🝮︎︎︎︎︎︎︎ ℂ𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 ℕ𝗼𝘃𝗲 🝮︎︎︎︎︎︎︎
Chapter nine: Linda Bonequinha
Tinha muito tempo que não saia para o jardim, não lembrava o quão bonito era, ainda que verdadeiramente ficava ofuscado em comparação a Elly. Tão pouco lembrava da sensação que tinha ao sair para o exterior, mas também Any influenciava nisso, estar ao meu lado me deu uma perspectiva melhor de tudo.
Ter sido a primeira saída em um longo tempo foi muito bom, ou talvez não. Havia algo que realmente me chateou.
O cara que sentou junto com ela quando me afastei. Por que me afastei?
Parecia ter muita confiança.
Ele poderia ser o tal Demetri?
Desde a distância eu podia ver como ele se sentou perto dela, como lhe sorria e ela também o fez, como falavam amenamente. Naquele momento me lembrei do que desenhava e definitivamente não poderia continuar.
No momento afastei o olhar deles para voltar ao meu caderno. Quase com adoração passei meus dedos ao longo do contorno do rosto, seu rosto em forma de coração, tão linda e delicada, seus brilhantes olhos cor de chocolate, seus belos cabelos longos caindo em cascatas com alguns fios descansando em seus ombros. Tudo nela era lindo, mas não podia continuar a desenhar com ele ali. Ele não pertence a esse quadro.
Logo Elly sentou-se junto a mim, e eu não queria que me visse irritado, fechei o caderno para que ela não visse meu trabalho. Mas ela logo mudou o meu humor, ela queria almoçar comigo. Ela jamais o tinha feito e não podia estar mais feliz por isso. Ou quem sabe sim, quando pela segunda vez naquele dia, ela pegou minha mão. Sua mão estava tão quente e macia. E tomava a minha, coisa surpreendente para mim. O fazia isso por sua vontade, porque ela queria fazê-lo. Não havia nada melhor do que isso.
E ela cumpriu sua palavra, almoçando comigo. Apesar do escrutinio de todas essas pessoas, isso não acabou com a minha felicidade. Tudo graças a ela.
Quando o dia terminou, ela me levou para o meu quarto para descansar, pela primeira vez em muito tempo eu senti que precisava dormir. Pela primeira vez em muito tempo me senti feliz.
Quando ela apareceu no quarto hoje de manhã, ela tinha um grande sorriso nos lábios, como eu gostava de ver.
Any: Bom dia. - Cumprimentou-me com sua doce voz.
- Bom dia. - Respondi realmente feliz em vê-la.
Ela se moveu com a graça ao redor do quarto enquanto servia meu café da manhã. Eu amava como ela cuidava de mim fazendo esse pequeno detalhe, já não questionava as suas razões. Para que o fazer quando era mais fácil simplesmente aproveitar?
Quando terminei de comer, eu sabia o que veria a seguir. Era um trago amargo ter que tomar esse remédio, mas era tudo para estar bem.
Talvez Ron tivesse razão e eu poderia melhorar, talvez sair daqui e talvez... apenas talvez....
"Não acha que sonha demais?"
Provavelmente, mas não perdia nada com sonhar verdade?
Any: Quer sair hoje? - A voz me tirou dos meus pensamentos.
- Claro que sim. A menos que hoje não queira.- Disse com temor.
Any: Não seja bobinho, claro que sim. Além disso hoje está um belo dia, vai desenhar?
Claro que o faria. Desejava poder desenhá-la outra vez, poder retrata-la para mim.
Respondi sua pergunta com um aceno de cabeça. Ela sorriu enquanto buscava meu caderno, mas eu fui mais rápido e o peguei antes dela não queria que ele visse o meu trabalho, ainda não.
Ela pegou a minha mão de novo para caminhar junto a mim. Ainda não deixava de surpreender-me que o fizesse, mesmo não entendendo suas razões, mas não me incomodava em nada.
Logo chegamos ao jardim, ao mesmo banco que havíamos ocupado no dia anterior.
Any: Vai sentar de novo debaixo da arvore? - Perguntou com ternura.
- Sim, de lá tenha uma boa vista para desenhar. - E era a verdade, de lá poderia ver com claridade.
Any: De acordo. - Me deu um lindo sorriso enquanto se acomodava no banco, caminhei despreocupadamente até o meu lugar.
Acomodei-me para poder desenhar. Enquanto subi o olhar para poder vê-la, estava lendo. Não havia me dado conta de que dessa vez trazia um livro. Talvez fosse chato para ela ficar sozinha.
Comecei a traçar o papel, nem sequer precisava vê-lo, só precisava olhar para ela. Tentava captar, tudo o que ela era, a beleza, a ternura, a tranquilidade, a esperança, tudo o que ela significava no meu mundo, tudo que eu queria capturá-lo, só para mim.
Uma vez que o desenho estava quase concluído, segui com os detalhes. Pequenas coisas que havia passado, mas que eram necessárias para que fosse ela.
Perdi-me no devaneio de sua figura enquanto a traçava, no calor do seu sorriso, na delicadeza de suas feições. Enquanto mais avançava em meu trabalho mais queria definir, mas sabia que não podia capturar completamente o que ela era.
Garota: Esta desenhando a enfermeira? - Uma suave voz ao meu lado me tirou da minha concentração. Virei meu rosto para ver uma garota parada junto a mim, seu cabelo loiro tinha certos tons vermelhos e seu rosto era pálido e delicado.
- Sim. - Respondo, ela sentou-se junto a mim.
Garota: Está ficando muito bonita, ainda que a garota em si é linda. - Sorriu enquanto via meu desenho. - E claro, sou Sofya, como se chama?
- Sou Josh. - Disse enquanto abaixava o olhar e seguia em meu desenho.
Sofya: É um prazer. É novo ou algo assim? Porque nunca o vi por aqui.
- Não, não sou novo, estou aqui a muito tempo, mas ontem foi a primeira vez que sai em muito tempo. - Não sabia por que lhe explicava essas coisas a essa garota.
Sofya: Percebi. Ontem também te vi aqui. A desenhava ontem?
- Sim.
Sofya: Posso ver? - Perguntou de prontidão. Sem dar-me conta lhe estava mostrando o retrato que havia feito anteriormente.- É muito bonito, mas não esta terminado certo?
- Não, não esta.
Sofya: E por que?
- Algo atrapalhou meu campo de visão. - Respondi simplesmente.
Sofya: Percebi.- Observou o desenho por um bom tempo e não voltou a falar.
Essa garota me deixou curioso, não parecia estar mal de nenhuma maneira.
- Desculpe te perguntar, se não quiser não responda, mas por que esta aqui?
Sofya: Oh isso. Tentei suicídio e meus pais me internaram aqui. - Respondeu enquanto levantava um de seus pulsos mostrando-me em feio corte nela, apesar do que dizia ela continuou vendo o desenho.- Você gosta dela? - Perguntou depois de uma pausa.
- Como?
Sofya: Você gosta da sua enfermeira? Bem, acho que é um pouco idiota perguntar, eu acho que sim, senão não poderia desenhá-la desta forma, inspira-me a pensar sobre o amor, não sei. - Disse com um sorriso.
Eu estava confuso com suas palavras.
Sofya: Estou errada? - Pergunta contrariada com a minha expressão.
- Eu não sei, realmente. Sinto que quero estar com ela sempre, ela é uma das poucas pessoas que me demonstra carinho e sinto o desejo de protegê-la o tempo todo. - Respondi.
Sofya: Então sim, gosta dela. O que custava dizer sim? - Disse com um suspiro.
- Como está certa disso?
Sofya: Já te disse, com seus desenhos é o único que me inspira a pensar, que sente algo muito forte por ela. Vi os outros que tem, são de uma boneca não?
- Aham. - Não entendia seu ponto.
Sofya: Pois também são lindos, mas não são como os da garota, neles tem sentimentos fortes e bonitos e com os da boneca são de tristeza e solidão, não sei se expliquei bem. - Disse devolvendo-me o caderno.-
- Pode dizer isso vendo desenhos?
Sofya: Bom... sim. É o que sinto ao vê-los. Não entendo porque se mostra confuso, você é o autor, deveria saber melhor que ninguém. - Voltou seu olhar ao meu caderno, na imagem de Bella sentada vendo seu livro.
Enfermeiro: Senhorita Plotnilova!- Escutamos um grito e ela virou para ver quem chamava.
Sofya: Devo ir. Foi um prazer lhe conhecer Josh, espero te ver logo. - Se despediu de mim enquanto se levantava e corria até o enfermeiro que a chamava.
Depois de um tempo escutei uns passos se aproximando de mim, peguei o caderno e o fechei.
Any: Está bem? - Perguntou com voz preocupada. - Você ficou muito tempo quieto.
- Sim Any, estou bem.
Any: Por um momento me preocupou. - Fez uma pausa para mudar seu semblante preocupado para um aliviado. - Vi que falava com uma garota. Fico feliz que converse com mais pessoas e ela parecia muito agradável. - Disse enquanto sorria, e diante seu gesto meu coração acelerou, era uma ação muito comum quando ela estava por perto, já estava acostumado com isso.- Bom, acho que é hora de entrar. - Disse enquanto parava e dessa vez ela estendia sua mão para mim.
Ela entrou de mãos dadas comigo, mais uma vez senti os olhares em cima de nós, mas ainda mais sobre ela. Levantei o rosto para ver o olhar das pessoas, olhavam com desaprovação, como se ela estivesse fazendo algo errado. Mas ela continuou a caminhar em silêncio.
Logo que chegamos ao escritório de Ron como no dia anterior ela tocou na porta, cumprimentou Ron e deixou-me com ele, mas antes de ir lembrou-me que almoçaríamos juntos como no dia anterior.
A perspectiva dessa promessa fez que a hora passasse voando.
Any logo veio me buscar e caminhamos para o refeitório onde sentou-se comigo e comemos juntos. De vez em quando ela me perguntava como foi a conversa com Ron, sabia que ela queria fazer com que eu falasse, mas era um pouco difícil fazê-lo.
Depois de almoçar ela me levou de novo ao jardim, mas repentinamente o dia estava nublado.
Any: Que pena, será melhor entrarmos antes que chova. - Disse enquanto voltamos para meu quarto.
Entramos e sentei na cama. Sem dar-me conta de que ela havia sentado comigo.
Any: Você gostou sair para o jardim? - Perguntou-me com alegria, ela sabia a resposta, mas eu acho que queria ouvir de mim.
- Muito. - Respondi com sinceridade.
Any: Por que não saia antes?
- Não tenho certeza, eu sei que há uma razão pela qual não queria sair, mas eu não me lembro. - Respondi, sempre me perguntavam isso não sabia o que dizer, só era a necessidade de permanecer aqui.
Ela não disse nada, só pegou a minha mão na dela e começou a acariciá-la com ternura.
O tempo passou e ambos seguíamos da mesma maneira, ela segurou minha mão de maneira tão carinhosa e ambos em silêncio. Mas eu não me incomodava permanecer assim com ela.
Sofya estava certa, eu gostava dela, muito. Eu a queria comigo sempre, ela era só para mim.
Ela era a minha bonequinha linda da qual eu queria com todo o meu coração.
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