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ㅤㅤㅤㅤ EU HAVIA APRENDIDO VÁRIAS coisas com o Thanos. Uma delas, foi uma das mais preciosas: fingir até ser real.
Fingir coragem, confiança, fingir que estava tudo bem mesmo quando o mundo estivesse em pedaços… Ele havia me ensinado isso.
E bem, era isso que eu estava fazendo...
Me lembro claramente das suas músicas. Eu as ouvia muitas vezes ao dia, principalmente quando eu estava estudando para os exames da polícia.
Thanos me ensinou coisas preciosas, mesmo sem ter sido uma pessoa tão boa para as outras. Ele estava longe de ser perfeito, mas claramente foi uma das pessoas mais marcantes da minha vida.
O jogador 124? Nem se comparava a ele. Para ser sincera, ele não chegava nem perto. Não era sequer um reflexo do que Thanos havia sido um dia.
━━━ Dá licença… ━━ Murmurei, quase sem voz, enquanto me aproximava da plataforma. O suor escorria frio pela minha testa. Meu corpo inteiro tremia.
Gi-hun havia bolado um plano. Ele atravessaria primeiro com o bebê, depois voltaria para ajudar Jun-hee. Eu havia decidido ir sozinha. Não querendo dar mais trabalho para ninguém.
Subi na plataforma com cuidado, os meus joelhos mal sustentavam meu peso. Dei meu primeiro salto, um gemido agudo escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-lo.
Ouvi os burburinhos dos outros jogadores. Alguns pareciam preocupados, já outros pareciam torcer para que eu caísse.
Continuei pulando com atenção. Cada avanço era como uma luta contra a dor que eu sentia.
Em um momento, perdi o equilíbrio. Eu tive a certeza de que aquilo seria o meu fim, mas me forcei a me estabilizar.
━━━ Caralho… ━━ Murmurei ao ver a abertura na plataforma. Meu coração batia tão alto que abafava qualquer som ao meu redor. Reunião resto de coragem que ainda me restava, eu saltei.
Um suspiro trêmulo escapou dos meus lábios quando meus pés tocaram a plataforma.
Eu ainda estava viva.
Continuei pulando. Cada passo era um desafio, cada avanço, uma vitória silenciosa que gritava dentro de mim.
Quando finalmente cheguei ao fim, um sorriso cansado se formou em meu rosto. Pela primeira vez em muito tempo, me permiti respirar aliviada.
Virei o rosto e olhei para trás. Gi-hun ainda estava lá, com a bebê nos braços. Meus olhos imploravam para que tudo desse certo. Para que o plano desse certo, pelo menos uma vez.
Me escorei na parede, com dor. Meu corpo cedeu. Me sentei no chão completamente exausta. A minha visão ficou turva, a minha respiração cada vez mais curta…
Com dificuldade, olhei para a minha mão. Ela estava coberta de sangue… Meu ferimento estava piorando cada vez mais.
+ ANOS ANTES:
━━━ Você realmente gosta dessas músicas, né? ━━ Jun-ho comentou ao meu lado. Sorri, sem tirar os olhos da janela da viatura. ━━ Qual a sensação de ter prendido ele? ━━ Perguntou, me lançando um olhar curioso. Soltei uma risada sincera, quase leve.
━━━ Eu tô triste é claro… Sabe, por não poder ouvir mais músicas novas dele. Mas, no fundo, eu tô muito feliz. ━━ Me virei para ele, deixando que meu sorriso falasse por mim. ━━ Se isso não tivesse acontecido… Talvez eu nunca tivesse o conhecido.
Jun-ho não me respondeu, mas um sorriso brotou em seus lábios. O homem então assentiu, visivelmente feliz por mim.
━━━ Você… não teve nenhuma notícia do In-ho? ━━ Sua pergunta veio carregada de preocupação. Neguei com a cabeça, suspirando. Não havíamos notícias dele desde a morte de sua esposa… ━━ Nenhum sinal? ━━ Insistiu, quase em súplica.
━━━ Nada. ━━ Falei baixo. Ele trincou a mandíbula, claramente pensativo. ━━ Você acha que… Deveríamos denunciar como desaparecimento? ━━ Perguntei, com o coração apertado. Jun-ho apenas balançou a cabeça.
━━━ Ele ainda manda dinheiro pra minha mãe. Todo mês. Só isso… Dinheiro e silêncio. ━━ A voz dele estava baixa, quase quebrada. ━━ Ele está se afastando de tudo… Eu entendo que o luto muda a gente, mas… Às vezes, a gente precisa seguir em frente, sabe?
Ficamos em silêncio por um momento. A voz de Thanos ainda ecoava baixinho pelo rádio da viatura. A preocupação preenchia meu peito.
Onde você está In-ho…?
+ ATUALMENTE:
━━━ Jun-ho… ━━ Sussurrei com a voz fraca, meus olhos se abriram com dificuldade. Uma tosse seca escapou dos meus lábios enquanto eu tentava me erguer, ignorando a dor que tomava conta do meu corpo.
Meus olhos buscaram instintivamente por Gi-hun e Jun-hee, mas o desespero apertou com força o meu peito quando vi a garota do outro lado da plataforma.
━━━ Não… Não… ━━ Murmurei, tentando me levantar, mas minhas pernas mal respondiam aos meus movimentos. A dor me impedia de dar mais que um passo.
━━━ JUN-HEE, FICA AÍ! EU JÁ TÔ INDO! ━━ Ouvi Gi-hun gritar, o pânico estava evidente em sua voz.
━━━ NÃO, GI-HUN! NÃO VEM, POR FAVOR! FICA AÍ… POR FAVOR, GI-HUN! ━━ A voz de Jun-hee partiu meu coração como vidro. ━━ SE VOCÊ NÃO CONSEGUIR, A MINHA FILHA TAMBÉM VAI MORRER! ━━ A garota engoliu o choro. ━━ Você me disse pra proteger minha filha custe o que custar! É isso que eu tô tentando fazer agora… Me ajuda, por favor… ━━ Pediu em meio aos soluços.
Jun-hee então deu alguns passos até a beira da plataforma e com lágrimas nos olhos… Se jogou.
O som do impacto do seu corpo ecoou como um tiro dentro do meu corpo. Um silêncio sufocante tomou conta dos outros jogadores.
━━━ Jogadora 222 eliminada. ━━ Anunciou a voz robótica. As cordas então pararam, assim como a música infantil. ━━ Fim do jogo.
Quando voltamos ao dormitório, o porquinho que carregava o nosso dinheiro finalmente estava no chão. Exibido como um troféu sombrio.
Caminhei com dificuldade ao lado de Gi-hun. O homem segurava a bebê de Jun-hee com toda a cautela do mundo.
As inúmeras beliches que antes lotavam o dormitório agora haviam desaparecido. O cômodo abrigava apenas o número exato de camas correspondentes aos jogadores restantes.
━━━ Parabéns a todos os jogadores que chegaram até aqui e completaram o quinto jogo da competição. ━━ Anunciou um dos guardas. ━━ Agora, iremos divulgar os resultados. No quinto jogo, dezesseis jogadores foram eliminados. Restaram apenas dez competidores. O valor acumulado do prêmio é de 44,7 bilhões de wones, o que equivale a 4,47 bilhões para cada jogador restante.
━━━ Como assim dez? ━━ Um dos jogadores questionou, indignado. ━━ Somos nove!
━━━ Os jogadores 39, 95, 100, 125, 203, 222, 333, 336, 353 e 456 passaram. ━━ Respondeu o homem com frieza. Xinguei baixinho e me deitei na cama mais próxima, sentindo a dor afundar meu corpo. ━━ Dez jogadores sobreviveram.
━━━ Espera aí… 222? A garota? Todo mundo viu ela se jogar! A jogadora 222 morreu!
━━━ A jogadora 222 está bem ali. ━━ Disse o homem apontando calmamente para a bebê nos braços de Gi-hun.
É claro… Eles iriam usar a filha
da Jun-hee. Era tão óbvio!
A notícia de que a bebê agora era uma jogadora explodiu como uma onda imensa de caos e revolta. Uma discussão acalorada foi iniciada, a maioria queria matar a bebê. Eu queria protestar, brigar com todos alí, mas eu já não conseguia acompanhá-los…
Cada palavra parecia abafada. Distante… Como se meus corpos se desligasse aos poucos até finalmente ficar completamente inerte.
Minhas pálpebras pesavam cada vez mais. A minha respiração por sua vez, ficava cada vez mais rasa… Um tremia insistente percorria meus braços e pernas.
━━━ Como reconhecimento por terem chegado ao último jogo da competição, preparamos um presente especial para cada um de vocês. ━━ Anunciou o guarda. Me obriguei a abrir meus olhos. Mesmo com a visão embaçada, consegui ver as caixas que todos os guardas seguravam. Miniaturas idênticas aos caixões que eles colocavam os jogadores já mortos. Respirei fundo, antes que minha visão começasse a escurecer completamente.
[...]
Um jantar especial havia sido preparado para nós. Uma última ceia…
Eles haviam nos servido uma refeição farta e aproveitaram para explicar algumas coisas do próximo jogo.
Confesso não ter prestado a mínima atenção no que eles explicavam. E muito menos aproveitei a comida.
A dor me impediu de fazer isso.
Conforme a noite avançava, meu corpo parecia ceder. O lençol branco da cama agora estava encharcado pelo meu sangue. Eu gemia de dor como se implorasse por ajuda.
━━━ Ele quer te ver. ━━ A voz de um dos guardas se contrastou diante o silêncio do dormitório. O olhei confusa. ━━ O chefe quer te ver.
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