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Capítulo 26


AVISO: Esse capítulo pode ter gatilhos relacionados a depressão e o suicídio.


Octavia não conseguia ter certeza do que de fato estava para acontecer consigo, mas ela possuía uma vaga ideia de que não seria bom. Ela se sentia tão cansada que sequer estava disposta a sentir raiva, ou quer outra coisa, seus pés mal conseguiam se manter firme sob o chão, mas ela se esforçava para tentar conseguir ao menos isso. Ela sabia que estava com um provável roxo no olho esquerdo, o qual estava inchado o suficiente para ela conseguir sentir a forte pulsação na região e sua visão esquerda estava um pouco desfocada, resultado da surra que Octavian havia acabado de lhe dar.

Fazia tempo que alguém não lhe dava uma surra, tempo o suficiente para Octavia se esquecer como era a sensação e o sentimento de fraqueza e impotência. E principalmente o pior sentimento de todos e que a Stone repudiava em toda sua vida: o sentimento de se sentir vulnerável, como se só através desse sentimento, fosse o suficiente para a filha de Ares recebesse um soco na boca de seu estomago que lhe dizia com todas as letras seu maior medo: que ela não era forte, que ela não era o suficiente e isso era extremamente perturbador. Mas como ela poderia evitar a surra? Estava fraca, desnutrida, desidratada, exausta e ainda com Lee e Charles a segurando pelos braços, por ordem de Octavian, imobilizando-a completamente, para ficar mais fácil de espancá-la.

O corte em seus lábios trazia junto ao gosto de sangue, o gosto amargo da sensação de que realmente havia sido derrotada e a pior parte era que Octavia sabia que sequer possuía forças para tentar revidar.

Isso era patético. Depois de tudo que passou todos esses anos, ela ainda continuava fraca.

Como era horrível se sentir daquela forma.

Da mesma forma que se sentiu quando viu sua família ser morta e ela não foi capaz de fazer nada. Nada além de assistir, chorar e rezar para que seu pai tivesse um pouco de misericórdia e humanidade para que viesse salvá-los.

Esperar um pouco de humanidade de um Deus da Guerra era extremamente patético.

Mas Ares não veio. Ninguém veio salvá-los. Ela teve que sujar as próprias mãos de sangue, porque se ela não o fizesse, ninguém mais o faria.

Ela odiava aquilo. Odiava sempre ter que precisar que alguém a salvasse. Que alguém a protegesse. Que alguém lutasse suas batalhas. Talvez fosse por essas circunstancias de ser incapaz de lutar por si mesma que Lee havia morrido e sua família também.

Não tinha exata certeza quantos golpes Octavian acertou-lhe em seu rosto, ela havia parado de contar quando recebera o décimo soco e quase perdeu a consciência. Os curativos que Lee havia feito, não havia adiantado muito, afinal, o legado de Apolo havia decidido lhe machucar mais.

A última vez que levou uma surra tinha exatos 15 anos de um grupo de Amazonas mais velhas e dessa vez, Octavia tinha revidado ao ponto de esmagar o crânio de cada uma das cinco com as próprias mãos e então, ela arrastou todos os corpos sem vidas, deixando uma árdua estrada manchada de sangue, até o palácio de Hylla durante o jantar, onde todas as Amazonas da ilha estavam presentes e jogou os cadáveres sob a mesa de jantar das anciãs e declarou, que a partir daquele dia não permitiria mais nenhuma vadia espanca-la e quem ousasse fazer tal ato, ela concederia uma carnificina que até mesmo os deuses ficariam horrizados com tamanha barbárie que estava disposta a fazer.

Depois desse acontecimento, nenhuma amazona teve audácia de persegui-la para espanca-la. Hylla tinha uma vaga ideia sobre a constante perseguição que Octávia sofria, mas a Ramirez não poderia fazer nada, mesmo ela sendo rainha, poucas amazonas a respeitavam, ela não era uma filha de Ares ou muito menos havia nascido na ilha, ou seja, muitas Amazonas só precisavam de qualquer motivo insignificante para começar uma rebelião contra a filha de Belona, lhe tirando o trono, como assim foi com a revolta da mãe de Diana e Dione. Se Hylla intervisse a favor de Octávia, que era a descendente do homem que provocou a quase extinção das Amazonas no passado, isso poderia mostrar as outras que sua rainha era fraca e conveniente aos inimigos, podendo até incitar revoltas contra si própria.

A única coisa que Hylla poderia fazer por Octávia era treiná-la e ainda sim oferecer Aretha como sua tutora, para que a Stone pudesse aprender a lutar, a se defender sem sofrer.

No fundo Octavia não culpava Hylla por toda perseguição e bullying que sofreu quando estava em Temiscira, tudo aquilo havia servido de aprendizado para si própria e no final, toda surra que havia levado, serviu para lhe tornar mais forte.

Enquanto era arrastada pelos braços, em alguns instantes, quando Octavia fechava lentamente os olhos, ela conseguia se lembrar de como era o sentimento e sensação de sempre correr e também como era sentir o aperto da corda em seu pescoço, lhe tirando o ar rapidamente, lhe sugando qualquer resquício de vida.

Estava se lembrando quando dois dias após chegar em Temiscira, quando criança, ela havia tentado suicido treze vezes e todas as treze fracassaram. As imagens do que tinha acontecido com sua família, ainda perturbavam sua mente jovem, os gritos, o cheiro forte de sangue, as chamas, o sentimento de fraqueza, impotência, medo e culpa. Tudo isso a atormentava.

Ela sempre saia correndo pela noite na ilha, não conseguindo dormir pelos seus repetitivos pesadelos e imagens torturantes que sua mente fazia questão de reviver, sempre a submetendo a lembrar de como havia sido fraca em lutar e proteger sua família.

Octavia ainda era constantemente assombrada pelo fato de que ao fechar os olhos para dormir, mesmo que fosse por alguns minutos, quando a garota acordasse seus irmãos iriam estar com as gargantas cortadas e suas cabeças decapitadas diante de seus olhos. Eles também iriam morrer e novamente, ela seria totalmente inútil aos protege-los e zelar pela sua segurança.

Talvez foi essa a justificativa que a garota encontrou para iniciar o consumo precoce de álcool, cogumelos alucinógenos e até mesmo de ópio, ela conseguia ter acesso a eles quando entrava sorrateiramente no armazém e na dispensa do castelo. Ela precisava sempre se manter drogada ou embriagada pois isso era o único jeito de se manter acordada e a sobreviver também ao rigoroso inverno da ilha durante aquele período.

Ela ainda se recordava da corda que encontrou na cabana, que Hylla cedeu para ela e seus irmão ficassem enquanto morassem na ilha, e a levou para a próxima árvore.

A filha de Ares, passou a corda por cima de seu ombro, para que pudesse então, subir com facilidade no topo da árvore, a garota ficou de pé sob um tronco e olhou para baixo, ela não sabia o quão alto estava, mas àquela altura deveria ser o bastante de qualquer forma.

Octavia então se sentou no tronco, com cada uma de suas pernas finas em cada lado, enquanto suas mãos retiraram a corda de seus ombros e passaram começar a amarrar de forma firme ponta do lado esquerdo da corda em um tronco da árvore que estava e a ponta do lado direito, Octavia amarrou em seu pescoço. A Stone olhou para baixo, viu a altura, mas não sentiu medo ou qualquer outro sentimento, na verdade, Octavia não estava sentindo nada. Estava totalmente anestesiada de suas emoções e sentimentos.

A filha de Ares não hesitou em pular do tronco.

Octavia sentiu a corda lhe machucar e sufocar no pescoço, lhe tirando todo o ar, lentamente, pressionando-a cada vez com mais força. Seus olhos começaram a lacrimejar e em seu interior, a garotinha apenas rezava para a morte vir rapidamente, ela estava implorando para que morresse, mas em apenas dois minutos de tortura, o nó da corda que estava amarrada em seu pescoço, se afrouxou, assim libertando Octavia, que caiu em pé, sob a grama, antes de perder o equilíbrio de seu corpo, fazendo seus joelhos se flexionarem e ela cair debruçada sob o chão, tossido incontrolavelmente e sugando desesperadamente o ar para seus pulmões, respirando de forma desesperada, com seu corpo involuntariamente e desesperadamente buscando ar.

Ela sentia seu pescoço arder no local onde a corda havia ficado presa e aquela região pulsava e queimava constantemente dando a entender a quão machucada estava, a filha de Ares lentamente se recolheu em uma posição fetal e começou a chorar descontroladamente, Octavia não estava chorando por causa da dor em seu pescoço ou muito menos por estar arrependida de tentar tirar a própria vida, no fundo, ela estava chorando por não ter morrido. Ela queria apenas acabar com essa dor, com os pesadelos que tinha toda noite, com as imagens em sua mente e com o resto de força que lhe restava, a garota socava o solo com toda sua força, sentindo uma mistura de raiva, tristeza e impotência. Octavia queria apenas dar um basta naquele sentimento terrível que lhe perseguia constantemente. Ela era só uma criança que desejava morrer, porque os Deuses simplesmente não poderiam lhe conceder esse último desejo? Já que as vidas de semideuses, como a dela, não valiam nada para eles?

Ela não estava pedindo por muito. Apenas que seu sofrimento acabasse.

Enquanto chorava, ainda deitada em posição fetal sob a grama, Octavia ouviu o som de folhas secas sendo esmagadas, sinal de que passos se aproximavam de si própria, mas a jovem estava tão imersa em sua dor e fracasso por não conseguir morrer, que nem ao menos se importou em erguer o olhar ou prestar a atenção em quem estava se aproximando de si. Talvez fosse só mais uma garota amazona que lhe espancaria até se sentir completamente entediada, como foi o que aconteceu na última vez.

Afinal ela carregava o sangue do herói responsável pelo genocídio e estupro de muitas amazonas no passado e só esse fato era o estopim para Octavia ser condenada repetidas e repetidas vezes naquela maldita ilha.

Aquele não era seu lugar e muito menos era sua casa, afinal como poderia?

— Aqui não é seu lugar fedelha. — Ouviu a voz de uma mulher dizer. — Mesmo sendo uma garota, você carrega o sangue de Hércules e elas jamais vão te perdoar por isso. Algumas ainda estão vivas e lembram perfeitamente do que aquele bastardo fez.

Octavia apenas ouviu cada uma daquelas palavras duras com os olhos completamente vazios e sem vida. No fundo ela sabia que estava morta por dentro, ela só precisava formalizar tal proeza. Ela só queria morrer.

A garota sequer se importou ou se deu o trabalho de erguer seus olhos e ver quem era aquela mulher. Tanto faz. Era o que ela pensava. Só mais uma que iria lhe espancar até perder a consciência, os hematomas azuis esverdeados ainda estavam presentes em todo seu corpo e eram ainda mais evidentes graças a sua pele clara, não teve um único dia desde que havia pisado naquele maldito lugar que não foi feita de saco de pancada.

Que me espanque até morrer dessa vez... Implorou de forma silenciosa.

Enquanto se mantinha deitada em posição fetal completamente estática, como se tivesse sido congelada, afinal ela era a verdadeira presa ali e aquela mulher era sua predadora.

Os olhos castanhos da filha de Ares, logo contemplaram um par de botas de couro, completamente sujas e surradas, que pararam em sua frente.

— Enquanto você fica brincando de se enforcar, um grupo de Amazonas está indo até a cabana velha, onde seus irmãos e você estão se refugiando, para mata-los.

Só nesse instante, ao ouvir aquelas palavras, Octavia ousou se erguer do chão onde estava com uma força completamente desconhecida por si, mesmo que seu corpo ameaçasse fraquejar, tremendo de forma descontrolada e despencar no chão, mas ela se esforçou em se manter firme de pé, mesmo que suas pernas estavam bambas e ameaçando a despencar.

Por um momento, os olhos castanhos de Octavia se fixaram na mulher a sua frente. Ela era alta, tinha a pele negra, cabelo banco com diversas tranças, seu rosto era deformado por várias cicatrizes macabras e seu olho direito era castanho, mas o olho esquerdo não tinha nenhuma cor, com uma grande cicatriz daquele lado, o que demonstrava que ela era cega daquele olho. Ela tinha apenas a metade do seu braço direito, demonstrando que ela havia sido mutilada em algum momento da vida. Coincidentemente a mulher tinha também uma tatuagem da cabeça de um leão no topo do ombro idêntica à que Octavia tinha em seu ombro.

Mas naquele momento isso pouco importou para a garota que estava completamente desesperada para chegar até a sua cabana. Ela deu o primeiro passo na tentativa de correr, mas de alguma forma suas pernas não conseguiram executar muito bem o comando de seu cérebro já que quando estava prestes a dar o primeiro passo, elas fraquejaram e obrigaram Octavia ir de encontro mais uma vez com o chão.

A garota soltou um palavrão e mais uma vez se esforçou em levantar e se preparar para correr, pois não poderia perder tempo, entretanto, mais uma vez, as pernas de Octavia fraquejaram e ela caiu, mais uma vez. Novamente ela repetiu o processo de cair e se levantar por mais três vezes, até que conseguisse se estabilizar e conseguir correr desesperadamente até a sua cabana.

Os olhos de Octavia estavam enchendo de lágrimas quando pensava na possibilidade de seus irmãos estarem mortos. Logo, não demorou para as imagens do dia em que sua família foi assassinada lhe assombrasse desesperadamente.

Ela não poderia e não iria perder eles por nada.


(...)


Tanto esforço para melhorar. Para ser a mais forte. Para ser a melhor e conseguir proteger seus irmãos... E agora... O estado em que se encontrava e seus irmãos ainda estavam em perigo.

Ela ainda era uma inútil.

O único motivo para não tentar mais o suicídio foi por seus irmãos. Victória, Julius, Augustus, Marcus, César e Lívia. Ela jurou que viveria por eles e também morreria por eles. Eles eram sua força e sua vontade de viver.

Mas... agora...

Ela só queria proteger seus irmãos.

Um nó formou-se em sua garganta e Octavia queria apenas chorar, mas seus olhos estavam doendo e suas feridas latejavam.

Octavia estava em um estado deplorável. Nem desacordada e sequer acordada, parecia estar presa entre os dois. Sequer conseguia estar de pé, sentia suas pernas serem arrastadas pelo chão, enquanto era suspensa pelos dois braços por Castor e Charles, cada um de cada lado a carregando, enquanto mal tinha forças para manter sua cabeça erguida. Ela sentia o olhar de pena que cada um deles lhe direcionavam.

Ela não poderia julga-los ou tampouco culpa-los. Seus amigos de infância estavam vivos, mas eram aliados do inimigo. Eles foram trazidos de volta a vida e estavam sendo controlados pelos inimigos, sem qualquer livre arbítrio.

Octavia ouviu o som irritante do ranger de dobradiças, ela estava exausta demais até o suficiente para erguer sua cabeça. Por isso, apenas se limitou a se preparar para o impacto que estava a sua espera.

A garota sentiu seu corpo ser arremessado pelo ar, quando chegou ao chão, Octavia gemeu de dor e soltou um palavrão, ela mordeu com tanta força a parte interior de sua bochecha tentando ao máximo evitar de soltar um grito de dor ensurdecedor, pois no fundo ela sabia que Octavian estaria por perto e provavelmente iria se divertir por saber que a filha de Ares estava sentindo dor.

O gosto de ferrugem de seu próprio sangue inundou sua boca, Octavia respirou fundo, sugando o máximo de ar que conseguia e lentamente abriu seus olhos, seu rosto foi obrigado a ver mais nada que não fosse o chão de areia, diante de seus olhos e a parede feita de rocha solida, a má iluminação do lugar não ajudava a garota enxergar melhor, mas, o alto ranger das dobradiças ecoou irritantemente e um estrondo de uma batida entre ferros foi ouvido bem alto, ao mesmo tempo que a filha de Ares conseguiu ouvir perfeitamente o trinco da fechadura sendo fechada, não precisava ser um gênio para adivinhar.

Ela estava mais uma vez, presa em uma cela medíocre qualquer.

A garota respirou o máximo de ar possível, na intenção de tentar reunir um pouco de força, fazendo com que Octavia se apoiasse em suas mãos tremulas e sem força, tentando ao menos erguer seu tronco e tentar ficar sentada, mas ela estava tão fraca que seus próprios braços começaram a falhar e mais uma vez, Octavia despencou de cara no chão.

Soltando um palavrão e amaldiçoando todos os deuses, inclusive seu pai, Octavia, mais uma vez se preparou para se levantar, apoiando suas mãos na areia da cela, tentando pegar algum tipo de impulso, só que mais uma vez seus braços falharam, entretanto, dessa vez, Octavia não caiu de cara no chão, pois sentiu duas mãos quentes e gentis lhe tocando, uma segurava seu braço direito e a outra havia passado pelas suas costas com o braço lhe envolvendo e a mão segurando firmemente a costela do lado esquerdo de Octavia.

O corpo da garota congelou e se arrepiou completamente, pois o corpo de Octavia reconhecia aquele toque em qualquer lugar, porque aquelas mãos já haviam o tocado diversas vezes em outros momentos.

Por favor... não...

Octavia implorou em seus pensamentos.

— Espere... me deixa te ajudar... — A voz calma e doce de Will atravessou o peito de Octavia como se fosse uma faca afiada perfurando seu coração.

Um nó apareceu na garganta de Octavia ao se recordar da última vez que havia o visto na praia, dois dias atrás, prestes a fugir no Bismark com os outros, a abandonando a própria sorte em Atlântida com semideuses assassinos, monstros e sabe-se deuses o que mais.

Depois de tudo que haviam passado juntos, Will a traiu. A traiu da mesma forma que Jessie havia feito no passado. Como Octavia pode ser tão ingênua novamente e começar a acreditar que... que talvez... Só dessa vez... ela poderia ser feliz com alguém? Que Will e ela poderiam ter algo?

Tola... Garota estupida... Depois de tudo você ainda comete os mesmos erros. Sua idiota!

Poderia imaginar claramente as risadas que Afrodite estaria dando dela, assistindo tudo de camarote do Olimpo.

Como poderia esquecer o lema que precisava levar pelo resto da sua vida medíocre? Amar é amaldiçoar e ser amado era ser amaldiçoado.

Ela estava cansada de maldições. Cansada de ser enganada e traída.

De todas as pessoas no mundo inteiro que ela poderia estar enjaulada tinha que ser o cara que havia acabado de lhe esfaquear pelas costas?

Ela deveria estar completamente anestesiada pela surra que Octavian lhe deu, prejudicando assim seus sentidos, pois mesmo sem suas habilidades de semideusas, Tavy não foi capaz de sentir a presença de Will ali, ou muito menos sentir que estava sendo observada.

Aquilo só poderia ser coisa de Jessie. Ela queria tortura-la psicologicamente. Ela sabia o quanto Will significava para Tavy, infelizmente a filha de Ares confessou para sua ex-namorada sobre o quanto se importava com Will e o fato dele ter a traído, foi o suficiente para Jessie querer se divertir as suas custas, igual Afrodite estava rindo dela naquele momento.

Tomada pela fúria, Octavia sentiu toda adrenalina percorrer seu corpo, ao ponto de tirar forças desconhecidas dentro de si mesma, para empurrar violentamente Will para trás, ele se afastou dela com os olhos azuis totalmente arregalados, com o filho de Apolo longe de si, a filha de Ares, perdeu o equilíbrio mais uma vez, caindo no chão, só que dessa vez, ao invés de cair de cara no chão, Octavia se agarrou a rocha que formava a parede daquela cela, de forma desesperada como se sua vida medíocre dependesse disso, desesperadamente.

Bom... talvez dependesse mesmo...

Preferia ficar agarrada ao vão da deformidade da rocha, do que deixar aquele idiota lhe tocar mais uma vez.

— Não me toque! — Octavia disse ameaçadoramente. — Nunca mais! Seu traidor! — Completou deixando sua voz transparecer sua fúria ardentemente violenta. Se estivesse com seus dons de semideusa, certamente, essa hora seus olhos estariam ardendo em chamas, perante a sua fúria interna.

Os olhos azuis de Will inicialmente ficaram surpresos pela sua reação, mas logo assumiram um olhar amargo, ferido e triste, como se ele tivesse se lembrado naquele momento o que havia feito.

— Tavy...

— Cala a boca! — Gritou, como um desabafo, não só pela dor que estava sentindo emocionalmente, como também pela dor física, o abdômen de Octavia latejou de dor, fazendo-a grunhir de dor, ao ponto de fechar os olhos com força e ter um pouco de dificuldade para respirar.

— Você está ferida, por favor, me deixe te ajudar...

Octavia deu uma risada seca.

— Me ajudar? Ou prefere encontrar novas maneiras para me esfaquear pelas costas?

Will apertou os lábios e desviou o olhar.

— Sei que está com raiva...

— Raiva?! Raiva é pouco para o que estou sentindo, Andrew! Eu estou furiosa, me sinto enganada e traída pela última pessoa que pensei que poderia fazer tal coisa comigo!

— Tavy...

— Você... você me traiu! — Disse entredentes. — Depois de tudo... Das inúmeras vezes que me arrisquei por você, Frank e Hazel e mesmo depois de... — As palavras de repente morreram nos lábios de Octavia, pois ela estava se lembrando da noite que Will e ela haviam passado juntos.

Como pode ser tola..., mas uma vez o sentimento de repulsa que pensou que nunca mais poderia sentir novamente depois do que Jessie havia feito, retornou, mas dessa vez, a filha de Ares não estava sentindo repulsa pela assassina de sua mentora e quase assassina de seu irmão mais novo... ela estava sentindo repulsa por Will, seu melhor amigo de infância. Ela pensou que conhecia Will, seu coração, sua gentileza..., mas... ela só havia se enganado mais uma vez...

Um gosto amargo tomou conta da boca de Octavia.

— Você... havia prometido que nunca mais ia me deixar sozinha depois da noite que ficamos... eu te contei uma dor que vou carregar pelo resto da minha vida... eu demonstrei o quanto vulnerável era e você... mesmo assim me traiu... ia embora com seus amiguinhos e ia me deixar para morrer aqui!

— Eu... eu... — Will tentou formular uma frase, mas então suspirou e desviou os olhos para um canto qualquer da cela, ele estava evitando a olhar nos olhos. — Clarisse havia dito para deixar você para trás, depois que a ameaçou e abriu aquela cratera. Ela disse que era muito suspeito você que supostamente estava morta, voltar assim do nada, como se alguém tivesse te ressuscitado dos mortos como foi o caso de Luke e estivesse te controlando. Clarisse levantou a hipótese que você poderia estar do lado de Barba Negra e estava nos espionando, esperando o momento certo para nos matar...

Octavia havia perdido a conta de quantas vezes já havia sido esfaqueada ou perfurada em toda a sua vida, durante treinamentos, aventuras e até mesmo em combates até a morte, mas nada... absolutamente nada nesse mundo havia perfurado o coração da garota do que ouvir aquelas palavras serem proferidas por Will e saber que sua própria irmã, sangue do seu sangue, realmente acreditava que ela era uma aliada de Barba Negra.

Um tiro doeria menos do que ouvir aquilo.

Era como se o peito de Octavia houvesse sido rasgado em diversas maneiras diferentes.

Ela queria chorar, mas seu orgulho e raiva não permitiram.

— E você acreditou nessa teoria estupida?

Will ficou em silêncio, isso só deixou Octavia com mais raiva.

Ela sabia a resposta, no fundo sabia. Mas a Stone queria ouvir da boca dele aquilo.

Só para poder se torturar psicologicamente mais tarde com a absoluta certeza que não poderia confiar em ninguém, mesmo que fossem pessoas importantes para ela.

— Eu te fiz uma pergunta! William Andrew Solace, você acreditou na Clarisse?!

Will espremeu os lábios e desviou o olhar para seus pés, como um covarde que sequer tinha coragem de olhar nos olhos do cadáver da pessoa que havia acabado de matar e então disse bem baixo, como se estivesse confessando seu maior pecado:

— Sim...

O ar dos pulmões de Octavia se esvaziaram completamente e a garota teve que fazer um esforço sobre humano para se manter ainda agarrada as pedras, para não despencar no chão. Pois naquele momento... diante daquela confissão de repente o chão sob os pés de Octavia havia completamente desaparecido.

Novamente a vontade de chorar lhe veio.

— Octavia, você sumiu por todos esses anos, que todos os canais de notícia e reportagem noticiaram que os Marqueses Whittemore haviam sido assassinados! E do nada reaparece sendo sequestrada pelo Barba Negra e você mudou tanto... você está mais agressiva, mais violenta, mais fria e mais... sem empatia... A Octavia que eu conhecia tinha medo da própria sombra e nunca seria capaz de matar alguém e nesses últimos dias... perdi a conta de quantas pessoas você matou. E você ameaçou Clarisse, sua própria irmã! A Octavia que eu conhecia se tremia de medo de Clarisse. Não pode nos culpar de considerarmos você uma suspeita.

E aí estava Will a julgando mais uma vez por ter "matado" Alisson e aqueles outros semideuses.

— Acho que nós dois estávamos enganados no fim, você por acreditar que me uniria a pessoas que colocaram a vida dos meus irmãos em perigo e eu por acreditar fielmente que você nunca me trairia e me abandonaria.

— Quando vi que haviam pegado seus irmãos e no quanto você havia ficado nervosa e preocupada... eu percebi muito tarde que Clarisse estava errada. Você poderia ter mudado, mas nunca colocaria a vida de seus irmãos em perigo...

— Foi necessário que meus irmãos terem armas apontadas em suas cabeça, para que minha inocência seja comprovada. Você falou certo. É muito tarde agora. — Diz cheia de magoa. — Parece que tudo que passamos juntos nesses últimos dias foi apenas uma mentira...

— Não foi uma mentira, Octavia, foi real... Eu só... não sabia no que acreditar...

— Poderia ter acreditado em mim! Em nós! Em tudo que já passamos não só nessa maldita ilha, mas no Acampamento!

— Eu sei... E eu sinto muito por partir seu coração.

Will parecia ser sincero tanto em suas palavras quanto em seu visível arrependimento. Mas já era tarde, o ódio e o ressentimento já haviam tomado conta do peito de Octavia.

— Não seja convencido, para partir um coração, inicialmente é necessário ter um. E eu enterrei meu coração no dia em atravessei minha espada no peito de Jessie. Você não partiu nada, Solace.

— Então não significou nada para você? — Perguntou se referindo à noite que passaram juntos.

Octavia estava sentindo seu coração ser tomado pelo ódio, ressentimento e o desejo de se vingar. O defeito mortal dos filhos de Ares sempre foi a imprudência, por um lado era bom, pois eram capazes de correr diretamente para a batalha e a luta sem medo das consequências ou morte, por outro era ruim porque quando queriam ferir alguém, eles faziam isso sem nenhum pingo de pudor ou arrependimento.

A Stone apenas queria machucar tão cruelmente e tão brutalmente Will, da mesma forma que ele havia a machucado. Da mesma forma que ele havia a traído.

Ela queria que ele sentisse a mesma dor que ela estava sentindo, por isso não mediu suas palavras quando disse:

— Não significou nada para mim, William. Você não significa nada para mim. — Mentiu.

E por um momento o remorso tomou conta do peito da garota quando ela viu a expressão de dor e magoa estampada no rosto de Will, ela sentiu um impulso de dizer que era mentira, mas ela não o fez. Octavia queria machucá-lo da mesma forma que ele lhe machucou.

Entretanto, infelizmente, para Octavia, o defeito mortal do filho de Apolo era a extrema empatia, Will se importava e preocupa demais, inclusive com pessoas que não merecia tal coisa, como era o caso de Octavia no exato momento e ela teve certeza disso no momento em que Will disse:

— Octavia, por favor, pode me odiar e me amaldiçoar o quanto quiser... eu sei da besteira que eu fiz... mas deixe-me olhar seus machucados, você está ferida... — Diz visivelmente preocupado olhando para seu estado atual.

Antes que a Stone pudesse formular alguma frase em resposta ao loiro, os sons de ecoar de passos pesados foram ouvidos pelos dois, que imediatamente viraram suas cabeças prendendo a atenção dos dois nas grades da cela.

O som de passos ecoando foi aumentando gradativamente a medida que se aproximavam das grades.

Octavia esperava qualquer pessoa ali. Octavian, Tiberius, Jessie, Jacob, Barba Negra ou até mesmo Alisson. Mas foi inevitável não ficar surpresa quando um rosto familiar para a filha de Ares, emergiu em meio a escuridão.

A Stone arregalou os olhos, ela não estava vestida como antes, não estava com o elmo, com as couraças de couro e ouro imperial, seu cabelo longo não estava preso por tranças como da última vez em que se lembrava, pelo contrário, ela estava vestida com roupas totalmente diferentes. Ela estava usando saltos agulha vermelhos e um vestido de cetim branco, estava naturalmente bela com os cabelos soltos em ondas douradas, completamente diferente de antes.

— Calipso?! — Octavia exclamou perplexa e um pouco confusa por ver a amiga bem ali, em Atlântida do outro lado das grades, a encarando diretamente com aqueles olhos gentis que a filha de Atlas costumava ter.

— Oi Tavy... — Ela diz com aquela voz angelical que tinha se assemelhando muito a uma doce e encantadora ninfa, a saudando como se elas tivessem a acabado de se encontrarem em uma loja de roupas qualquer.

Octavia balançou a cabeça para ambos os lados, com as sobrancelhas unidas.

Não fazia sentido Calipso estar ali, ela estava em Temiscira, junto com Hylla na corte das Amazonas. Ela era sua amiga de longa data desde que a filha de Ares havia a resgatado de Ogígia e a levado para Temiscira para ela se tornar uma amazona como ela e para que ela não ficasse mais sozinha.

Ela havia feito um pacto com os deuses para que eles a libertasse de Ogígia. Um pacto que havia sido pago da pior maneira possível.

Mas ali, diante de seus olhos avelãs, Calipso estava intacta e parecia mais bela do que antes.

Não fazia sentido nenhum ela estar ali.

Por um breve e curto momento, Octavia se questionou se Octavian não havia a espancado com força demais ao ponto da filha de Ares estivesse tendo alguma alucinação.

Talvez aquela imagem fosse só um fruto da sua imaginação.

Entretanto, ao olhar de canto para Will, que parecia petrificado ao seu lado com os olhos azuis fixos em Calipso, o que fez Octavia ter a certeza de que não estava louca ou muito menos alucinando.

Octavia se apoiou com mais força na pedra ao seu lado.

Calipso não estava vestida como se fosse a sua salvadora, que havia saído de Temiscira só para chegar a Atlântida e salva-la e seus irmãos dos possíveis monstros, como um cavaleiro montado em um cavalo. Na verdade, ela...

Octavia endireitou sua postura, como um soldado que estivesse preparando para a guerra e seu olhar se tornou tão afiado quanto as laminas que empunhava, quando ela finalmente compreendeu a situação.

Não... talvez dessa vez... ela não iria suportar ouvir a confirmação de sua suspeita.

— O que está acontecendo, Calipso? — Perguntou temendo pela resposta.

A loira suspirou fundo antes de dizer, desviando os olhos para algum canto da cela, evitando olhar diretamente nos olhos dela.

— Tavy eu não queria que nada disso tivesse acontecido... eu pensei que Jacob poderia te convencer a vir para nosso lado e tudo ficaria bem. — Octavia congelou com aquelas palavras. — Mas ainda não é tarde demais, você ainda pode vir para o lado certo, seu bisavô está conosco, sua família...

— Espera... Octavia, o que está acontecendo? Quem é ela e porque seu bisavô faz parte disso? — Will questiona percebendo o choque que Octavia se encontrava.

Foi impossível controlar uma expressão de dor em sua face.

Octavia ficou em silêncio perante a confissão implícita de sua amiga, tentando processar tudo, ela não queria falar nada. Afinal não tinha o que falar, Calipso, também havia a traído, estava com Barba Negra e Jessie...

A filha de Ares apertou com força suas mãos em volta do vão da rocha, segurando-as com uma força totalmente improvável e avassaladora, quando sua mente ligou os fatos.

— Você... — Octavia sussurrou. — Você estava com Jessie aquele dia não foi, porra?! — Gritou e Calipso se encolheu do outro lado das grades. — Você ajudou ela a roubar o cinturão de Hipólita, não foi? Apenas você e eu conhecíamos aquela passagem do castelo e eu nunca havia a mostrado para Jessie.

Calipso a encarou em silencio, mas seu olhar confessava a verdade, o que fez Octavia entrar em ebulição.

— Sua vadia traidora! — Octavia berrou, usando sua fúria como catalisador para se impulsionar da parede de rochas até voar para as grades da prisão, fazendo seu próprio corpo se chocar violentamente contra o metal. Calipso deu dois passos para trás, assustada. — Jessie tentou matar o César! Uma criança! Ela tentou matar uma criança, porra! Você ajudou ela a ferir meu irmão!

— Não! — Calipso retrucou. — Eu não sabia o que ela ia fazer com o César. Ela só me contou que existia uma possibilidade de me vingar dos Deuses pelo o que me fizeram passar todos esses malditos anos em que estive presa em Ogígia, por isso me aliei a ela, a ajudei com o cinturão, mas não tive nada a ver com a tentativa de assassinato de seu irmão. Nunca faria mal a uma criança. Eu juro pelo estige, Octavia!

Octavia a encarou ainda com raiva e fúria.

— Mas isso não quer dizer que você não tenha matado alguém para provar sua lealdade a Jessie naquele dia, não foi? — Rosnou apertando as grades da cela furiosamente, se ela estivesse com seus dons de Heraclida, ela teria já derrubado aquelas grades e apertaria com tanta força a cabeça de Calipso até ela explodir entre seus dedos.

— Você está certa... tive que matar alguém...

Octavia mordeu os lábios.

— Quem foi?

— Você sabe...

Por um momento a filha de Ares havia ficado sem entender absolutamente nada, tentando se esforçar ao máximo para compreender o que Calipso havia dito.

Então uma lembrança lhe acertou como um soco.

A lembrança daquele dia imediatamente veio até a sua mente, a lembrança de chegar desesperada até a caverna onde Aretha morava e encontra-la viva, mas deitada em uma grande poça de sangue, devido ao corte em sua garganta. Calipso estava com ela nesse momento e a loira se assustou ao ver o estado de Aretha. Ela sabia que Jessie havia feito aquilo, Aretha estava consciente e tentou falar alguma coisa para Octavia, ficando extremamente agitada quando Calipso e ela se aproximaram de si, mas sua tutora não conseguiu falar nada. A filha de Ares havia pedido para Calipso cuidar de sua tutora, para salvá-la a todo custo, enquanto ia atrás de Jessie para impedi-la de fugir com o cinturão e de matar Hylla, na tentativa de pôr um fim na vida da filha de Afrodite.

Octavia havia saído da caverna e deixado sua tutora aos cuidados de Calipso.

E depois de matar Jessie, Calipso havia lhe dito que não havia conseguido salvar a vida de Aretha e que ela estava morta.

Só nesse momento, Octavia conseguiu entender o que Aretha queria lhe dizer e o motivo pelo qual Calipso havia ficado surpresa e assustada quando percebeu que Aretha ainda estava vida embora tivesse a garganta cortada.

Naquele momento, Octavia estava tão transtornada pelo ferimento de César, tão tomada pelas emoções, que sequer conseguiu compreender a real situação de forma racional.

Mas agora, depois de anos, ela finalmente havia entendido.

Não havia sido Jessie que tinha atacado Aretha, havia sido Calipso, ela havia cortado a garganta de sua tutora e pensou que havia a matado de fato, mas quando a loira estava em companhia de Octavia foram até a caverna onde a filha de Hercules habitava e Calipso havia percebido que Aretha ainda estava viva, ela se aproveitou de ingenuidade e confiança de Octavia, para que quando a filha de Ares deixasse em sua responsabilidade o cuidado com o ferimento de Aretha em suas mãos, Calipso terminaria o serviço.

E foi o que aconteceu.

Octavia por um tempo ficou em silencio e imóvel.

Sua mente estava uma tremenda bagunça. Ela não sabia o que iria fazer com a confissão de mais uma traição de uma pessoa que um dia havia cogitado chamar de irmã.

Mas... ela não poderia controlar a fúria que sentia.

A lembrança de Aretha em sua mente ainda era fresca. Se havia se tornado forte hoje era graças aquela velhota ranzinza. Se havia conseguido aprender tudo o que sabia como cozinhar, arrumar uma casa e cuidar de crianças, era porque Aretha havia lhe ensinado. Ela havia a ensinado tudo. Era sua mentora. E por muitas vezes, Octavia a relacionava a imagem de uma mãe. Uma mãe adotiva.

Ela havia cuidado de Octavia, mesmo com o seu jeito duro de ser.

Calipso não havia só traído sua confiança, como também havia matado uma das poucas pessoas que havia ensinado Octavia a sobreviver nesse mundo louco de semideuses e monstros que se escondia por detrás da Névoa.

Agora tudo faz sentido.

Como Alison havia a emboscado durante seu retorno para o Acampamento Meio Sangue e como Alison havia mandado ciclopes capturarem seus irmãos no píer de Santa Mônica. A filha de Marte continha todas essas informações porque Calipso havia fornecido elas.

Por culpa dela, Octavia e seus irmãos estavam ali.

Por culpa daquela cadela traidora, uma arma havia sido colocada na cabeça de Julian e Vick.

Não demorou um segundo.

Num momento, Octavia estava parada feito uma estátua, sem demonstrar nenhuma reação. E no outro seu braço rapidamente atravessou o vão das grades da cela e então os dedos da mão direita de Octavia estavam envolvendo o pescoço de Calipso, o apertando com força.

Um som de surpresa foi emitido pelos lábios de Calipso, enquanto uma das mãos da loira segurava o pulso da filha de Ares tentando a afastar, sem eficácia.

Octavia ergueu seu rosto deixando transparecer as inúmeras lagrimas que escorriam pelo seu rosto. Ela estava enfim chorando. Chorando por tudo que havia passado nos últimos dias, por tudo que havia passado sofrido e por todas as traições que sofreu.

Ela não estava aguentando mais. Logo, logo ela seria quebrada em mil pedaços. Ela não suportava mais nada.

A respiração de Octavia estava acelerada e ela estava soluçando.

A filha de Ares estava desmoronando. Não suportando mais a dor, incontrolável tanto física quanto emocional.

Ela não queria mais reprimir seus sentimentos.

Octavia precisava disso... ela precisava chorar.

— Eu... — Começou entre os soluços e a voz embriagada pelo choro. — Vou matar todos vocês. Não vou poupar ninguém. E caso eu venha morrer antes, irei garantir que levarei todos vocês comigo até a as entranhas do tártaro se for necessário. — Ameaçou, apertando ainda mais o pescoço de Calipso, que arregalou os olhos e com as duas mãos estava segurando o pulso de Octavia, batendo fortemente contra o braço da filha de Ares, na tentativa de se livrar do aperto. Embora estivesse suportando a dor dos golpes no seu braço anteriormente já ferido por Octavian durante a surra que recebeu, Octavia se manteve firme.

Ela não soltaria... ela mataria Calipso bem ali. Sem remorso, sem pudor ou medo.

Octavia a enforcaria, ou pelo menos quebraria o pescoço dessa vadia.

A satisfação de ver Calipso aos poucos revirar os olhos, insinuando que perderia a consciência a qualquer momento, quase fez Octavia soltar um gemido de satisfação.

Ela não queria matar Calipso por tê-la traído, pois entendia sua raiva e motivos para querer estar do lado de Barba Negra. A filha de Atlas era sua amiga e Octavia a amava e por isso a deixaria ir para o lado e caminho que a amiga acreditasse ser o certo para si própria. Ela não tinha o direito de interferir no livre arbítrio da amiga.

Entretanto, Octavia queria matar Calipso justamente por ela ter colocado a vida de seus irmãos em perigo e por ter matado Aretha.

Só por isso Calipso merecia morrer.

— Octavia, não! — A garota ouviu a voz de Will gritar atrás de si em protesto, logo sentido os braços fortes do loiro envolvendo sua cintura por trás, a puxando violentamente para trás, a afastando de Calipso, pelo susto de ser agarrada e puxada para trás, a mão de Octavia se afastou do pescoço da loira, que caiu de joelhos no chão tossindo sem parar, com ambas as mãos envolvendo seu pescoço.

— Me solta, porra! — Octavia berrou se debatendo violentamente contra Will, tentando se livrar do aperto do loiro em sua cintura.

— Octavia, não! Não vou deixar você fazer isso!

Em um movimento rápido, Will conseguiu imobilizar Octavia completamente fazendo-a se virar contra ele, fazendo-a ficar em frente a ele, cara-a-cara. Os olhos azuis do rapaz se arregalaram em surpresa ao ver os olhos de Octavia inchados e vermelhos, derramando lagrimas sem parar, ela estava ofegante e soluçando.

— Você não tem que deixar porcaria nenhuma. — Octavia gritou começando a socar com toda a força que restava os braços e o peitoral de Will, Octavia chegou a arranha-lo com as unhas ao ponto de abrir pequenos cortes contra a pele do rapaz que expeliam algumas gotas de sangue.

Embora estivesse sentindo dor e as vezes rosnava perante a ardência e a dor dos seus músculos, Will se manteve firme. Ele continuou com os braços envolvendo a cintura de Octavia, numa espécie de abraço.

Ele aguente ou todos os tapas, socos e arranhões, para continuar abraçado a ela, mostrando que daquela vez, ao menos naquele instante, ele iria manter sua palavra. Não iria se afastar dela.

— E-Ela... E-Ela matou Aretha... — Octavia disse entre os soluços, gaguejando. — E-Ela colocou a vida dos meus irmãos em perigo, Will! Eu posso perder meus irmãos por culpa dela! Me solta, porra! Ela merece morrer. — Implorou, socando ainda com mais força o peitoral de Will.

Will não disse nada, apenas envolvendo ainda mais Octavia com seus braços e aos poucos a filha de Ares foi perdendo a força nos braços e começou a se sentir cansada demais para lutar contra os braços do filho de Apolo, ela apoiou a testa sob o peitoral do loiro, sentindo suas pernas e braços despencarem, perdendo completamente a força, só conseguindo ficar de pé, pois estava apoiando sua testa e o peso do seu corpo contra o corpo de Will, sem sequer o abraçar de volta, apenas só chorando sem parar.

O Solace a apertou delicadamente em seus braços, a abraçando ainda mais, como se fosse uma forma de demonstrar que ele estava ali com ela e por ela. Que Octavia não precisava se sentir sozinha.

E então... foi ali, naquele exato momento, envolvida pelos braços de Will, que Octavia se quebrou.

Ela se alinhou mais nos braços do rapaz, ainda não conseguindo parar de chorar.

— Por favor Will... não me solte... porque se você me solta... — Ela suplicou. — Eu vou desmoronar e... Não sei se vou conseguir levantar de novo.

— Não vou te soltar... — Ele disse como um juramento.


OIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII PESSOAS LINDAS DO MEU LINDO CORAÇÃO! COMO ESTÃO TODOS VOCÊS?

Eu sei, depois de quase dois anos, vim com o capítulo 26 de Ascensão.

Então o que acharam? Gostaram? Odiaram?

Acredito que já estamos chegando no final da primeira parte da fic, acho que até o capítulo 32 já terei finalizado a parte I e começarei a parte II.

Ai eu tão feliz por ter voltado junto com a minha criatividade.

Não esqueçam de votar e comentar pessoas! Não fazem ideia do quão feliz eu fico quando vejo vocês leitores comentando, dou cada sorriso bobo apaixonado por vocês!

Enfim, esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado!

Amo vocês e até a próxima!

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