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📍 SEUL.

ㅤㅤㅤㅤEU SEMPRE FIQUEI IMPRESSIONADA com a teimosia de Jun-ho. Esse defeito o rodeava desde que eu o conheço por gente. O homem sempre conseguia me convencer a fazer as maiores loucuras já vistas por causa dela. E uma delas foi entrar de corpo e alma em um caso sem solução.

Anos atrás, quando ainda trabalhávamos juntos, Jun-ho desapareceu por alguns dias. Ninguém sabia do paradeiro do homem e muito menos conseguia fazer contato, até que um pescador ligou para a emergência e o encontramos baleado.

Quando o homem finalmente conseguiu recuperar sua consciência, os mais profundos absurdos saíram da sua boca. E entre eles estava uma ilha.

Nenhum policial acreditou em suas histórias, principalmente após o médico dizer que poderiam ser apenas alucinações.

Mas aquilo me deixou com uma pulga atrás da orelha por semanas.

Por mais que as histórias a quais Jun-ho contavam pareciam completamente irreais, não fazia sentido algum o homem mentir. Principalmente mentir falando que ele mesmo estava lá.

Dois anos haviam se passado desde aquele incidente. Nunca pensei que ouviria Jun-ho falar sobre aquilo novamente.

Mas agora, depois de tanto tempo, ouvir Jun-ho trazer esse assunto a tona, fez uma sensação estranha tomar conta do meu ser. Como se o passado e o presente se entrelaçassem em uma linha confusa de pensamentos e incertezas.

━━━ Você está falando sobre a ilha? ━━ Indaguei já sabendo da resposta. O olhar do homem era sério. O tirou uma chave de seu bolso e abriu a porta do motel.

━━━ Eu preciso da sua ajuda So-hee. ━━ Suas palavras saíram com seriedade enquanto entrávamos no motel.

[...]

Não pude impedir que uma expressão surpresa tomasse conta da minha face assim que entramos em um dos quartos do motel.

━━━ Meu Deus... ━━ Um pequeno sussurro escapou de meus lábios enquanto eu observava o enorme artesanal de armas. Meus dedos passaram levemente por uma das armas expostas em cima da mesa. Peguei a mesma em minhas mãos e a analisei.

━━━ Armas ilegais... ━━ Uma breve risada escapou dos meus lábios. ━━ Cansou de ser o policial bonzinho? Comprou no mercado ilegal não foi?

━━━ Elas não são minhas. ━━ Respondeu enquanto eu ainda analisava a pistola que estava em minhas mãos. Apontei a mesma para a parede e dei um pequeno sorriso de satisfação. ━━ São de um amigo...

Me virei rapidamente até uma abertura no cômodo, apontando para a entrada assim que um barulho de um tiro invadiu meus ouvidos.

Vendo que não parecia nada grave, me atrevi a aproximar da abertura e espiar o outro lado.

Alguns homens estavam treinando a pontaria. Pela estatura deles eu ousava dizer que eram militares.

━━━ São nossos homens. ━━ Olhei para Jun-ho e abaixei minha pistola. ━━ Eles são uma ex tropa de elite. ━━ Meu olhar foi direcionado para eles novamente. Suspirei.

━━━ Porque sinto que você quer falar alguma coisa pra mim? ━━ Indaguei me virando para Jun-ho que me olhava seriamente.

[...]

Durante anos fazendo loucuras para manter meu emprego na polícia e capturar bandidos, nunca pensei que entraria em um plano como esses.

Jun-ho não havia achado a ilha. Ele havia conseguido uma entrada direta para os jogos. Entrada a qual parecia impossível a anos atrás.

O plano parecia promissor, tenho que admitir.

━━━ Ok, deixa eu ver se eu entendi. ━━ Comecei enquanto me confortava na poltrona. ━━ Esse tal de Gi-hun ganhou esse jogo a anos atrás. E agora ele vai voltar para lá? ━━ O homem afirmou. ━━ E você junto com aquela tropa de elite vão tentar achar essa ilha.

━━━ Isso.

━━━ Ele não sabe que seu irmão está lá, não é? ━━ O homem afirmou. ━━ Por isso você precisa que eu entre...

━━━ O Gi-hun quer matar os responsáveis pelo jogo. Eu não posso deixar ele matar meu irmão.

Aquilo parecia loucura. E definitivamente era. Mas eu não tinha nada a perder.

━━━ Eu entro. ━━ Falei determinada. ━━ Eu acho seu irmão pra você.