes das sentinelas começassem a atirar incontáveis vezes na direção deles, Amira desativou a desmaterialização com apenas um gesto, fazendo que a película amarela líquida desaparecesse antes que aqueles tiros os acertassem, dando lugar a antiga porta metálica e resistente que serviu como um escudo protetor, do qual segurou os lasers disparados com seu forte metal, que ao ser atingido pelos disparos, o metal deformou completamente nos pontos dos quais foi atingido.

Antes que pudesse raciocinar direito ou fazer qualquer outra coisa, a draconiana pegou a Bayard em forma de espada de Keith - que estava jogada ao lado dele no chão -, enquanto paladino estava atordoado e provavelmente se questionando internamente como havia atravessado uma porta sólida de metal de forma equiparada a algum tipo de fantasma. Talvez fosse muito para o cérebro pouco desenvolvido dele assimilar que há coisas que as tecnologia espacial são capazes de fazer que vão muito além da compreensão dele.

Com a Bayard vermelha em suas mão, a draconiana enfiou a espada com toda sua força no painel de controle manual da porta magnética. Quando a ponta da espada já havia enfiado completamente no mecanismo, Amira usou o punho da espada para gira-la em sentindo horário para direita, danificando ainda mais o sistema, do qual soltou algumas faíscas elétricas quando a espada o atravessou. Assim com o painel de abertura da porta danificado, Rikar e suas sentinelas não poderiam entrar na sala, deixando tanto ela quanto o Kogane seguros por enquanto.

Ou até o momento em que o comandante Rikar descobrisse uma forma de abrir a porta e dizima-los. Ao menos eles ainda tinham tempo. Pouco. Mas qualquer segundo a mais era fundamental para a sobrevivência. Foi isso que seu tempo na espada de Marmora a ensinou.

Infelizmente, ela não poderia destruir o painel de controle com apenas um soco da sua força monstruosa, pois Andrômeda não era como as outras naves Galras. Ela tinha seu próprio sistema de segurança. O que significava que se o leitor do painel detectasse uma pele não-Galra contra o vidro, Amira certamente receberia uma descarga elétrica forte o suficiente para mata-la em seu estado vulnerável sem sua radiação cósmica para lhe ajudar na regeneração rápida. Por isso a garota precisou da Bayard do paladino vermelho, pois aquela espécie de arma era potente e resistente o suficiente para suportar qualquer descarga elétrica sem eletrocutar a pessoa que a empunhava.

Estar presa há um bom tempo em Andrômeda a ensinou muitas coisas sob os sistemas da nave em si. E principalmente ter um cuidado ainda maior com os Galras que a frequentavam, pois eles não eram simples soldados dos quais a equipe Voltron estava acostumada, Andrômeda em si só era frequentada e controlada por assassinos experientes do Império Galra. O que queria dizer que eles teriam que ter o dobro de cuidado se quiserem sair vivos deste lugar.

A Darkon puxou ferozmente a Bayard do painel, arrancando alguns pedaços deste que voaram em pleno ar e aterrissaram sob o chão, antes da luz que os iluminavam na sala começasse a ficar vermelha, piscando constantemente e um alarme semelhante a uma sirene foi totalmente disparado, o barulho irritante do alarme em si, irritou os tímpanos sensíveis de Amira causando-lhe diversos calafrios horríveis pelo corpo e uma forte dor de cabeça.

Agora era oficial. Toda Andrômeda sabiam que tanto ela quanto um paladino do Voltron eram os principais invasores da Nave gigantesca de alta segurança e os Galras e as sentinelas ali abordo, certamente não mediriam esforços para os capturarem ou até mesmo os matar.

- O que... - Keith entreabriu os lábios para dizer algo, mas sua voz foi interrompida, quando um forte suspiro acompanhado por um rosnado assustador foi ouvido por detrás do rapaz, que arregalou os olhos violeta em surpresa e virou a cabeça rapidamente para trás se deparando com dentes gigantes e mortalmente afiadíssimos, acompanhados por várias linhas transparentes de salivas que pingavam para fora da boca monstruosa.

O paladino vermelho ficou surpreso por um momento e instintivamente se arrastou para trás com certo cuidado e prudência, ainda se amaldiçoando internamente por ter deixado o conforto de seu quarto para acompanhar a bruxa draconiana desconhecida em uma missão completamente imprudente e letal. A sala ainda era escura demais, mesmo com a luz vermelha de alerta Galra piscando sem parar sob ele, por isso não foi capaz de ver com clareza o que era aquilo que possuía aquela boca mortal, mas certamente era algo que significava mais problemas.

Além, é claro, dos Galras e as sentinelas que queriam os matar do outro lado da porta daquela sala.

- Amira, preciso da minha Bayard, agora! - Gritou o Kogane impaciente e sentindo a adrenalina correr muito rápido pelas suas veias, ao constar que talvez pudesse ser morto nessa missão estupida por caprichos de uma alienígena mimada e muito teimosa.

Se ele morresse, talvez seria o fim do Voltron, sendo também o fim da única esperança dos rebeldes de derrotar a tirania de Zarkon no universo. Ele decepcionaria Shiro por ser imprudente novamente e tudo seria culpa daquela garota irritante.

- De jeito nenhum vou deixar você enfiar essa espada em minha Rockett. - Amira respondeu séria, cruzando os braços.

Keith a olhou com os olhos arregalados, mais uma vez, surpreso e incrédulo pela resposta que lhe foi dada.

Então esse era o plano da draconiana? O levar direto para a toca do leão e o matar durante o processo?

- Como?! - Perguntou piscando diversas vezes, sem entender e ainda desconfiado o suficiente para supor que Amira realmente o que matar, para recusar lhe entregar sua Bayard.

Mas logo a atenção do paladino vermelho se voltou para sua frente e ele viu a criatura com a boca medonha se aproximar com passos pesados, o que só dava indícios que aquela coisa era monstruosamente grande e muito pesada. Quando a criatura se aproximou o suficiente para ser banhada pela luz vermelha, revelando o que ela deveria ser na verdade, Keith engoliu o seco. A criatura a sua frente tinha cerca de três metros de altura e parecia ser uma mistura bizarra de uma raposa com uma ave e um cervo em forma alienígena.

O monstro tinha três pares de pernas felinas peludas, um par de chifres idênticos a de um cervo macho adulto no topo da cabeça, um par de asas aladas como de uma pomba, uma cauda e o mais bizarro de todos eram: os dois pares de olhos que tinha. Dois no lado direito e dois no lado esquerdo. A criatura tinha pelos azuis escuro por todo o corpo, mas tinha também alguns desenhos fluorescentes azuis entre os pelos que brilhavam exageradamente, sem falar no focinho de raposa que tinha um corte bem reto na vertical, mostrando que a boca daquela coisa se abria em quatro tipos de cavidades diferentes.

De qualquer forma, seja o que fosse aquilo, certamente, estava com muita fome. Fome o suficiente para considera-lo como prato principal em seu cardápio.

A criatura era certamente a mais horrível e assustadora que já tinha visto em toda sua vida desde que havia vindo para o espaço com a equipe no leão azul. Porém, para a surpresa ainda mais do paladino vermelho, Amira saiu correndo em disparada a criatura, que ao ver a draconiana, havia mudado sua expressão assustadora para uma dócil, como num passe de mágica. Era como se o mostro de assustador, fosse convertido em um simples e inofensivo animal de estimação qualquer.

- Rockett! - Amira sorriu alegremente, enquanto abraçava o pescoço da criatura.

Rockett. O nome ressoou familiar na mente do paladino vermelho, até que ele se recordasse do momento em que o ouviu pela primeira vez. O momento em que Amira o sequestrou e disse que iria salvar uma "amiga" dos Galras.

- Espera... - Engoliu o seco. - A amiga a que viemos resgatar é essa "coisa"? - Perguntou totalmente incrédulo, recebendo um olhar pouco amistoso da draconiana.

- Chame minha mascote de novo de "coisa", que irei dar você como comida para ela. - Ameaçou a draconiana, enquanto fazia um carinho no topo da cabeça de Rockett, antes de arremessar a Bayard ainda em forma de espada próximo a Keith.

O paladino vermelho encarava a cena confuso. Mal conseguindo acreditar no que estava vendo. Keith pegou sua Bayard e a desarmou, fazendo-a voltar ao seu estado inicial, antes de se levantar do chão da nave, ajeitando sua jaqueta em seu corpo. Era quase que inacreditável que Amira havia arriscado tanto apenas para salvar uma criatura monstruosa como aquela.

Rockett. Corrigiu-se em pensamento. Quando seus olhos voltaram a encarar a draconiana e a tal amiga peluda desta, Keith percebeu que tanto a nova integrante da equipe Voltron quanto aquela criatura, pareciam felizes de terem se reencontrado novamente, ao ponto de Rockett colocar seu par de línguas bifurcadas para fora da boca, antes de lamber o rosto de Amira, que sorria abertamente, mesmo com o rosto sendo coberto por uma baba nojenta e transparente.

Novamente aquela sensação estranha que sentia em seu peito crescia cada vez mais e o deixava completamente desconfortável e impaciente, pois como apenas ver aquela garota sorrindo daquela maneira poderia o fazer se sentir tão estranho e diferente por dentro? Principalmente depois de tudo que ela fez com ele?

Ou ele estava ficando louco, ou estava se tornando masoquista. E não. Nenhuma dessas duas opções era algo para se considerar em aceitar se tornar, pois quando retornasse ao Castelo dos Leões, o rapaz faria o possível e o impossível para se livrar da sensação que Amira lhe causava.

Talvez ainda fosse um feitiço e Coran era bastante inteligente e sabia de muita coisa, talvez o alteano ruivo poderia lhe ajudar com isso.

- Detesto interromper seu reencontro feliz, mas ainda estamos em uma nave Galra com vários outros soldados e sentinelas sabendo exatamente que estamos aqui. - O Kogane disse tentando usar seu melhor timbre rígido e severo, atraindo a atenção de Amira e Rockett para ele. - Precisamos sair o mais rápido possível daqui, antes que eles invadam esta sala. - Ressaltou impaciente, fazendo Amira bufar.

- Tinha que ser o estraga prazeres. - Resmungou revirando os olhos. - Se quer tanto ir, então venha até aqui. Preciso da sua Bayard. - Keith a encarou sério. - Por favor? - Amira mudou o timbre da voz e forçou um sorriso falso.

O paladino vermelho apenas bufou contrariado e foi andando até Amira e Rockett, contragosto.

De início, quando ainda estava se aproximado delas, a criatura medonha e peluda começou a rosnar ameaçadoramente em sua direção, enquanto exibia os dentes pontiagudos e mortais, como se fosse um aviso para ele se manter afastado. Por um momento Keith parou de andar e encarou Rockett pensando se era ou não seguro se aproximar, mas enquanto se decidia internamente, Amira fez novamente um leve carinho no topo da cabeça do animal, o fazendo parar de rosnar e mostrar os dentes mortais, mais uma vez assumindo a expressão dócil e nada ameaçadora.

A draconiana disse algumas palavras novamente em um idioma desconhecido para si próprio, o qual fez Rockett abaixar as orelhas pontudas, demonstrando submissão perante a ele. O que de fato, o deixou aliviado por dentro, Keith sabia que certamente daria conta de vários soldados Galra, mas daquela criatura diante de seus olhos, talvez não poderia ter tanta sorte, mesmo sendo um membro muito bom em combate na equipe. Quando percebeu que poderia se aproximar sem sofrer qualquer consequência de sua aproximação repentina para perto da raposa mutante.

- O que há de errado com ela? - Keith perguntou no instante em que se aproximou o suficiente para ver todos os pulsos dos três pares de pernas e o pescoço de Rockett estavam algemados a um tipo de coleira de energia roxa brilhante.

O rosto de Amira se contorceu em uma expressão melancólica e raivosa. A draconiana mordeu o lábio inferior e cerrou o punho direito com força.

- É o que os Galras do Império fazem. - Disse sem encara-lo, mantendo os olhos castanhos fixos apenas nas coleiras e correntes de energia. - Nos prendem. Tratam-nos como inferiores, como cobaias em seus experimentos, sem se importar se vamos morrer ou não. Torturam-nos até conseguirem o que querem e quando conseguem nos abatem como se fossemos gado. É. Acho que esse seria o termo que os terráqueos como você usam na Terra. - Falou demonstrando uma amargura evidente em sua voz e ainda se mantendo imersa em seus pensamentos ocultos.

Keith observou atentamente a linguagem corporal de Amira, deduzindo que ela estava sentindo vários tipos de sentimentos incluindo raiva, dor e tristeza. Era verdade que nunca tinha passado pela sua cabeça ou até mesmo imaginado o que Amira deveria ter passado durante esse tempo em que era prisioneira dos Galras. Quando a viu pela primeira vez em Olkarion, desacordada, extremamente magra e demonstrando exaustão, ele já deveria ter percebido que a garota não teve uma vida fácil.

Ela abandonou o próprio planeta e a vida que tinha para ir atrás do pai na Terra, para depois descobrir que ele estava morto e logo em seguida ser capturada e torturada pelos Galras. E mais uma vez, desde que saíram do Castelo, Keith se sentiu culpado e péssimo por dentro por sempre acreditar e esperar o pior de Amira. Sempre querendo acreditar que ela iria o trair ou lhe fazer algum mal.

Mas quem poderia culpá-lo por ter esse tipo de pensamento? Nunca foi bom em se aproximar das pessoas ou tampouco confiar ou fazer amigos. Ele tinha erguido seu próprio muro para sua própria proteção e apenas Shiro foi o único a atravessa-lo. O único que ele permitiu que o fizesse.

Instintivamente, Keith se aproximou ainda mais de Amira, que ainda se negava a encara-lo e se contentava em fazer leves carinhos no topo da cabeça de Rockett - que mantinha a cabeça um pouco mais abaixada para que a garota pudesse acaricia-la. O Kogane esticou sua mão segurando delicadamente o pulso da draconiana, que rapidamente virou a cabeça em direção dele, o encarando totalmente surpresa e incrédula pelo ato gentil e carinhoso repentino vindo dele.

Até mesmo Keith, não poderia culpa-la por agir dessa forma, pois até mesmo ele estava surpreso com sua própria atitude. Tinha que admitir que sequer sabia o que estava fazendo, mas talvez fosse uma coisa que precisava ser feita.

Ele a olhou diretamente nos olhos, antes de dizer:

- Eu sinto muito... - Disse repentinamente, mas com a mais pura sinceridade. - Sinto muito pelo o que aconteceu com você. - Após essas palavras saírem de sua boca, Amira não escondeu sua visível surpresa ao ouvir essas palavras de compaixão e até mesmo de solidariedade serem ditas por ele.

Entretanto, quando Amira entreabriu os lábios prestes a lhe dizer alguma coisa. Algo aconteceu.

Rapidamente, Rockett usou o peso do seu corpo para empurrar Amira para os braços de Keith, a afastando bruscamente de si própria, como se subitamente a raposa não quisesse mais a draconiana perto de si. Mas graças aos bons reflexos de Keith, o rapaz amparou a Darkon com o auxilio de ambas as mãos segurando firme os braços da draconiana, impedindo-a de ir de encontro ao chão, ao puxá-la para mais próximo de si próprio. Porém, antes que Amira ou ele pudessem raciocinar com clareza sobre o que poderia ter ocorrido. Ambos apenas foram capazes de vislumbrar as diversas faíscas elétricas na cor roxa, envolveram completamente o corpo de Rockett a eletrocutando por inteira, era algo certamente dolorido, pois o animal choramingava constantemente de dor, ao mesmo tempo em que gemia de forma agonizante.

O paladino vermelho entre abriu os lábios de espanto e surpresa, ao perceber que os Galras estavam torturando Rockett através daquelas faíscas elétricas arroxeadas. Estava tão pasmo e até mesmo incrédulo com a tamanha crueldade Galra para com a criatura, que se assustou quando ouviu um repentino, mas brutal grito rasgar a garganta de Amira, que mesmo estando envolta de seus braços, a garota se contorcida diversas vezes, demonstrando estar sentindo uma dor insuportável.

Keith viu a Darkon abraçar o próprio corpo e se encolher completamente, enquanto incontáveis lágrimas desciam pelos seus olhos. Provavelmente se ele não estivesse a segurando, era evidente que Amira iria de encontro ao chão, pois as pernas dela falharam na sustentação do próprio corpo, o obrigando a usar mais um pouco da sua força para amparar novamente o corpo da garota, que tinha começando a tremer incontrolavelmente.

- Amira! - A chamou assustado. - O que está acontecendo?!

E a única resposta que obteve foi outro grito de dor que saiu rasgando a garganta da draconiana, os sons dos gritos de Amira se misturavam juntamente com os rosnados e choramingo de dor de Rockett, mostrando que as duas estavam sentindo dor ao mesmo tempo. Keith não sabia o que estava acontecendo, mas graças ao seu pensamento rápido, logo concluiu que seja lá o que estivesse atingindo Rockett, também estava afetando Amira, porque de alguma forma misteriosa as duas estavam conectadas.

Automaticamente, os braços do Kogane envolveram ainda mais possessivamente o corpo de Amira, como se o fato de que ele mostrasse para a garota que estava bem ali, ao seu lado, poderia diminuir a dor que estava sentindo. Enquanto, os braços do paladino a envolvia, os olhos violetas de Keith vagaram rapidamente pela sala escura, que nesse momento era iluminada não só pela luz vermelha do teto, como também pelo choque roxo - o qual envolvia dolorosamente Rockett -, tentando utilizar a ampla claridade que tinha a seu favor, o rapaz torcia internamente, para encontrar algo ali que pudesse ser o motivo pelo choque que afetava tanto Rockett, quanto Amira, para que pudesse destruir no intuito de livrar ambas daquela insuportável dor.

O paladino vermelho movia a cabeça inquietamente para todas as direções, tentando encontrar uma brecha ou alguma coisa válida, porém, quando seu olhar predatório se fixou em um cristal roxo que exalava faíscas elétricas na mesma cor no topo da sala, bem acima do local onde Rockett estava. Foi o momento exato em que percebeu que aquele cristal era o problema e que talvez se fosse destruído, ele poderia acabar com aquele sofrimento diante de seus olhos.

Sem ao menos pensar ou ponderar seu próximo movimento, Keith agiu rapidamente, ao transformar novamente sua Bayard em uma espada e usando toda força que tinha no braço direito, ele arremessou a espada bruscamente até o cristal, torcendo internamente para que a espada conseguisse chegar até o seu objetivo e acertasse seu alvo. Mas, felizmente a sorte estava do seu lado naquele momento, pois quando à ponta da espada atravessou o cristal, o partiu em diversas partes com diferentes tamanhos, aquilo foi o suficiente para que a descarga elétrica que evolvia Rockett desaparecesse, assim como as correntes de energia e fazendo Amira parar de gritar e sentir a mesma dor que a criatura.

Tão rápido quanto foi lançada, a sua Bayard ainda em forma de espada caiu novamente contra o chão no sentindo vertical, sofrendo a força da gravidade estável da Nave, enquanto a ponta lâmina se afundava até a metade bruscamente sob o chão de metal da sala.

Rockett finalmente estava livre de sua tortura, parando instantaneamente de rosnar e choramingar de dor, enquanto caía exaustivamente deitada sob o chão, mas ainda consciente o suficiente para lançar um olhar intensamente grato na direção de Keith, que apenas assentiu em resposta e em retribuição e após essa "troca" de olhares em agradecimento, Rockett apenas fechou os olhos por um instante, ao mesmo tempo em que respirava tranquilamente.

Amira havia parado de gritar e cambaleou para o lado com o corpo mole, mas Keith foi rápido o suficiente para ainda usar sua força ao segurá-la novamente nos braços. A garota estava de olhos fechados, que lentamente se abriram e piscaram diversas vezes, porém, quando a sua visão voltou a nitidez clara, a draconiana foi pega de surpresa quando percebeu que seu rosto estava exageradamente próximo ao rosto do paladino vermelho, que a olhava com a testa enrugada, demonstrando uma visível e estranha preocupação com ela.

Até porque, seria relativamente estranho e uma verdadeira surpresa ver Keith se preocupando com ela.

Ainda sentia seu corpo mole e totalmente frágil. Sua cabeça parecia estar à beira de um colapso, pois não parava de pulsar de dor. Ela estava vulnerável nesse momento e infelizmente, sabia disso. A mesma dor que Rockett estava sentindo naquele instante, ela também tinha sentido, pois Rockett ainda sim era a manifestação física da alma de Amira, o que significava que quando ambas se reconectaram novamente, a garota passou a sentir tudo o que a sua raposa espacial estava sentindo. Dor. Medo. Terror. Tristeza e outros sentimentos obscuros.

- Amira? - Sentiu a mão de Keith tocar seu rosto com uma mistura de delicadeza e cuidado, enquanto a voz dele ecoava sem parar na sua mente e seus olhos viam duas imagens duplicadas do rosto próximo do paladino vermelho.

Quando os sentidos de Amira voltaram ao normal, a garota suspirou aliviada, mas quando seus olhos castanhos encontraram novamente com os olhos violetas de Keith, que ainda permanecia com o rosto muito próximo ao seu, imediatamente o rosto da garota ficou vermelho começando a arder quando ela concluiu em pensamento aleatório e totalmente desnecessário que o Kogane tinha lindos olhos e lábios rosados bonitos. Mas graças a Núcleo, antes pensasse qualquer outra besteira relacionada ao paladino vermelho, uma forte explosão aconteceu na porta - a qual onde ela havia usado seu aparelho de desmaterialização para atravessar juntamente com Keith -, atraindo a atenção de ambos para o local exato onde havia acontecido a explosão.

Uma nuvem de fumaça negra e tóxica invadiu toda a sala, juntamente com algumas faíscas flamejantes e outros pedaços de metal da porta que voavam pelo ar em diversas e as mais complexas direções, concluindo que a única coisa que os mantinha afastado e seguros dos Galras foi totalmente destruído. Mesmo olhando dentro fumaça densa e escura, Amira foi capaz de reconhecer as luzes púrpura das sentinelas Galras. O que a fez arregalar os olhos e sentir a própria boca ficar seca.

Rapidamente a draconiana envolveu sua mão no pulso da mão de Keith que estava em seu rosto e bruscamente a garota o puxou até ficarem atrás de Rockett, que graças ao forte barulho da explosão, a raposa não só acordou de seu breve descanso como também parecia que já havia recuperado um pouco da sua força total, ao se levantar bruscamente antes de soltar um rugido totalmente feroz e brutal. Rockett estava com raiva. Muita raiva e muita sede de sangue. Amira conseguia sentir isso apenas pelo elo que tinha com sua mascote. Por isso, a garota não ficou sequer nenhum pouco surpresa quando viu sua raposa espacial se jogar em direção às sentinelas robóticas, as atacando mortalmente e sem resquício de remorso.

Os dentes afiados e letais esmagavam o metal das sentinelas, o retorcendo e o moldando com facilidade clara, o ruído irritante e agonizante do metal era de fato incomodo, porém Amira sentia certa satisfação ao ver sua mascote destruindo uma por uma. Ao mesmo tempo em que a raposa espacial também desviava com uma facilidade impressionante dos disparos das armas de laser, com rapidez e fluidez.

Assim como Amira, Rockett também era uma guerreira nata.

Mas, enquanto a raposa espacial lutava com as sentinelas, Keith já tinha sido rápido o suficiente para pegar sua Bayard fixa no chão da sala com rapidez, antes de confrontar duas sentinelas robóticas de uma só vez empunhando sua espada com uma excelente prática. Até mesmo a garota tinha que admitir para si mesma, que o paladino vermelho era bom com a espada.

Amira por outro lado, tira retirado a pistola laser que carregava em seu cinto e também era a mesma que tinha "roubado" do pequeno arsenal de armas do Castelo. Infelizmente não tinha encontrado nada parecido como um bastão ou lança e consequentemente foi obrigada a ficar com a pistola que disparava incontáveis lasers azuis fluorescentes. A draconiana desviava dos disparos com rapidez e com a ajuda dos bons reflexos que adquiriu durante seu tempo na Lâmina.

Existiam muitas sentinelas e mais delas estavam chegando sem parar.

- Precisamos sair daqui! - Keith alertou e Amira concordou internamente. Mas infelizmente a sala onde os Galras haviam prendido Rockett, tinha apenas uma porta para entrada e saída, e era exatamente por essa porta que estavam entrando e chegando mais e mais sentinelas.

Foi difícil controlar um rosnado de dor quando um laser passou raspando bem no alto do braço esquerdo de Amira. Porém, em resposta, a garota mirou seu próximo disparo bem no centro e no meio da cabeça robótica da sentinela que atirou em si.

Era verdade que as habilidades excepcionais que Amira tinha e possuía na sua forma draconiana seriam muito bem vidas nesse exato momento. Como sentia falta do seu poder. Da sua capacidade de fazer encantamentos e viajar por fissuras de tempo e espaço.

A Darkon se sentiu péssima internamente por se sentir fraca. Vulnerável e exposta. Nunca havia se sentido assim antes, mas desde que sua radiação cósmica foi removida, era assim que se sentia o tempo todo. Instintivamente sua mente viajava até lembranças dolorosas e cruéis que tinha da própria avó, sempre lhe dizendo o quão impura e indigna ela era. Talvez sua avó no final estivesse certa. Quando se era humano, você não era nada além de partículas insignificantes.

Como odiava saber que sua avó estava certa. E como odiava se sentir tão impotente como nesse momento. Por mais que tivesse ainda suas habilidades incríveis de luta e combate, no fundo sabia que poderia ser ainda mais incrível se tivesse seus poderes e seu anel.

Mais três disparos foram feitos por Amira, acertando com eficácia seus alvos, mas antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa. Os olhos castanhos de Amira haviam capturado Rockett no meio da luta, recuando perigosamente para trás, enquanto rosnava e seu corpo se mantinha abaixado quase tocando ao chão metálico. Foi nesse instante, em que a draconiana viu Rikar com sua lança Sihm mortal apontando na direção da sua raposa espacial. O ar esvaziou rapidamente dos pulmões de Amira e seus olhos se arregalaram quando percebeu que Rikar iria matar Rockett.

Tudo havia acontecido muito rápido.

Em um momento Amira estava perto de Keith - que utilizava o escudo para se proteger dos constantes disparos - mas em outro momento, a garota saiu do lugar onde estava para sair em disparada na direção de Rikar, enquanto o paladino vermelho chamava seu nome diversas vezes. A mente da draconiana estava uma verdadeira bagunça. Seus pensamentos estavam fora de ordem e seus batimentos estavam acelerados. Muitas lembranças infestavam sua mente naquele momento.

Lembrou-se de todos os momentos que viveu e compartilhou com a sua mascote. Ao mesmo tempo em que as lembranças dos treinamentos exaustivos e pesados que Kolivan a sujeitava durante seu tempo na Lâmina de Marmora. Foi capaz de recordar de todos os inúmeros rostos das pessoas que tinha assassinado. Até mesmo o verdadeiro nome de nascença que tinha, mas ninguém nunca ousou proferir desde que sua avó a exilou do seu próprio planeta, Amira se lembrou. E mesmo se recordando de todas essas coisas, a garota foi capaz de desviar dos lasers disparados contra si própria pelas sentinelas, que estavam em seu caminho até Rikar.

A garota com um movimento preciso; saltou bem alto e retirou sua pistola laser de seu cinto antes de aterrissar sob o corpo da sentinela e efetuar um disparo com a arma diretamente na cabeça robótica que explodiu diante de seus olhos. Mas, ao ver que outras sentinelas se aproximavam dela, Amira pegou a sucata do recém-robô "morto" pelas suas próprias mãos e o arremessou contra os corpos das outras sentinelas.

O caminho para Rikar finalmente estava temporariamente livre.

Amira sentiu seus orbes oculares arderem provavelmente seus olhos da forma draconiana haviam se revelado mais uma vez. Mesmo sendo incapaz de retornar a forma draconiana completa, a garota ainda conseguia fazer algumas partes do seu corpo voltarem, como os olhos e fazer sua longa cauda surgir também. E foi isso que aconteceu.

A longa cauda azul escuro, com um pequeno emaranhado de pelos brancos na ponta, da draconiana surgiu no momento certeiro para ser rápida o suficiente para que visse sua própria cauda envolvendo o pulso direito de Rikar e o puxando fortemente para a direção de Amira, que fechou o punho direito com tanta força, antes de acertá-lo contra o rosto cheio de cicatrizes do comandante de Andrômeda, repleto de força, fazendo-o voar para o outro lado da sala, possuindo seu corpo prensando bruscamente contra o metal rígido da parede.

Sentindo seu corpo inteiro ficar em sentido de alerta enquanto sua respiração continuava ofegante e os batimentos cardíacos acelerados. Amira parecia estar em algum tipo de transe psíquico e tudo parecia estar confuso para si própria. Nada parecia estar fazendo sentindo. Ouviu o ecoar de vários disparos de lasers, os passos pesados de mais sentinelas e soldados Galra se aproximarem cada vez mais, ela sabia que deveria fazer algo, mas seu corpo não obedeciam todos os seus comandos.

Ouviu Keith lhe chamar diversas vezes, mas Amira não compreendia. Seu corpo ficou mole e começou a cair para sua frente, no entanto, ele só não havia caído ao chão, pois Rockett a amparou com o seu próprio corpo a "carregando" e a protegendo dos disparos das armas. Amira piscou algumas vezes, sentindo sua visão sempre alternar entre o desfoque e a nitidez, quando viu o pelo azul escuro da sua mascote ficar completamente ensopado de sangue vermelho.

Draconianos puro sangravam prata.

Humanos sangravam vermelho.

E ela, por ser mestiça, sangravam vermelho.

Sangrava como o próprio pai.

Uma ardência insuportável juntamente com uma forte queimação, como se estivessem queimando a pele de Amira com ferro quente, invadiu todo o sistema nervoso da garota. Ela queria ter força para gritar, mas não tinha nem ao menos isso. Sentia-se exausta demais para fazê-la. E antes de dar o último suspiro e fechar completamente os olhos, a draconiana viu a lança de mercúrio de Rikar caída no chão e ensopada de sangue vermelho.

O sangue vermelho de Amira.

Mercúrio e Chumbo eram as duas coisas que poderiam matar draconianos. As únicas coisas que poderiam matar deuses e foi justamente por uma delas que Amira concluiu que foi gravemente ferida.

E esse foi seu último pensamento antes da garota fechar os olhos e perder a consciência completamente.








Oii gente, tudo bem?

Bom esse capítulo demorou para sair, mas aqui está ele ^^

Espero que tenham gostado <3

Não esqueçam de votar e comentar, isso me ajuda muito para saber se vocês estão ou não gostando da fic <3

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen2U.Com