Capítulo 6
Pov Any | Gabrielly
Los Angeles • Califórnia
×××
Durante os dias que foram se passando desde que Josh chegou no hospital, Gabrielly tem me privado de estar na presença dele, estamos sentindo coisas estranhas, diria nosso corpo tem sido tomado por sensações diferentes desde a chegada dele e como eu sou mais tímida Gabrielly toma partido.
Eu não sei denominar o que sentimos, mas é algo novo que com um tempo espero que possamos descobrir.
— Any, não vai vir para a aula? — Suzy uma das enfermeiras me chamou e eu me levantei da cama e a segui calada até uma parte do Jardim onde temos aulas de dança ao ar livre.
— Any Gabrielly. — ouvi a voz dele atrás de mim e me virei parando de acompanhar Suzy.
— Só Any. — falei e ele assentiu respirando ofegante curvado com as mãos nos joelhos como se tivesse corrido uma maratona.
— Tudo bem? Precisa de algo? — perguntei e ele ajeitou a postura e me encarou quieto parecendo ler minhas expressões.
— Hum, eu só queria conversar, está ocupada? — perguntou coçando a nuca.
— Estou indo para a aula de dança. — apontei para um pequeno grupo de pacientes. — Se quiser você pode vir comigo. — sorri colando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.
— Eu não estou muito afim. — falou e eu fiz beicinho como uma criança dengosa.
— Por que não? Por favor vai, seria incrível se participasse. — falei e ele bufou e ele levou uma de suas mãos até meu cabelo e bagunçou meus cachos.
— Tudo bem. — semicerrei os olhos para ele ajeitando meu cabelo. Como um idiota ele ficou rindo dá minha cara de brava.
Juntos caminhamos até os outros pacientes que já estavam em seus lugares. Nos juntamos a eles e depois da nossa professora de dança falar começamos a ensaiar seus passos a imitando.
Não pude deixar de notar como Josh leva jeito para a dança mesmo as vezes ele sendo desengonçado em alguns passos, nada que não possa ser melhorado, com certeza ele é um dos melhores.
Enquanto a professora fazia os passos e a imitavamos Josh de olhos fechados seguiu seu próprio ritmo e com seus próprios passos deu um show para quem quisesse ver, ao vivo e a cores. De certa forma através da dança ele parece tentar encontrar sua paz interior, um refúgio.
— Muito bom, Sr. Beauchamp. — a professora falou quando ele finalizou a dança e voltou a abrir os olhos. Todos começaram a aplaudir e ele envergonhado abaixou a cabeça.
— Você é o melhor. — o Senhor Stuart falou para ele que sorriu tímido. Sorri afetuosa vendo todos o parabenizarem.
— Acabamos por hoje. — a professora falou e todos se retiraram exceto eu e Josh.
— Não vai me elogiar? — perguntou e eu neguei. — Por quê?
— Inflar seu ego não seria bom, palavras de Gabrielly. — ele riu e começamos a caminhar lado a lado pelo jardim.
— Ela quem vive me cantando. — balançou os ombros.
— Talvez. — falei baixo. — Então sobre o que queria conversar?
— Sobre a reabertura do meu caso. — falou e eu franzi a testa.
— Como assim? Já não está tudo decidido? — ele negou.
— Eles tinham definido uma sentença sem ir a juízo público, sem ter feito um julgamento correto usando meu diagnóstico como prova para me colocar aqui, mas agora de uma hora para outra decidiram abrir o julgamento sem ao menos me informarem com antecipação. — revelou e eu me sentei em um banco de madeira e ele se sentou ao meu lado a meu pedido.
— Isto é estranho, seu caso é complicado, eles poderiam ter te condenado e você poderia apodrecer em uma prisão ou até mesmo ter um fim em uma cadeira elétrica. — falei pensativa. — Indo a Juízo Público se não for provado que a causa do caso foi uma crise eles podem fazer o pior contigo.
— Nossa obrigado ajudou muito. — falou sarcástico.
— Eu estou sendo sincera.
— Eu sei, mas porra isso não poderia acontecer. — suspirou e sussurrou: — Pelo menos não agora.
— Você precisa de um bom advogado, terá que se abrir para ele e vai ter que contar sobre o que te levou até a crise que causou a tragédia. — ele me olhou fixamente.
— Falando assim parece que é uma advogada.
— Antes de ser internada estudava advocacia criminal. — ele sorriu balançando a cabeça em compreensão.
— Por que escolheu estudar isso? — perguntou curioso.
— Quero defender os inocentes da maneira que eu não fui defendida um dia. — falei abaixando a cabeça.
— Tenho certeza que conseguirá. — tocou a minha mão que estava apoiada em minha coxa.
— Obrigada. — olhei para ele e sorri fungando. — Vou torcer para que dê tudo certo no seu caso. — ele passou seu braço ao redor do meu pescoço e eu encostei minha cabeça em seu ombro.
Fechei os olhos sentindo a cabeça dele encostar na minha e sua mão massagear meu ombro me fazendo arrepiar junto ao vento gélido, porém fresco que batem contra nossos corpos.
— Bem que você poderia ser minha advogada. — falou perto do meu ouvido e eu ri fraco negando.
— Ainda não me formei, tenho muito o que estudar para exercer essa profissão e dificilmente me dariam um caso como o seu. — falei.
— Por quê? — questionou.
— É um caso que envolve vítimas demais, é bem complexo para uma novata como eu, além do machismo que ocorre nesse meio. — ele se calou e ficou assim por longos minutos.
— Eu acho que esse é um caso perdido. — sua voz saiu mais grossa. — A justiça não tem compaixão, ainda mais de alguém doente como eu. — se afastou. — Para eles a melhor solução é me eliminar, Any.
— Eles não po... — ele me interrompeu parecendo irritado.
— Claro que podem. — suspirou nervoso.
— Josh se acalma. — passei minha mão em suas costas.
— Eles vão me matar. — começou a repetir seguidas vezes e se levantou andando para longe.
— Josh. — corri atrás dele.
— Saí daqui, eu não quero te machucar. — sussurrou ofegante enquanto puxava os próprios cabelos.
— Eu não vou sair do seu lado até que esteja bem.
— Eu nunca estarei bem, será que não entende, eu não tenho salvação. — seus olhos se encheram de lágrimas e ele fechou e uma lágrima escorreu. — Sai daqui.
— Josh.
— SAÍ. — gritou e eu dei um passo a frente e toquei seu rosto limpando com meu polegar suas lágrimas.
— Conte até três e respire fundo. — sussurrei. — Vamos, faça isso. — ele de olhos fechados contou vagarosamente até três e respirou fundo a cada número.
— O que está acontecendo? — Bailey surgiu.
— Ele está tendo uma crise. — Bailey segurou Josh pelo tronco dando o apoio e o levou, antes de ir ele sussurrou um 'obrigado' em agradecimento.
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Terminei meu segundo banho do dia, vesti o “uniforme” horroroso do hospital e sequei meus cabelos passando meu creme para cachos logo em seguida. Já pronta fui até o pequeno armário e peguei meus absorventes para os seios e os coloquei sentindo que o leite parecia que estava prestes a vazar.
— Any Gabrielly. — levei um susto ao ver Josh dentro do meu quarto assim que sai do banheiro com o saco de absorvente em mãos.
— O que você está fazendo aqui? Achei que estivesse na sala acolchoada. — falei com a mão no peito.
— Eu escapei, aquela sala é frustrante. — falou e eu assenti escondendo o saco colocando as mãos atrás do meu corpo.
— O que é que está escondendo? — perguntou vindo até mim.
— Nada que te interessa.
— Gabrielly. — ele me repreendeu e eu bufei guardando o saco no meu pequeno armário.
— Eu só te conto se não rir de mim ou me julgar. — falei me sentando na cama.
— Sabe aquele ditado, só quem julga é Deus? — assenti. — Então, não vou fazer isso. — revirei os olhos e ele riu voltando a se sentar. — Fala de uma vez, por acaso tá fumando escondida não né?
— Não seja ridículo, são absorventes idiota.
— Absorventes? — assenti. — E por que eu te julgaria por causa de menstruação? Isso é normal. — me olhou confuso e eu senti minhas bochechas esquentarem. Com certeza estou vermelha de vergonha.
— Não é para menstruação, é para leite. — respondi mordendo meu lábio nervosa. Ele me olhou surpreso.
— Tem um bebê? — neguei e ele pareceu ainda mais confuso do que antes. — Então como?
— É um problema que se desenvolveu na minha adolescência. No meu cérebro existe uma secreção chamada galactorreia que produz a prolactina, que é o hormônio responsável pela produção de leite, com a apresentação dessa secreção inapropriada faz com que meu corpo produza leite sem eu estar necessariamente grávida. — expliquei.
— Entendi não entendo, entendeu? — ri junto com ele. — Como faz pra manter todo esse leite sendo que não tem alguém para mamar?
— Eu tenho que retira-lo sozinha, tem vezes que eu acordo com a blusa molhada, meus seios ficam cheios e pesados, chegam a doer. — falei olhando para meus seios que estão bem cheios.
— Isso é estranho, não é algo tão comum. — assenti.
— No começo foi difícil lidar com essa situação, mas aos poucos eu fui me aceitando, até parei de tomar os remédios que ajudam a regular.
— É importante que se aceite, não é porque não é algo comum de se ver que te torna diferente dos outros. — sorri.
— Eu sei, mas eu já fui muito julgada por isso e foi difícil pra mim me achar anormal, mas quando me aceitei assim as coisas melhoraram de certa forma, não permiti que me machucassem por isso. — ele passou a mão em meu cabelo em um cafuné gostoso. — E você como está?
— Melhor, mas meus pensamentos não me deixam em paz, por isso vim aqui.
— Pra conversar? — ele negou.
— Pra ouvir sua voz, quando estou com você as vozes param e só sua voz é o que parece importar. — falou e eu fiquei com a boca entreaberta sem saber o que dizer.
To be continued???
Oi gente, então o relacionamento dos dois vai ser desenvolvido aos poucos, primeiro quero criar uma boa amizade e quem sabe eles não se declarem ao descobrir o que verdadeiramente sentem um pelo outro.
Pro Josh começar o ato de tomar do leite dela vai ser feito com calma pra não se tornar algo sem sentido.
Qualquer dúvida só perguntar.
Até mais!
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