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4 🍁 A cor da Asneira

Em alemão se diz: "você é marrom dos pés a cabeça, ou se finge?".

Taehyung começou a caminhar com as mãos nos bolsos da casaca escura.

Ah, mas ele caminhava numa lerdeza indesculpável, nem dava-se o luxo de pensar no por quê teria de ter tanta pressa. Assim, logo a frente, foi preterido por uma poça translucida no chão de paralelepípedo, perto de uma lixeira de grades oxidadas ─ o funcionário publico da limpeza que passara lá mês passado, havia esquecido o saco de lixo preto ofusco lá dentro com duas latas de sodas de uvas-verdes identificas, da mesma marca, jogadas lá por pessoas diferentes, em diferentes dias.

O garoto demorou-se ante a poça no chão e estudou sua imagem refletida fielmente ali.

-Por que as vezes sinto que você não vê o que os outros vêem? ─ sua voz saiu tão rouca que mal reconheceu a si mesmo.

Falar sozinho não era seu usual, principalmente em publico. Mas cá sua própria fisionomia refletida naquela insignificante poça, chamou-lhe a atenção. ─ Como dito antes, ele aparentava não preocupar-se com aquela situação de S/N mais cedo, mas até mesmo aquela poça saberia que ele estaria inquieto se não a seguisse.

Seu olhar estava oco. E também não sabia explicar os motivos para estar assim.

No começo eu sinto uma forma cilíndrica, meio lisa e um pouco úmida. Parece-me uma bola de metal polida, ou uma esfera de vidro. Mas que por algum motivo está úmida... e invisível. Principalmente, invisível. Eu não preciso tocar necessariamente com mãos, mas quando eu sinto, eu simplesmente 'sinto' no corpo como um todo. Não sei se é físico. Depois, consigo sentir um cheiro verde-turmalina. É assim que me sinto distante.

Taehyung ergueu a cabeça para frente e seguiu caminho, deixando para trás a poça, a lixeira de grades oxidadas, o saco de lixo preto ofusco e as duas latas de sodas de uvas-verdes dentro dele.

Os passos eram largos desta vez (conseguia ainda deixar aquela expressão antagônica que ele tanto relutava em não fazer). Como ele sabia aonde a moça estava depois de perde-la de vista? Nem mesmo o próprio sabia; era guiado pela intuição marrom-escura que seguia como uma névoa que flutuava em linha reta. E de alguma maneira desconhecida pelo universo, aquela linha de névoa o levou para a rua de uma floricultura tão familiarizante.

Ele suspirou, mas nem precisou olhar para outro ponto de referencia: aquele ensurdecedor som invadiu seu ouvido sem avisar. Já sabia que a garota estaria em algum lugar por ali.

S/N estava na fila do banco um tanto quanto extensa. Para seu descontentamento, a população coreana decidiu pagar suas faturas justamente no mesmo dia, hora e lugar.

Ele lentamente desfez sua careta que havia dominado sua feição milésimos antes; deslisou as mãos que estavam tampando seus ouvidos milésimos antes; percorreu o olhar até a menina que fechados estavam milésimos antes.

Por mais que aquela 'coisa' preta-turmalina com vestígios de marrom pareasse sobre ela em constante abundancia, Taehyung viu algo faiscar em algum canto de seu corpo físico. Digo, o corpo físico da garota.

-O que é isso? ─ ele resmungou.

Pela primeira, o rapaz sentiu duvida sobre seu fenômeno neurológico em tantos anos.

Não conseguia explicar. Apenas viu algo que para ele não era normal. É como se nós, de uma hora para outra, começássemos a ter visões alucinógenas.

-Que cor é essa agora? ─ mais uma vez murmurou.

Sentiu aquele cheiro do verde-turmalina (a cor que sentia quando ele percebia estar perdido em pensamentos). Só foi sentir aquele cheiro e se lembrar que o mundo estava ali, para notar o aumento dos ruídos sonoros.

Taehyung exitou por alguns segundos olhando para os lados numa tentativa falha de desejar que um asteroide caísse ali, naquele exato momento; caminhou com as mãos no bolso e se depositou bem atrás de S/N, que parecia dançar ao som de uma sinfonia muda. Ele ficou calado, ensaiando mentalmente o que dizer.

Na outra situação, S/N já nem sabia o que estava acontecendo.

Seu alto nível de temperatura corporal atingiu um ápice de demência. Aquelas famosas frases: "Quem eu sou? Onde estou? Como? O que? Quando?", deveriam ser ditas agora, se ela não estivesse tão adoentada e fora do nexo. Seu corpo estava dolorido e, sentiu que a qualquer momento iria capotar no chão como um fantoche cortado as linhas.

-Não ache que estou lhe seguindo, moça. ─ Taehyung havia tomado coragem ao inclinar-se para mais perto se sua nuca.

-Ahan?!... ─ a menina adoentada, virou-se lentamente e samonga para o rapaz atrás de si e apenas sorriu sem vontade. O sorriso coberto pela mascara, mas que dera a perceber por seus olhos sorrirem igualmente.

-Você está bem? ─ desta vez Taehyung preocupou-se.

-Ahan...?! ─ o olhos da moça estavam decaídos, estava mais quê claro o suor deslizando sobre seu rosto. S/N não via mais do que três Taehyung's a sua frente, afinal, ela não via nada além de sua silhueta borrada.

Voltou a dançar a "valsa sinfônica muda", para frente e para trás, para o lado e para o outro.

-Moça?... ─ Taehyung chamou-a inclinando seu rosto para mais próximo do dela, afim de atrair-lhe a atenção e decifrar os enigmas do marrom-escuro estar aumentando frequentemente.

-Eu... ─ ela cambaleou, mas poe-se firme. Seus olhos denunciavam tudo de ruim e mal cuidado, ─ Eu...

Não bastasse mais nada para S/N contorcer seu corpo como se algo quebrasse os ossos por dentro.

Tremeu de forma exagerada enquanto seus olhos ameaçavam revirar. Mas antes disso, deveria guardar na memoria o assoalho de madeira gasta que estava sobre seus pés, a madeira posta com desprezo por um homem mal humorado à 45 anos atrás.

A dona da floricultura sem nome achou que seria conveniente e de bom grado aos clientes, um piso diferente dos outros na calçada de sua rua. Mas digamos que não funcionou muito, já que com o tempo, a chuva a podreceu-o sem piedade.

"Assoalho de madeira gasta por desprezo" - S/N pensou. Apesar de estar prestes a decair, sua mania de nomear coisas não sobressaia de sua vida até mesmo desvairada.

Taehyung segurou seus ombros sem intensão de segurá-la e sim apoia-la, mas não adiantou muito, até que os olhos dela revirassem por completo e seu corpo atirasse ao chão.

Ela não desmaiou.

Desmaio seria um solene presente do destino naquele momento.

Debatia-se ao chão.

Tendo dolorosas e intermináveis convulsões.

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~Eae! Turu bão? Então neh, mudei a capa :) Uma capa meio bosta. E tbm pq não tenho o que fazer, sabe '-'

Estava editando uns vídeo do canal, mas aí decidi fazer resenha do meu próprio imagine no blog (sos-hyu.blogspot.com  ~cof cof), pq como disse eu não tenho nada pra fazer, sabe '-'

Vou ali assistir 'yuri on ice', pq ñ sei se já disse: não tenho nada pra fazer, sabe '-'

tchau

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