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Prólogo

JOSH BEAUCHAMP
EUA · New York · Manhattan

Analisando o homem de meia idade a minha frente eu repasso todas as cláusulas propostas no contrato milionário que tenho agora em minhas mãos para fazer o que bem entender.

Eu comprimi os lábios tentando não mostrar meu total descontentamento com tudo o que continha nos papéis.

— E ai, não acha que será de grande lucro se colocarmos essa ideia para as novas joalherias? — me perguntou com um sorriso convencido, enquanto sua secretária está ao seu lado em silêncio, mas com uma expressão nervosa.

— Sobre isso, Sr. Graham. — eu me levantei da cadeira e ele também, com um sorriso de quem tinha conseguido o que queria. Um vencedor.

Com os papéis ainda em mãos, os rasguei e amassei, sem dó nem piedade.

O homem me observou jogar os papéis na lata de lixo no canto da sala.

— Eu não faço negócios com um pedófilo que por muito pouco não arruinou a própria família. — falei severo. — Pensou que eu não sabia?

O homem estava sem palavras. Engoliu em seco.

A secretária tossiu e se remexeu desconfortável.

— Como você consegue trabalhar para um homem dessa laiá? — eu questionei a loira que estava cabisbaixa.

Ele a coagiu apenas com o olhar.

— Você é um monstro, eu não quero nunca mais ter o desprazer de vê-lo novamente. Agora saía. — eu ordenei e os seguranças entraram na sala na mesma hora para retira-los.

Do jeito que pedi.

A secretária me encarou apavorada.

— E você deveria procurar um novo emprego, porque o lugar do seu chefe agora é a cadeia. — ela ficou calada. Saiu correndo atrás do chefe e dos seguranças que o levam até a delegacia onde eu mesmo o denunciei.

Eu sai da sala de reunião e fui caminhando para minha sala. Os funcionários me observavam temerosos e alguns orgulhosos.

Eu poderia não ser o melhor chefe, mas eu não era o pior tipo de pessoa.

— Angel, a Srta. Gabrielly já chegou? — eu perguntei para a secretária.

— Não, senhor. Quer que eu ligue para saber dela? — me questionou.

— Já deveria ter feito isso. — eu falei sério. Ela assentiu com aquele jeito nervoso e tímido.

Revirei os olhos e entrei para a minha sala.

Foi eu sentar em minha cadeira giratória que ouvi as batidas em minha porta.

— Entre. — falei alto o suficiente para que a pessoa do outro lado da porta ouvisse.

Liguei meu notebook.

— Com licença, Sr. Beauchamp. — reconheci a voz de Any e levantei o olhar para ela.

— Está duas horas atrasada. — falei seriamente. — Espero que tenha uma boa desculpa para dar.

A olhei de cima a baixo.

Ela veste uma saia lápis que contorna suas curvas, uma blusa social de seda preta que tem seus primeiros botões abertos relevando o busto volumoso, o Scarpa é típico e pelo que sei ela tem vários do mesmo tipo, pretos com a sola vermelha. E no rosto pouca maquiagem, mas um batom vermelho sangue para matar qualquer um com os lábios carnudos.

Mas eu notei algo a mais, manchas em sua pele.

— Tive problemas pessoais com aquele meu parente. — ela falou me encarando com uma expressão tão falsa quanto suas palavras.

Any Gabrielly pensa que eu não a conheço.

— Seu tio? Ele teve problemas com bebidas de novo? — eu questionei a ela me encostando confortavelmente na minha cadeira.

— Exato.

— E ele te machucou? — perguntei observando cada traço de seu rosto em todas as suas expressões.

Ela franziu a testa.

— A maquiagem não funcionou hoje, Gabrielly. — falei mordendo meu lábio inferior. — Elas já não escondem a algum tempo, ou você se deixou relaxar na pintura.

— O que?

— Daqui eu posso ver os roxos que a blusa não cobrem. Já tentei te ajudar, mas você parece não querer ajuda e sempre inventa mentiras descabidas.

Ela ficou em silêncio.

— Vamos, diga a verdade. — a incentivei.

Ela semicerrou os olhos me encarando fixamente. Any respirou profundo.

— Por considerar você que estou te dando mais essa chance, você sabe. — falei e ela abaixou a cabeça e riu anasalado.

— A verdade é que eu tenho negócios e... — ela que estava com sua típica bolsa Prada, que eu a presentiei no aniversário de vinte e dois, retirou um papel de dentro. — Estou agora anunciando a minha demissão.

Ela se aproximou da minha mesa e colocou sobre ela a carta de demissão.

Eu franzi o cenho em confusão.

— É o que? — eu perguntei incrédulo e perplexo.

— Hoje faz sete anos que estou trabalhando arduamente para você, eu preciso ampliar meus horizontes, quero investir no que eu gosto. — começou a se explicar, mas eu não dei tanta atenção.

Eu estava estático.

— Trabalhar para você, Josh Beauchamp, me trouxe aprendizados. Você me ensinou muitas coisas, principalmente a não ser como você em tantas situações. — eu arregalei os olhos e coloquei a mão no peito, fingindo estar ofendido. — Fui sua secretária por um longo tempo, treinei Angel para me substituir esses meses, não para me ajudar. Agora posso me desprender.

— Recebeu outra proposta, não é? — perguntei me levantando e indo até ela. — Foi o Morris, não foi? — segurei em seus ombros.

— Ele não tem nada a ver com isso. — ela se soltou de mim ajeitando sua bolsa. — Eu agradeço pelo tempo, CEO tirano, mas é hora de eu começar a dedicar meu tempo a mim.

— Isto é um pesadelo? — questionei para mim mesmo enterrando os dedos entre meus fios de cabelo.

— Não é. — ela negou. — Sei que é uma mudança drástica para você, já que eu fui a responsável por te salvar de muitas coisas, mas Angel fará o mesmo.

Puxei meus próprios cabelos enquanto andava de um lado para o outro.

— Para de falar. — eu implorei.

— Mas... — a interrompi.

— O que você quer? Me diga o que quer para ficar. Um aumento? Eu dou, só não vai.

— Sr. Beauchamp, não preciso mais do seu dinheiro. — ela disse sorrindo de lado.

— Eu não entendo.

— Admito que me ajudou bastante, mas não mais do que eu fiz por você. Agora quero fazer mais por mim, você entende?

— Não, não entendo.

— Você é um homem sagaz, saberá se virar sem mim. — ela se virou de costas

— Foram anos, Gabrielly! Não meses e nem semanas, foram anos que eu me mantive recluso porque você se tornou minha sombra. — disparei rápido e acabei ofegante.

— Do que quer me culpar agora? — se virou brevemente.

— Não existe realidade em que você está longe de mim. — falei depois de hesitar.

Ela ficou me encarando por um bom tempo calada, meu coração fica descompassado com sua reação mórbida.

— Eu tenho que ir. — falou rápido e saiu da minha salas as pressas.

To be continued???

O que será que ela está aprontando?

É o que iremos descobrir com essa mais nova fanfic.

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