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Capítulo 8

O caos recaiu sobre os irmãos Beauchamp na segunda-feira e o motivo nem foi meu jantar - que não passou disso - com Any. Os problemas começaram quando Sina e eu descobrimos que não me atentei a um detalhe do convite de casamento dela.

Sina: Não acredito nisso!

- Como eu ia saber que você queria todos de branco no seu casamento? É exclusividade da noiva! - Ela tinha ido me buscar no hotel, para irmos até a praia e no meu quarto viu minhas roupas escuras para o grande dia dela.

Sina: Era só você ler o convite, gênio.

- Li, mas devo ter ignorado as letras pequenas, poderia ter reforçado isso por mensagem.

Sina: Caralho, Josh, como você é desligado.

- Perdão, vamos cancelar a praia e ir atrás de uma roupa decente para mim, dentro da cor, que tal?

Ela ia me xingar, eu sabia, mas foi distraída por seu celular tocando. Saiu do quarto para atender no corredor e quando voltou estava mais furiosa, fui logo me defendendo.

- Vou encontrar a roupa, prometo.

Sina: O problema não é mais esse. 

- O que rolou?

Sina: A florista que tem minha encomenda tá com um problema, vou ter que ir lá resolver isso. - Pegou a bolsa dela que estava sobre a cama do quarto. - Resolve a história da roupa, tá? Preciso cuidar disso agora.

- Quer que eu te ajude? Posso ver a roupa depois. 

Sina: Não, Priscila está de folga e vai comigo, ela conhece a florista.

Ela se despediu e saiu do quarto, peguei meu celular e procurei pelo endereço de uma loja de ternos na cidade. Quando encontrei uma que parecia boa peguei minha carteira e deixei o quarto também, estava na recepção do hotel pedindo por um Uber sem obter muito sucesso - quando Any apareceu com Mary, vindo do refeitório do hotel, a dona do lugar acenou para mim e a Soares foi até minha direção.

Mais uma vez, estava com seus all star, mas naquela manhã usava uma calça jeans e uma camiseta branca com estampa de gatinhos.

Any: Oi, esperando sua irmã para ir até a praia? - Perguntou, fiz uma careta e contei tudo que tava rolando. - Ai que merda. - Falou. - Eu gostaria de ir ajudar ela, mas combinei de encontrar uns amigos em São Francisco, não posso furar com eles, está marcado desde o começo do ano. Vim aqui rápido só falar com Mary...Ei! - Exclamou e sorriu. - Pode vir comigo até São Francisco para comprar o que precisa lá, tem mais opções e podemos curtir um pouquinho a cidade depois. E vai adorar meus amigos, Pepe e Sabina, eles se hospedaram aqui na cidade uns anos atrás, fiquei próxima deles e estamos sempre em contato, foram para um aniversário em São Francisco e depois do almoço eles voam de volta para a casa deles no Japão.

- Longe! - Ela assentiu.

Any: Por isso não posso cancelar com eles. Vem comigo?

- Não sei...

Any: Josh, vamos logo! - Segurou minha mão e me vi seguindo com ela, não conseguia resistir.

••••

O almoço com os amigos de Any foi ótimo, depois que nos despedimos deles fomos atrás das minhas roupas para o casamento e achei uma boa logo na primeira loja. Isso nos deu tempo para aproveitar um pouco São Francisco, a última vez que pisei naquela cidade tinha uns nove anos de idade e fomos assistir a uma apresentação do meu pai, sendo assim mal me lembrava do lugar, a Soares conhecia tudo muito bem e aproveitamos até o meio da noite, quando decidimos que era hora de voltar para Santa Cruz.

Ela me deixou dirigir de volta, querendo descansar um pouco. Nós ligamos o rádio, abrimos as janelas e seguimos caminho, cantando, conversando e rindo, o vento bagunçando nossos cabelos.

Any: Você fuma?- Perguntou.

- Maconha?

Any: Qualquer coisa.

- Não curto.

Any: Pena.

- Você fuma? - Ela riu e negou.

Any: Não, mas ganhei charutos de um hóspede e acho que seria divertido experimentar. O que acha?

Não precisei de muito tempo para pensar, concordei logo depois dela propor. Não curtia fumar, mas tinha sido um dia tão bom, conhecendo pessoas e lugares novos, dirigindo na máxima velocidade que o carro dela permitia, um charuto não faria mal a ninguém e poderia ser mais divertido.

Parei o carro no acostamento, Any pegou a caixa de charutos em sua mochila e uma lanterna no porta luvas. Deixamos o rádio ligado, trocamos de lugar, indo para a caçamba da caminhonete, sentando na manta que a garota tinha lá atrás.

Acendemos um dos charutos, a caixa tinha seis e um acendedor próprio, e começamos a fumar, sob as estrelas do céu de verão. Any engasgou, eu ri dela e acabei me engasgando também, mas continuamos a fumar, observando a estrada silenciosa e que parecia infinita.

Any: Qual super poder gostaria de ter? - Perguntou para mim.

- Voar e você?

Any: O mesmo! - Gritou animada.

- Está falando sério?

Any: Estou sim, deve ser uma sensação tão boa de liberdade, poder ir para qualquer lugar. - Me entregou o charuto e abriu seus braços. - Eu reproduziria aquela cena da caminhonete de As Vantagens de Ser Invisível, mas tenho medo de cair.

- Não, sem isso. - Neguei na hora, pensando que poderia acabar como um acidente e não queria Any machucada, não conseguiria lidar com algo assim. - Qual sua estação favorita? - Perguntei mudando de assunto.

Any: Outono. Você?

- Inverno.

Any: Por quê?

- Porque é quando tem o Natal, o Ano Novo, é a época mais legal. Apesar de ser bem corrida no meu trabalho. Por que Outono? - Deu de ombros.

Any: Gosto do clima.

Assenti e fumei mais um pouco, ela me pegou de surpresa tirando uma foto minha em seu celular. Depois, acabei me movendo e ficando ao lado dela, não mais à sua frente e tiramos uma foto juntos, fazendo caretas para o charuto.

- Essa sua caminhonete é legal. - Comentei. - Às vezes penso em comprar um carro, mas em New York seria bem caótico.

Any: Você gosta da cidade?

- Amo New York, é uma cidade muito viva, mas não sei se aproveito como deveria. Estou sempre muito ocupado com o balé, mal tenho tempo para qualquer outra coisa.

Any: Quando vai embora? - Indagou, seus olhos castanhos pareciam tristes naquele instante.

- No dia primeiro, tenho ensaio para a próxima temporada logo no dia dois.

Any: Entendi. - Ela que estava na posse do charuto me devolveu ele. - Tem muito tempo que está solteiro?

Pigarreei, meio constrangido, mas respondi:

- Faz uns cinco anos.

Any ficou chocada com aquela informação.

Any: Jura?

- Sim.

Any: Mas, desde...

- Saí com algumas garotas, não muitas, mas foram apenas alguns encontros, nada duradouro.

Any: E por que terminou com essa última namorada?

- Precisava focar no balé. Todos meus três namoros, um no colégio com Clara e os dois durante meu tempo em Juilliard, tinham terminado pelo mesmo motivo. E você?

Any: Não danço balé. - Brincou.

- Você entendeu. - Cutuquei seu braço.

Any: Terminei um namoro no ano passado, ele estava começando a falar sobre casamento e fiquei mega assustada.

- Estavam juntos há quanto tempo?

Any: Uns seis meses, era um cara legal, mas não queria casar com ele e me achava muito inferior a Stefan. Ele é um jornalista na cidade, inteligente demais para mim, enfim, arranjou outra, uma advogada e estão noivos, eu não era mesmo a pessoa ideal. 

- Você é inteligente. - Any bufou.

Any: Não sou inteligente, Beauchamp.

- Discordo.

Any: Você é chato! - Cutucou meu braço de volta. - Conta quando e como foi sua primeira vez - Exigiu e senti minhas bochechas esquentarem de vergonha. - Que fofo todo vermelho, agora conta.

- Você adora constranger os outros, né? Quinze anos, foi estranho, ponto final.

Any: Quero mais detalhes, como ela se chamava? Rolou na sua casa?

- Você não precisa saber detalhes.

Any: Estou curiosa!

- Clara, rolou na casa dela, era minha namorada da época do colégio. Foi estranho porque não sabíamos o que estávamos fazendo direito. Detalhes suficientes?

Any: Ok, suficiente para mim.

- E a sua?

Any: Bem aqui nessa caminhonete, aos dezesseis, com um colega de escola depois de um jogo de futebol americano, ele se chamava Louis.

- Espera, na caminhonete? - Gesticulei ao redor, ainda sem acreditar.

Any: Isso mesmo. - Apagou o charuto no cinzeiro que vinha junto ao kit. - Minha casa era minúscula e a dele também, sobrou fazer aqui, mas não se preocupa que não foi em cima dessa manta. — Aquilo me fez rir. - E foi bem rápido. - Tive de rir mais, ela também me acompanhou na risada.

Entretanto, as risadas foram cortadas quando começou a tocar Escape (The Pina Colada Song) no rádio, adorava aquela música do final dos anos 70. A letra envolvia traição, de certa forma, mas o ritmo era divertido pra caramba.

Quando me dei conta, estava em pé na caçamba da caminhonete cantando a canção. Any me olhou incrédula, até que se levantou também e meio que começamos a dançar ali em cima enquanto cantávamos juntos.

- If you like making love at midnight. In the dunes on the cape. Then I'm the love that you've looked for. Write to me and escape.

Versos depois, quando a canção acabou e deu lugar a outra não tão animada, acabei com Any entre meus braços. O rosto dela estava repousado contra meu peito, minhas mãos afagavam suas costas, meu rosto encontrou lugar nos cabelos dela, a outra música, que nem reconheci, tinha um ritmo lento e ficamos só nos embalando nos braços um do outro.

- Vou sentir sua falta - Murmurei, Any me abraçou com mais força, mas não disse nada. - Posso te contar um segredo? - perguntei, pensando no meu livro. Ela ficou tensa sob meus brraços, entretanto respondeu uma afirmativa em um tom de voz baixo e eu contei. - Já escrevi e publiquei um livro.

Any se afastou, estávamos iluminados apenas pelas estrelas e a lua, mas consegui ver temor brincar em seus olhos.

- Tudo bem? - Perguntei afagando o rosto macio dela.

Any: Tudo. - Forçou um sorriso. - Mas... - Ela desfez nosso abraço. - Você tem um livro? Sina nunca me contou.

- Ela não sabe, ninguém sabe. Minha mãe, Sina e eu... Ficamos distantes. E não tenho amigos próximos, são mais colegas de balé, ninguém que eu confiaria um segredo desses. Publiquei de forma independente, há dois meses, sob um pseudônimo. Jude como a música dos Beatles e o sobrenome Winter, porque inverno é mesmo minha estação favorita.

Any: Como se chama? O livro. - Se abraçou, ainda era uma noite de verão, mas talvez Any estivesse com frio, infelizmente eu não tinha uma jaqueta comigo para aquecê-la.

- O Mistério das Sapatilhas, é um romance policial. - Any assentiu, voltando a sentar, também sentei ali junto dela e continuei a contar. - Ficou uma merda, tive muitas críticas negativas e isso acabou me assustando, não escrevo nada desde então e não pretendo mais.

Any: As críticas acabaram com seu sonho? - Questionou, olhos focados na caixa de charutos.

- Sim, teve gente que gostou, mas... Uma leitora, que tem Instagram voltado para literatura, me marcou bastante com as palavras dela, chamou o livro de superficial. E me sinto assim, não sou bom em nada, não tenho profundidade, tudo que faço é razoável, nada excelente. Sei lá, não vale a pena insistir, não sou bom nisso.

Por fim, ela voltou a me olhar, estava com lágrimas tomando seu rosto.

- Ei, você está chorando?

Any: Não desista do seu sonho, Josh.

- Eu...

Any: Não desiste. - Segurou minhas mãos entre as suas. - Não deixe que pessoas idiotas, provavelmente amarguradas demais com as vidas delas, acabem com seu sonho. Volta a escrever, publica um novo livro. Promete que não vai desistir?

- Você quer ler o livro? Está disponível... 

Any: Josh, promete? - Me interrompeu.

- Eu não sei.

Any: Pensa sobre. Vamos embora? Amanhã trabalho, preciso dormir.

Any estava incomodada com algo, provavelmente pensando em seus próprios sonhos, então não forcei a barra. Arrumamos tudo e voltamos para dentro da caminhonete, com ela dirigindo, janelas fechadas e rádio desligado.

Não falamos muito no resto do caminho, ela me deixou no hotel e seguiu após dar boa noite. Depois de um banho e colocar roupas limpas, me joguei na cama, abrindo o aplicativo do Kindle no celular e relendo alguns trechos do meu livro.

Quando me dei conta, já se passava das quatro da manhã e eu tinha lido 50% do livro. E percebi como gostava dele, apesar das falhas presentes na obra e dos medos que a recepção negativa de uns me custou.

Fechei o livro e mandei uma mensagem para Any torcendo para não acordá-la, mas querendo lhe informar da minha decisão.

Josh: Vou voltar a escrever.

Também abri o Instagram, desbloqueei Penny e lhe enviei uma mensagem.

Jude: Pretendo voltar a escrever, espero que o próximo livro não seja superficial e que você dê uma segunda chance para minha escrita.

Para minha surpresa, ela respondeu na hora.

Penny: Qual será o tema?

Eu não sabia, mas descobriria. Um tema que conseguisse explorar, algo que fizesse as pessoas ficarem ansiosas pelo próximo capítulo.

Jude: Ainda não sei, mas quando souber vou te deixar saber também.

Penny: Desculpa se peguei passado com o que falei sobre o outro livro, vi que você me bloqueou depois da resenha.

Jude: Tudo bem, acho que fui muito sensível por ser meu primeiro livro. Talvez crie uma casca grossa para as negativas no próximo.

Penny: Você é bom.

Três palavras, que poderiam ter um significado pequeno para ela, mas que permaneceram em meus pensamentos pelo resto da madrugada. Eu era bom? Tinha deixado minha irmã sozinha, não era atitude de uma pessoa boa.

Eu me considerava alguém terrível.

••••

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