Capítulo Um
━ JOSH BEAUCHAMP
EUA · Califórnia · Los Angeles
De volta a rotina habitual, após uma viagem de duas semanas pela Europa preenchida por reuniões, inaugurações e muitos eventos, despertei em meu fuso horário normal, seis da manhã.
Eu gostaria de tirar folga para dormir por mais algumas horas, mas o trabalho me chama e eu como o chefe não posso ser negligente com minhas responsabilidades.
Levantei da cama bocejando e fui direto para o banho, aproveitando que já estava completamente nu desde a noite passada. Um dos meus costumes: dormir do jeito que vim ao mundo.
Após um banho morno que me despertou totalmente, eu sequei os cabelos e enrolei uma toalha na cintura a caminho do meu closet. Entre minhas dezenas de ternos, optei por um cinza chumbo e uma gravata azul caneta.
Vesti todo o conjunto, até o colete por cima da camisa social, com relógio em pulso e o perfume bem borrifado nos locais adequados, percorri meu caminho para a empresa com meu Audi.
Mas não sem antes parar na cafeteria do Mandon, um velho conhecido que tem uma indústria cafeeira. O seu café fresco é o melhor de toda a cidade.
Meu celular vibrou em meu bolso assim que eu estava pronto para descer. Atendi uma chamada de Noah, o vice-presidente e meu amigo a quase vinte anos.
— Espero que esteja ligando para boas notícias! Ainda não tomei meu café. — eu resmunguei ao telefone.
— Nada muito reconfortante. — ele disse e pigarreou. — Temos um sério problema com um investidor, algo do qual o fará parar na cadeia em algum momento. — Noah disse apreensivo.
Eu esfreguei o rosto começando a ficar estressado.
— Eu estou aqui na cafeteria, deixa eu tomar meu café e logo estarei ai. — eu falei um tanto mal-humorado graças a má notícia.
Por sorte a cafeteria fica a apenas cinco minutos da empresa, o que me faz ganhar tempo com o rápido atendimento e a localidade que não me tira da rota. Eu poderia fazer café em minha própria cafeteira e perder tempo com uma louça.
Mas para quê se eu tenho dinheiro suficiente para tomar em um cafeteria renomada? Tempo é dinheiro.
Eu adentrei o estabelecimento tocando o sino no alto da porta, um barulho ecoou. Eu procurei por uma mesa desocupada e me sentei.
Digitando uma mensagem para minha secretária, logo senti alguém se aproximar.
— Bom dia, senhor. Bem-vindo ao Mandon's Coffee. — ouvi uma voz doce, diferente da enjoativa de Sarah, que costuma me atender e se jogar para cima de mim quase todas as manhãs.
Levantei meu olhar do celular e encontrei uma mulher, aparentemente nova, com um sorriso estampado e pura simpatia exalada.
— Bom dia. — retribui de forma educada, mas minha voz saiu mais grave do que o de costume.
— Bom, aqui está o nosso cardápio, eu estarei a disposição para atende-lo assim que decidir o que vai querer. — ela dizia sem deixar de sorrir.
Meu maxilar dói por ela.
Ela se virou para me dar tempo.
— Eu quero o de sempre. — eu falei e ela se virou.
— O que seria o de sempre? — ela enrugou o nariz e isso simplesmente a deixou fofa?! — Desculpe, senhor, é que eu sou nova aqui.
— Eu reparei. — disse a analisando com o olhar.
— Sr. Beauchamp, o de sempre? — Christopher, o gerente, perguntou tocando o ombro de Any.
Ela se afastou do que rapidamente.
— Sim, um café forte e sem açúcar. — falei meio grosseiro. A jovem anotou o meu pedido.
Christopher se afastou para ir atender a um funcionário com algum problema.
— O senhor quer mais alguma coisa? — ela perguntou olhando para baixo.
— Quero saber qual é o seu nome. — falei e ela levantou o olhar.
Eu apoiei meu cotovelo na mesa e meu queixo em minha mão. A olhei de cima a baixo, avaliativo.
Ela pareceu constrangida, sua bochecha tomou uma tonalidade mais avermelhada.
— Any Gabrielly. — ela murmurou. — Apenas isso?
— Acho que vou querer uma massa de folheado recheado com quatro queijos. — pedi pelo salgado, coisa que nunca peço.
Ela anotou.
— Já que é nova saiba que sempre venho aqui nesse horário e sempre peço pelo café forte e sem açúcar. — eu avisei para que não houvesse mais qualquer perda de tempo com pedidos demorados.
Ela acenou com a cabeça e partiu em direção ao balcão, onde entrega os pedidos e logo vai para a mesa de outro cliente.
Me peguei distraído observando a garota de pele preta clara e curvas chamativas. Parei para reparar no uniforme, eu nunca tinha o reparado. É azul e branco, mal cobre suas pernas torneadas e a pequena saia deixa em evidência a bunda volumosa.
Balancei a cabeça saindo do transe quando percebi aonde meus pensamentos estavam indo.
Devo estar a tanto tempo sem transar que estou parado como um tarado olhando para uma garçonete de sapatos gastos. Eu poderia falar com Mandon sobre a estética dos seus funcionários.
Tudo muito brega.
A Any retornou com meu pedido e o sorriso simpático. Bom, ela parece ser melhor que Sarah pelo menos.
— Tenha uma boa refeição se precisar de qualquer coisa pode me chamar. — ela disse gentil e se curvou brevemente.
— Você já comeu, Any? Posso te chamar pelo nome? — eu questionei a olhando direto nos olhos.
— Já comi. — ela assentiu. — Pode me chamar de Any, eu prefiro assim do que a formalidade excessiva de alguns clientes. — ela disse colocando as mãos para trás.
Eu balancei a cabeça tomando um gole do meu café.
Any se afastou para voltar ao seu trabalho.
Eu tomei meu café quente sem pressa, mas Noah voltou a me ligar dizendo que deveria ir para a empresa urgentemente.
Acenei para a garçonete.
— Já terminou? — ela franziu a testa olhando para o folheado intacto.
— Eu não tenho tempo para comer. — disse pegando uma nota da minha carteira. — Pode comer por mim.
Entreguei a nota e me levantei com pressa.
— Até logo, Any. — eu sai sem esperar para ouvir ela.
Eu cheguei a empresa em apenas três minutos, peguei o elevador e fui direto para a sala de reunião com encontrei os sócios à mesa, apenas esperando por mim.
— Desculpem o atraso, acabei de retonar da Itália. — eu expliquei sentando em meu lugar. — Agora me expliquem o que está acontecendo!
Eu exigi e logo Noah começou uma explicação sobre o ocorrido. Basicamente um dos nossos investidores tem negócios ilícitos e está envolvendo o nome da empresa, o que nos leva a uma queda na bolsa e muitas perdas de ações.
Passamos a reunião inteira discutindo o que deveríamos fazer em relação, no final decidimos emitir um comunicado com provas da última vistoria feita pelo órgão superior que prova não haver nada fora do normal.
Enviamos Heyoon Jeong, advogada da empresa, para conduzir um processo contra o investidor.
Ao mais tardar chegou a notícia da prisão dele, por envolvimento com o tráfico de narcóticos.
Considerando tudo isso meu dia foi agitado e estressante, acima do meu nível comum de ansiedade.
Recebi uma ligação da minha mãe exigindo que eu fosse visita-la no próximo brunch que ela deve fazer na sua casa. Eu não pude discordar se quisesse manter minha herança.
No caminho de volta para mais uma vez na cafeteria. Eu entrei e logo o ser pequeno e cacheado apareceu.
— Ainda está trabalhando? Já não passou do seu horário? — eu franzi a testa.
— Faço hora extra. — Any explicou. — Mas nós já estamos fechando, o senhor quer algo?
— Sim, eu encomendei uma torta de frango com queijo. — eu falei já tirando a carteira do bolso.
— Ah, eu já pego para o senhor. — ela disse e foi até o balcão. Logo retornou com a sacola em mãos.
Eu estiquei a nota para ela.
— Vou buscar o troco, senhor. — ela disse, mas a impedi.
— Nada disso. Fique com o troco e não me chame mais de senhor, sou Joshua Kyle Beauchamp. — eu falei e ela sorriu timidamente.
— Você é dono da empresa de moda aqui perto? — enrugou o nariz. Eu travei a mandíbula.
Assenti.
— Ah. — ela disse com os olhos arregalados de surpresa. — Bom, eu não posso ficar com todo esse dinheiro, é muito.
— Você deve precisar, não seja orgulhosa. — eu falei firme.
— Não é cer... — a cortei.
— Se está aqui é porque precisa, fique com o troco e compre sapatos novos. — ela olhou para os pés.
Depois passou a me encarar com indignação.
— Eu não preciso da sua esmola. — ela resmungou ofendida. Any foi em busca do troco.
Eu revirei os olhos quando ela voltou com o dinheiro.
— Fique com ele, Any orgulhosa. — a apelidei e ela me olhou agora nada simpatica.
Eu sorri de lado e acenei para ela antes de ir embora.
To be continued???
Adiantei a fic para as leitoras ansiosas que nem eu.
Que filho da mãe KAKAKKZKZK mas não mentiu.
A relação deles vai ser a melhor, aguardem!
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