Capítulo não recomendado para pessoas sensíveis. Descrição explícita de cena de assassinato

15/10/2017

Mina estava sentada em um banco no pátio central da escola, aguardando ansiosamente a chegada de Yoo Jeongyeon, a garota na qual estava observando há cerca de cinco meses.

Jeongyeon era líder do time de futebol feminino do colégio, todos tinham inveja dela por ser bonita e ter vários amigos, o que também não escapava das observações de Myoui, que se encantou por Yoo desde o primeiro dia em que colocou os pés na escola.

━━ Oi, Mina. O que está fazendo aqui tão tarde? — perguntou Jeongyeon se aproximando da garota.

━━ Eu estava te esperando, trouxe salada para você. Tem todos os nutrientes que você precisa — sorriu — Seu jogo é amanhã, você precisa estar bem alimentada e saudável.

━━ Ah, entendi — riu pegando o pote da comida em suas mãos, achando estranho a atitude de Mina — Muito obrigada pela refeição, eu agradeço.

━━ Coma tudo, ouviu? — ordenou, sorrindo — Qualquer coisa é só me chamar.

Jeongyeon acenou para Mina e seguiu seu caminho para o ponto de ônibus. Myoui seguia cada um de seus passos, sem que a colega percebesse. Quando o ônibus parou, Mina subiu discretamente sem que Yoo Jeongyeon a avistasse, se sentou em um dos últimos bancos e ao chegar no ponto onde Jeong descia, também se tratou de descer do ônibus.

A garota entrou em sua casa e Mina ficou do lado de fora, pensando no que faria para observar Jeongyeon. Foi quando teve a brilhante ideia de escalar o muro da casa e se pendurar na árvore do lado da janela. Mina ficou um bom tempo observando, até que quando Jeongyeon se aproximou da janela para fecha-la, avistou Mina.

━━ O que você pensa que está fazendo aí?! — perguntou em um misto de surpresa e raiva — Você estava me espionando?

Mina apenas sorriu sem nada responder e a encarou fixamente.

━━ Saia daí agora! Posso chamar a polícia para você! — exclamou irritada, mantendo explícita sua reação negativa — Se você se aproximar de mim novamente eu entrarei na justiça com uma medida protetiva.

Naquele dia, Myoui foi embora e nunca mais viu Jeongyeon na escola. Com um tempo, soube que a garota havia se mudado, e ficou um bom tempo chateada por ter perdido sua obsessão.

DIAS ATUAIS

━━ Eu estava te esperando! — exclamou Mina ao ver Chaeyoung do lado de fora do apartamento.

━━ Me desculpe a demora — riu em tom de bom humor — Você limpou a bagunça que fez? Sei que pode parecer difícil trabalhar e manter a casa limpa ao mesmo tempo.

━━  Ah, sim, eu limpei — disse calmamente tentando desviar de assunto — Vou te levar em um lugar especial hoje.

━━ Onde?

━━ Rio Han.

━━  Vamos no parque do rio Han? — perguntou curiosa.

━━  Não. Nós vamos ver o rio Han.

UM TEMPO DEPOIS

A noite era fria, assim como nos outros dias. Por alí, as pessoas passavam pela ponte que atravessava o rio tanto de carro quando de bicicleta, ou até mesmo apé. Em lugares como aquele, era quase que inevitável não pensar em algum evento trágico, como a ponte se quebrar ao meio ou um pensamento intrusivo deixar alguém se jogar.

Mina e Chaeyoung estavam em completo silêncio há mais de cinco minutos desde que chegaram. Para acabar com aquele silêncio, Myoui resolveu se empoleirar nas ferragens da ponte e se sentar há um passo da morte, o que assustou Chaeyoung.

━━ Você está doida? — esbravejou Son irritada — Não tem medo de morrer?

━━ Não. E você também não deveria ter — disse Mina sorrindo pacificamente — Sobe aqui, vem sentir o vento.

Chaeyoung negou várias vezes até se dar por vencida e subir no lugar, vendo a correnteza violenta do rio se mover abaixo de si mesma, junto do barulho de carros buzinando para elas saírem do lugar perigoso.

As duas ficaram cerca de dez minutos em completo silêncio, apenas observando a paisagem e o movimento da cidade naquele dia. Foi então que Chaeyoung olhou para Mina e acariciou seus cabelos, sorrindo.

━━ Acho que posso confiar em você mais do que em mim mesma — disse sincera — Estamos aqui há mais de dez minutos e você ainda não me empurrou.

━━ Eu tenho motivos para fazer isso — confessou a olhando nos olhos — Mas eu estou apaixonada por você, não posso te deixar ir sem o peso disso em minha consciência. Quando eu ver você morrer, também irei partir junto de você.

━━ O que você viu em mim? — perguntou Chaeyoung, curiosa com a atitude da garota — Dinheiro?

━━ Vi em você o oposto do que vi em sua irmã — respondeu estalando os dedos e balançando os próprios pés — Você é boa demais para mim, mas eu quero que você seja minha mesmo assim. Porque eu sou egoísta pelo seu amor.

Chaeyoung olha para Mina surpresa com a possessividade da garota. Ela sorriu, deixando estampado o brilho em seus olhos ao ouvir a fala de Mina. Son pega a mão de Mina e entrelaça na dela, encostando a cabeça em seu ombro.

━━ Eu quero que você seja minha, não importa se sejamos apenas ficantes, namoradas ou coisa do tipo, só quero estar perto de você — disse a mais nova olhando intensamente para Myoui — Eu gosto de você e meu coração não quer parar de acelerar desde o primeiro momento em que te vi, me sinto completa ao seu lado de alguma forma que nunca senti antes.

DOIS DIAS DEPOIS

Dois dias se passaram depois daquilo. Mina não apareceu no trabalho e não deu sinal de vida, o que fez Chaeyoung concluir que Myoui estava fugindo dela ou coisa do tipo.

A verdade é que Mina não podia aparecer no trabalho pois estava com cheiro de órgãos em decomposição, cheiro esse que não iria sair enquanto ela não tirasse os restos mortais de Dahyun de sua casa. O real motivo, era que Mina queria se afastar de Chaeyoung para fazer com que ela sentisse sua falta, falta o suficiente para correr até seus braços quando Mina desse um sinal de vida.

A japonesa estava disposta a consertar as coisas com Chaeyoung e pedir ela em namoro, então ligou para Son para resolverem as indiferenças que ficaram naquela noite.

━━ Alô?

━━ Ei, Chaeyoung. É a Mina. Estava doente e não pude ir ao trabalho, peço perdão por isso.

━━ Pensei que estava me evitando — silêncio — Você foi embora correndo naquele dia.

E mais silêncio.

━━ Eu estava nervosa, não sabia como reagir — disse sincera — Você pode vir aqui em casa hoje? Posso preparar um jantar para você. Você já tem meu endereço.

━━ Ok.

A chamada foi desligada e Mina logo começou a limpar seu apartamento. O lugar estava imundo e fedia carne podre. Havia poeira e roupas jogadas por todos os lados, além de muitas baratas e comida vencida nos balcões da cozinha.

Mina limpou toda a bagunça e abriu a geladeira, onde viu o corpo sem vida de Dahyun picado em alguns pedaços. Analisou a situação e logo o jogou no chão, usando um facão para separar a carne dos ossos.

Quando terminou, colocou a prova do crime em enormes sacos plásticos pretos e os amarrou, desceu ao térreo do prédio e passou pela parte de trás, onde havia um matagal. Myoui jogou os dois sacos plásticos no brejo que havia alí, voltou para casa e limpou o sangue que havia soltado de Dahyun. Ainda havia alguns resquícios pelos cantos, mas Mina não conseguiria limpar cem por cento do lugar.

Nenhum crime é perfeito.

Ao olhar para a mesa, avistou o pedaço de carne humana junto de uma parte do coração de Dahyun e sorriu. Mina pegou seus temperos de cozinha e temperou bem a carne, colocando para assar no forno.  Junto disso, a japonesa fez uma salada e arroz com algas, deixou tudo preparado e aromatizou bem o apartamento para que Chaeyoung não percebesse o cheiro ruim que alí havia.

Ao tomar um banho rápido e finalmente ficar pronta, Mina se sentou para esperar Son Chaeyoung, que não demorou muito para bater na porta.

━━ Oi — disse Chaeyoung tímida entrando — Eu quase não vim hoje. Você deve ter ficado sabendo que a Dahyun está desaparecida, estou preocupada.

━━ Não pense na Dahyun hoje — diz Mina massageando os ombros de Chaeyoung — Hoje eu quero te ajudar a esquecer seus problemas, é por isso que fiz um jantar especial para você.

Só avisando que a parte escrita em itálico é um flashback, hehe. Peço perdão pela demora kkk mas é isso, falta só três capítulos para terminar ou talvez 5, vou ver.

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