⚡︎ Capítulo 4
ANY GABRIELLY
Aproveitei o dia para por meu quarto em ordem depois da bagunça que ficou com meu retorno da viagem. Organizei meu cantinho de costureira por último e até me distrai com a Cardigan da Taylor Swift que toca em meu fone.
Se passaram alguns dias desde meu último encontro com o vizinho pouco simpático e muito gostoso. Eu não o reencontrei desde a noite do pequeno acidente que eu mesma causei. Minhas pernas já estão melhores dos pequenos cortes e de qualquer tipo de queimadura, isso graças a pomada milagrosa de Josh.
Ouvi as batidas em minha porta e destranquei.
- Oi pai. - eu sorri e meu pai deixou um beijo em minha testa.
- O que você está fazendo? - ele perguntou adentrando meu quarto.
- Eu estava arrumando algumas coisas e tirando outras para jogar fora. - eu apontei o saco de lixo no canto do meu quarto.
- Que menina organizada. - meu pai falou bagunçando meus cachos.
- Uma vez na vida a gente tem que ser né. - eu murmurei apoiando as mãos no quadril. - O senhor quer algo?
- Senta aqui, filha. - ele se sentou na minha cama e me chamou batendo no espaço ao seu lado.
Eu fui e me sentei ao lado do meu pai, que me abraçou de lado.
- Você está me deixando curiosa. - eu falei quando ele manteve silêncio.
- Eu e sua mãe vamos nos mudar em breve. - noticiou.
- O que? - eu me levantei e parei na frente dele, com os braços cruzados abaixo dos seios.
- Sim, desde a nossa última viagem estávamos decidindo. - ele coçou a barba rala.
Eu estava boquiaberta.
- Para onde nós vamos agora? - perguntei suspirando.
- Eu e sua mãe vamos para o Japão. - ele disse e eu arregalei meu olhos.
- Você e minha mãe? E eu? Japão? - as perguntas saíram disparadas.
- Eu e sua mãe decidimos que você pode morar aqui, passaremos o apartamento para seu nome. - ele disse cauteloso. - Gostaríamos de levar você, mas você tem toda sua vida aqui e não queremos estragar isso.
Estática e sem reação. É dessa forma que estou.
Ouvi batidas e me virei encontrando minha mãe nos olhando da porta, mordendo o lábio nervosa. Mania que eu também tenho e puxei dela.
- Já contou? - minha mãe questionou.
- Eu ainda nem tenho vinte um anos. - eu fiz um bico que minha mãe veio desmanchar ao apertar minhas bochechas.
- Partiremos em algumas semanas, seu aniversário é daqui em pouco tempo, e confiamos em você. - minha mãe disse e acariciou meu rosto. - Você é mais responsável que nós dois juntos.
Eu choraminguei.
- Quem vai trazer besteiras da rua para mim? Quem vai ir comigo ao médico? Não estou pronta para sair debaixo das asas de vocês. - confessei.
- Oh neguinha, você vai ficar bem sem a gente. Lembra o intercâmbio para o Canadá? - eu assenti. - Você lidou muito bem e era bem mais imatura. - minha mãe me puxou para um abraço e meu pai se juntou a nós.
Eu os abracei como se eles fossem meu mundo inteiro, porque é exatamente isso o que eu sinto.
Meus pais são minha base e eu não sei como vou conseguir viver por tanto tempo sem eles.
- A gente vai vir constantemente ver você, porque também ainda temos negócios aqui, mas agora a filial de lá precisa de nós. - meu pai explicou.
- Eu vou sentir muito a falta de vocês, para quem eu vou correr quando a luz acabar? Ou num dia de tempestade? - eu derramei algumas lágrimas.
- Any, você é a garota mais corajosa que conheço. - minha mãe disse sorrindo e limpando minhas lágrimas.
Funguei e expirei forte.
- Eu vou ficar bem. - eu falei mais para mim mesma.
- Você vai, mas calma que ainda temos um tempo para passarmos juntos antes de irmos. - eu balancei a cabeça e voltei a abraça-los.
...
Após marcar um encontro na cafeteria, onde Joalin trabalha, com Sina, eu fui me arrumar. Vesti um vestido que eu mesma costurei e coloquei meus acessórios chamativos, minha bolsa Prada e meu tênis Nike, fui até o lugar marcado.
Ao entrar na cafeteria encontrei o meu vizinho loiro tomando um café e lendo um livro em uma das mesas. Eu parei em frente a ele, do lado oposto aonde ele está na mesa.
- Olá, obrigada por aquela pomada, foi milagrosa. - eu disse apertando a bolsa pendurada sobre meu ombro. O homem levantou o olhar para mim.
- De nada, Soares. - me chamou pelo sobrenome, com uma falsa simpatia.
Eu revirei os olhos. Ousei em puxar a cadeira a frente dele e me sentar.
- O que está fazendo? - ele questionou, enquanto eu ponho minha bolsa sobre a mesa.
- Me juntando a você, bobinho. - eu sorri apoiando meus cotovelos na mesa e meu queixo entre as mãos.
- Eu permiti? - ele franziu a testa.
- Eu não preciso da sua permissão, Beauchamp. - eu falei com um sorriso forçado.
Ele riu anasalado e voltou a ler.
Eu tentei olhar a capa, mas ele suspirou com irritação, fechou o livro com força e o pois sobre suas pernas debaixo da mesa.
- Por que você tem que ser tão incoveniente? - ele me questionou com uma grosseria estúpida.
- Por que você tem que ser tão chato? - eu questionei de volta e ele revirou os olhos.
- Eu sou chato? - ele questionou e um garçom colocou o pedido dele sobre a mesa.
- A senhorita vai querer algo? - o garçom perguntou para mim.
- Ela não... - Josh ia dizer por mim.
- Um milkshake de morango com calda de chocolate. - eu pedi educadamente e o garçom anotou, em seguida se retirou.
- Você disse que poderíamos ser amigos. - eu murmurei.
- Quando? Nos seus sonhos, né?! Eu disse que por mais que eu não falasse você continuaria falando, até por mim, e que eu preferia te matar a me tornar seu amigo. - ele relembrou.
- Ah, é mesmo! Você é um Psycho. - eu ri e roubei uma batata frita dele.
- Ei! - ele me encarou furioso.
- Any. - ouvi a voz de Sina e me virei na direção dela.
- Sina, senta aqui com a gente. - eu chamei e vi Josh respirar profundamente. - Josh essa é Sina, minha melhor amiga. E Sina... - ela me cortou.
- Esse é o vizinho gostoso. - ela disse com um sorriso enorme. Eu fiquei vermelha.
Josh me encarou curioso.
- Vizinho gostoso? - ele questionou com a testa franzida. - Você anda falando assim de mim para sua amiga?
Eu dei um beslicão em Sina pela vergonha que está me fazendo passar.
- Não é bem isso... - Sina me cortou de novo.
- É isso sim, ela está com uma paixonite secreta por você. - minha amiga me dedurou e eu a xinguei baixinho.
- Vou te matar, filha da puta. - eu sussurrei no ouvido dela.
Josh estava com os olhos arregalados, ele quase cuspiu o refrigerante que estava bebendo, quando começou a rir.
Eu apreciei isso por alguns instantes, antes de lembrar que minha amiga estava me envergonhando.
- Mas me diz aí, Josh, como está sendo morar lá na casa do velho Beauchamp? Eu conheci seu avô, ele era um cara muito agradável. - disse Sina como se tivesse intimidade.
Eu era doida, mas Sina é triplicadamente mais doida que eu.
- É uma boa casa, meu avô era realmente agradável, extremamente sociável. - Josh disse sendo até um pouco simpático.
- Você já não é tanto né? - Sina falou tombando a cabeça para o lado.
Eu chutei canela dela.
- Ai porra. - ela chiou para mim.
- Melhor irmos para outra mesa. - falei querendo sumir do planeta.
- Acho ótimo. - Josh disse com um sorriso falso.
- Não, Josh parece um cara legal, vamos conhecer mais seu vizinho. - ela disse me beliscando.
Eu olhei para Josh e Josh para mim. Ambos querendo fugir daqui.
Eu procurei assunto e encontrei. Não é?
Sina começou a puxar assunto explanando meus podres e fazendo perguntas incovenientes para Josh.
- Você é casado?
- Não. - Josh perguntou e ele já estava no auge da exaustão.
- Gosta de menina mais novas, tipo do estilo da minha amiga? - eu chutei Sina novamente.
Josh tinha um olhar avaliativo sobre mim.
Ele não respondeu.
- Eu tenho que ir agora. - ele falou se levantando e deixando algumas notas sobre a mesa. - Isso deve pagar o lanche de vocês também.
Josh saiu rápido e Sina me encarou com uma ruga de confusão.
- Vamos embora também, não posso te matar em público. - eu falei entredentes e a loira me lançou um sorriso amarelo.
To be continued???
Sina sendo icônica e a maior fã deles nessa fic era tudo o que precisávamos.
Nossa cúpido.
Inspiração para o quarto da Any:
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