𝟎𝟏𝟕⠀'⠀⠀ 𝗡𝗔𝗢 𝗘 𝗖𝗨𝗟𝗣𝗔 𝗦𝗨𝗔.
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ㅤㅤㅤㅤ MEU CHORO ECOAVA BAIXINHO pelo dormitório silencioso. Já era a hora de dormir, mas o sono parecia impossível para mim.
A dor do meu abdômen ainda persistia, cada vez mais forte. Latejando a cada respiração ou movimento que eu dava.
━━━ So-hee... ━━ A voz doce e fraca da senhora soou ao meu lado. Ela se aproximou devagar, sentou-se ao meu lado e acariciou meus cabelos com cuidado. Quando a olhei, um sorriso fraco e trêmulo estava em seus lábios. ━━ Vem... ━━ Disse dando leves batidinhas em suas pernas.
Hesitante e com dor, deitei minha cabeça em seu colo. Seus dedos continuaram afagando meus cabelos com pesar enquanto os soluços escapavam dos meus lábios sem controle.
━━━ Eu devia ter estado lá... Me desculpa... ━━ Murmurei, quase sem voz. Ela balançou a cabeça com ternura, rejeitando a minha culpa.
━━━ Você precisa parar de pedir desculpas, So-hee... Você é uma mulher maravilhosa. Você cuida das pessoas como se fossem da sua própria família. Mas... Você não pode salvar todo mundo. ━━ Sussurrou baixinho, como quem tentava curar uma ferida que não podia ser vista.
━━━ Mas eu podia... Eu realmente podia ter salvado todo mundo. ━━ Falei com a culpa me corroendo por dentro. ━━ Mas eu estava com medo... Medo de estragar tudo, de decepcionar quem está contando comigo lá fora. ━━ As lágrimas escorriam descontroladamente.
A imagem de Jun-ho me atravessou como uma faca. O plano dele de rever o irmão... A esperança em seus olhos... Fez meu coração apertar cada vez mais.
━━━ Merda... ━━ Gemi baixinho enquanto levava a mão até meu abdômen. A dor era quase insuportável. A senhora me olhou preocupada.
━━━ Sabe… você foi o mais perto que eu tive de uma filha. ━━ Ela disse, com a voz embargada, tentando conter as próprias lágrimas. ━━ Você é forte, So-hee. A mulher mais forte que eu já conheci…
Me levantei um pouco e a encarei, os olhos inchados, vermelhos. Ela secou minhas lágrimas com os dedos trêmulos e com um pequeno sorriso nos lábios.
━━━ Você não pode desistir… Tá bom..? ━━ Sua voz saiu fraca, quase em tom de súplica. ━━ Eu pedi pro Gi-hun cuidar da Jun-hee e da filha dela. Eles vão dar um jeito. Mas você... Você precisa continuar. Precisa ficar bem. Viva. ━━ Me olhou nos olhos, como uma mãe preocupada. ━━ Por favor, me promete isso...
Afirmei com a cabeça, enquanto as lágrimas ainda caíam. Ela me deu um beijo suave na testa. Coisa a qual foi o suficiente para eu desmoronar de vez.
Fazia tanto tempo que eu não me sentia acolhida assim… Nem mesmo meus pais me deram esse tipo de consolo algum dia.
A abracei com força, como se não quisesse soltá-la nunca mais.
━━━ Você é uma mulher espetacular… ━━ Sussurrei, entre as lágrimas. ━━ Mesmo com tudo isso acontecendo, eu amei conhecer a senhora… ━━ Sorri fraco, enquanto enxugava as lágrimas que escorriam dos olhos dela. ━━ Eu prometo hum? Vamos sair daqui juntas.
[...]
Naquela manhã, a senhora morreu.
A mulher foi encontrada morta com um lençol enrolado em seu próprio pescoço. Uma cena que eu nunca vou esquecer em toda a minha vida.
Desde muito cedo, eu aprendi o quão injusta a vida poderia ser. Pessoas boas morrem enquanto as ruins seguem respirando, vivendo suas vidas medíocres como se nada de errado tivesse acontecido.
Ninguém nos prepara para o pior. Não há um manual de sobrevivência para colapsos mentais e dores incuráveis.
A dor do luto era a pior.
Mas acho que naquela situação, o arrependimento e a culpa ganharam.
A mulher que um dia teve os olhos tão ternos não suportou o peso da culpa de ter tirado a vida do próprio filho. Como alguém poderia julgá-la?
Ela era mãe. E seu filho? Era
tudo para ela.
A dor que aquela cena me causou foi tão insuportável que me paralisou. Eu não conseguia me mexer. Queria chorar, gritar, mas não conseguia fazer nada a não ser olhar para a mulher sendo colocada na enorme caixa preta.
Senti um alívio repentino assim que a caixa foi fechada. Por mais que a tristeza me raspasse por dentro, eu me senti aliviada por saber que ela havia partido por conta própria. Não como os outros, de uma forma brutal e impiedosa.
Ela havia decidido seu próprio
futuro… Seu próprio fim.
Meu olhar se direcionou para Gi-hun. Dessa vez, seu olhar não estava frio. Invés disso, sua expressão estava transbordando tristeza. Impotência…
━━━ O quinto jogo começará em breve. Porfavor sigam as instruções da equipe e dirijam-se até a arena de jogos. ━━ A voz robótica interrompeu nosso luto como se tivesse o direito de fazer tal coisa. Como se nossa dor não significasse nada.
[...]
Subíamos as escadas atentamente. A música clássica ecoava pelo lugar. Sua melodia suave parecia zombar das nossas dores. Eu caminhava com dificuldade, pressionando o abdômen com a mão.
De vez em quando, meus olhos se encontravam com algumas das câmeras espalhadas. Eu sabia que eles estavam nos observando.
Aqueles vermes da elite devem estar rindo de nós. Do nosso sofrimento… Como se fôssemos um número de um grande espetáculo.
━━━ Quando eu era policial… ━━ Murmurei com a voz falha, caminhando ao lado de Jun-hee e Gi-hun. ━━ Eu desconfiava de todos. Sempre acreditei que ninguém era santo… Que todos tinham um nível de ruindade no coração. Mas isso… Isso ultrapassa qualquer linha. Isso é monstruoso! Eles estão se divertindo com a morte. Transformaram a agonia das pessoas em entretenimento. ━━ Respirei com dificuldade. ━━ Nem os piores psicopatas que eu já prendi foram tão podres quanto essas pessoas. ━━ Admiti, tentando suportar a dor do meu ferimento.
[...]
A arena de jogos era a cópia perfeita do inferno. Havia uma única plataforma no centro, uma ponte estreita que parecia te chamar para os confins do diabo.
Havia também duas crianças gigantescas que seguravam uma enorme corda nas mãos. Um arrepio percorreu minha espinha, xinguei baixinho sentindo minhas mãos tremerem. O desespero tomou conta do meu coração.
Como eu iria atravessar essa merda?
━━━ Jogadores, sejam bem-vindos ao quinto jogo. ━━ A voz robótica se fez presente novamente. ━━ Vamos começar, o jogo de novo é pular corda! Vocês terão que passar pela plataforma e chegar ao outro lado em no máximo vinte minutos para passar de fase. A ordem dos jogadores ficam a seus critérios.
A corda começou a girar. Lenta no início, mas depois firme. Seu movimento cortava o ar com um som ameaçador. O vento que a corda gerava, roçou meu rosto como um aviso sombrio.
Ao meu redor, os jogadores murmuravam, tentando decidir quem seria o primeiro a arriscar sua vida. Seus murmúrios foram interrompidos por mais uma música infantil. Fazendo com que o silêncio se instalasse novamente.
━━━ Ei, sentem alí… ━━ Gi-hun nos instruiu para um banco. Apertei mais o moletom contra minha ferida, gemendo. ━━ Vamos jogar juntos. Eu vou ajudar vocês.
━━━ E a minha bebê…? ━━ Jun-hee perguntou com a preocupação estampada na voz.
━━━ O jogo acaba em vinte minutos, dá pra deixar ela aqui. E depois a gente vem buscar…
━━━ Todos os jogadores têm que atravessar dentro de vinte minutos. ━━ O guarda reforçou. Olhei para ele, indignada. ━━ Qualquer jogador que não cumprir o desafio dentro do prazo, será eliminado.
━━━ A minha bebê não é um jogador! ━━ Exclamou Jun-hee, se agarrando a bebê.
━━━ Todos vocês que estão aqui dentro são jogadores.
━━━ Ela é uma criança! ━━ Exclamei com raiva, me levantando e ficando frente a frente ao guarda. ━━ Um bebê! Ela não tem nada haver com esse jogo! ━━ Ouvi uma arma ser destravada. Meu olhar se fixou em um dos guardas que apontava uma arma para mim.
━━━ Qualquer jogador que não cumprir o desafio dentro do prazo vai ser eliminado. ━━ Reforçou firmemente.
━━━ Vai a merda. ━━ Sussurrei, olhando para uma das câmeras alí presente.
━━━ EI VOCÊS! VÃO FICAR AÍ PARADOS? ALGUÉM TEM QUE IR LÁ E ATRAVESSAR A PONTE PRIMEIRO! ━━ Gritou o jogador número 100.
━━━ Ah é?! Porque você não vai?! ━━ Indaguei, com raiva. ━━ Você só presta pra ficar falando e falando! Vai e faz alguma coisa útil caralho! ━━ O homem me olhou surpreso. Respirei fundo, meu olhar voltou para os guardas.
━━━ Escuta, Gi-hun… Você pode atravessar com ela…? ━━ Perguntou a Jun-hee em relação a bebê. Meu coração doeu… ━━ Porfavor…
━━━ Precisamos de um plano. ━━ Me prontifiquei, voltando minha atenção para eles. ━━ Gi-hun, você leva a Jun-hee e eu levo a bebê. ━━ Falei determinada. O homem negou.
━━━ Você também tá ferida So-hee… Você não pode.. ━━ O interrompi.
━━━ Ei, eu só levei uma facada. Eu consigo pular. ━━ O homem negou com a cabeça. ━━ Eu sei que não parece racional mas.. ━━ Fui interrompida pelo barulho dos outros jogadores.
O jogador 124 foi o primeiro a entrar no jogo. O mesmo cambaleou enquanto tentava pular. Ele estava com dificuldade. Muita dificuldade.
━━━ Caralho drogadinho… ━━ Sussurrei para mim mesma, observando apreensiva. O homem então se agachou como se fosse pegar alguma coisa no chão. O jogador parou, parecendo em choque. Minhas mãos foram até minha boca tentando abafar um grito surpreso.
O homem havia sido jogado para longe.
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